Rock In Rio

Rock In Rio 2013: embalos de sexta à noite

Pop, axé e musica eletrônica deram a sintonia do Palco Mundo.

Gustavo Sampaio / Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h03

RIO DE JANEIRO – “A cidade parou”. Uma frase que foi bastante ouvida e postada no ano de 2013. Em setembro, mais precisamente no dia 13, a frase ganha outro contexto, mesmo reproduzida no Rio de Janeiro: quem parou, desta vez, foi a Cidade do Rock, com a 13ª edição do Rock In Rio, que iniciou na tarde desta sexta-feira.

O evento, tão aguardado desde o início do ano (para alguns, desde sua última edição no Brasil, em 2011), teve seus portões abertos às 14h, mas grande parte do público só chegou mais tarde.

Revivendo hinos clássicos...e contemporâneos

Foto: Imagem.net

Anunciado há menos tempo que as demais atrações, a Orquestra Sinfônica Brasileira do Rio de Janeiro provou, em seu setlist, que o novo e o velho estão implicados mais que muitos pensam: foram do erudito (Beethoven) ao rock n’ roll (Rolling Stones); da sétima arte (na abertura, com a música tema de “2001 – Uma Odisseia no Espaço) ao pop-rock brasileiro (com Legião Urbana e Kid Abelha); e do rock misto, passando por U2 e The Police. A apresentação surpreendeu muitos. Talvez, muito provavelmente, pelo tom mais pop que a noite teria.

Um tributo feito de surpresas e boas intenções

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O tributo ao cantor Cazuza foi um ponto alto deste primeiro dia de Rock In Rio. Mesmo sem a voz e, principalmente, o carisma do cantor, músicos conhecidos do público brasileiro (e, alguns, amigos do próprio Cazuza) tentaram preencher um show com versões similares a que o cantor desempenharia se ainda estivesse nos palcos. Tentaram. Alguns, conseguiram.

Enquanto Ney Matogrosso e Paulo Miklos (Titãs) deram show em versões sinceras do icônico cantor, Rogério Flausino arriscou e não se saiu muito bem. Para as mulheres, a situação foi mais favorável, mostrando o quão versátil os versos de Cazuza podem ser e se encaixar nas mais belas vozes.

Entre as canções reproduzidas, estiveram músicas como “Exagerado”, “Ideologia”, “Nosso Amor a Gente Inventa” e “Faz Parte do Meu Show”. Mas foi o término, com “Pro Dia Nascer Feliz”, que os versos de Cazuza traduziram a frase dita por Frejat: “Cazuza ia adorar ver o povo na rua”. Na rua e feliz.

Ritmo baiano dá o gás de partida para as apresentações finais

Foto: Getty Images

Engana-se quem se limita a pensar que o Rock In Rio é um festival única e exclusivamente voltado para o Rock N’ Roll. E quem quebrou este paradigma, ainda enfrentado por muitos que ali estavam (principalmente, por parte do público que criticava a escalação pop quando ainda rolava o show do Living Colour), foi a cantora Ivete Sangalo.

De vestido azul, e com uma empolgação arrebatadora, a cantora não se fez por menos em frente ao público: arriscou, cantou e trouxe emoção e ânimo às milhares de pessoas. Sem cometer deslizes como na apresentação de outra cantora anos atrás (Claudia Leitte, na edição de 2011), Ivete mostrou invejável performance e soube conquistar um a um do público, com hits já conhecidos do grande público: “Eva”; “Dançando”; e “Arerê” foram algumas das canções. O arrebate, por outro lado, veio mesmo na execução de hits alheios: “País Tropical”, de Jorge Ben Jor; e “Love Of My Life”, da banda Queen. Esta última, principalmente, escancarou que nem só de rock se faz um festival. Principalmente, o Rock In Rio.

Música eletrônica: entre hits e hits, direto do rádio

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Se pensar em um DJ na escala dos principais artistas ao Palco Mundo, fica difícil entender porquê ele não está na área das tendas eletrônicas. Mas foi só David Guetta ser anunciado, entrando um pouco mais de 22h, que a lógica foi compreendida: o artista é um dos poucos DJs a colecionar um vasto número de hits, ao longo dos anos.

E a festa, combinada entre estes sucessos, começou a com as batidas aceleradas de “Play Hard”, feita em parceria com Ne-Yo e Akon. Grandes hits radiofônicos de David foi o que não faltou. A sequência, que ainda teria “Memories”, “Titanium” e “When Love Takes Over”, foi agraciada, também, com a remixagem de hits de terceiros, como “Better Off Alone”, do Alice Deejay, “I Need Your Love”, música feita em parceria com Calvin Harris e Ellie Goulding, e “Holy Grail”, canção dividida por Jay-Z e Justin Timberlake.

Ao fim, apesar de não ser unânime entre a plateia, David Guetta deve ter saído feliz, pois a cada questionamento ao público (com animados “Can You Feel It?”), ele recebia uma resposta uníssona: o refrão de suas canções sendo entoado por milhares de pessoas.

Consagração de uma realeza musical

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O Rock In Rio, em si, é mais que um festival de música: é um show de entretenimento, tal qual um parque de diversões, onde o público podia encontrar diversão fora do alcance do palco, por exemplo, na tirolesa e na roda gigante. Com o tão aguardado show da cantora Beyoncé, logos nos seus primeiros minutos, a apresentação ganhou status que iam da projeção cinematográfica (com um vídeo sendo executado mostrando a cantora como uma rainha) ao rebolado característico da esposa de Jay-Z.

Sem perder a majestade, Beyoncé posou de rockstar, mas com elegância. E, com uma rainha que não deixar cair a peteca, soube criar um repertório invejável, ainda que sustentado pelos maiores hits.

Esbanjou rebolado, no palco e na plateia, com “Get Me Bodied”, “Diva” e na abertura com “Run The Wold”. Posou seu talento R&B com versões memoráveis de “Love On Top” e “1+1”. E, em meio a troca de roupas, exibiu talento necessário para transitar entre canções como a eletrônica “Why Don’t You Love Me” e a Hip-Hop “Party”.

Ao fim, a cantora fechou, com um talento difícil de ser observado nas cantoras pops atuais, a primeira noite do Rock In Rio 2013. Com apresentações primorosas, serão poucos que, no domingo, se limitarão a criticar a escalação pop, que terá, ainda, Justin Timberlake, Alicia Keys e Jessie J. Com os exemplos dessa sexta-feira, é bom ser prudente antes de criticar qualquer atração que não seja necessariamente rock.

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