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Pergentino Holanda
O colunista aborda em sua página diária os acontecimentos sociais do Maranhão e traz, também, notícias sobre outros estados e países, incluindo informações das áreas econômica e política.
Pergentino Holanda

PH Revista: André Jardins movimentou a Região dos Cocais

E mais: Ainda é preciso persistir na negociação

PH

NO DIA do Amigo, o vereador André Jardins movimentou a sociedade da Região dos Cocais para a festa “André Jardins Festeja PH – A Prata da Casa”, com uma linda tarde/noite festiva na casa de eventos Avenida House, em Presidente Dutra, terra natal do anfitrião e do homenageado, que são destaque de capa da edição do PH Revista deste fim de semana

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Brasil no mapa geopolítico do futuro

O apetite trumpiano por minerais críticos e terras raras lembra a fixação da Casa Branca em tratar a China como inimiga existencial. Muda o presidente, troca a retórica, mas certos consensos permanecem imutáveis em Washington – entre eles, a percepção da China como principal adversário global e a obsessão por garantir o controle de recursos estratégicos.

Sai o democrata Joe Biden, entra o republicano Donald Trump, e o roteiro se repete: Pequim continua o vilão da vez – como já foram, em outros tempos, fascismo, soviéticos e fundamentalistas islâmicos.

A busca por minerais críticos insere-se nesse enredo.

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Com aplicação direta na indústria da defesa, no setor energético e na transição para uma economia de baixo carbono, esses minerais se tornaram peça-chave da geopolítica contemporânea.

Não por acaso, o Brasil entrou no radar americano após declarações recentes do encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar, sobre o interesse de Washington em acordos por esses insumos.

Minerais como lítio, nióbio, tântalo, terras raras, entre outros, são usados em baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, sensores de mísseis, radares, drones e blindagens de última geração. O neodímio, disprósio e praseodímio, por exemplo, integram ímãs superpotentes utilizados em motores militares e aeronaves de combate. O gálio e o germânio são indispensáveis em semicondutores e sensores infravermelhos. O titânio, por leveza e resistência, é utilizado em submarinos e veículos blindados. E o tungstênio, com seu altíssimo ponto de fusão, é essencial em projéteis perfurantes e ligas bélicas. Isso sem falar no tântalo, berílio, níquel e cromo, aplicados em capacitores de precisão, turbinas de alta temperatura e sistemas eletrônicos estratégicos.

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A lista de minerais considerados críticos pelos EUA é composta por quase 15 elementos que não existem em abundância no subsolo americano.

As maiores reservas estão em regiões como América Latina, Groenlândia (lembram da tentativa de Trump de comprar a ilha da Dinamarca?), sul da África, Austrália, China, Rússia, Ucrânia e Cazaquistão.

O Brasil desponta com 14 minerais classificados como críticos, respondendo por 10% das reservas globais – localizadas principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte.

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Na gestão Biden, minerais críticos eram vistos como motores da economia verde. Mesmo que Trump despreze a pauta ambiental, seguem vitais para a segurança nacional e a estratégia de contenção global.

E, agora, voltam ao centro do tabuleiro até nas propostas para encerrar a guerra na Ucrânia, como instrumento de pressão.

O que está em jogo é mais do que o controle de insumos industriais: é o poder sobre o futuro. Não há transição energética, revolução tecnológica nem soberania militar sem esses minerais. Em tempos de emergência climática e rearranjos geopolíticos, o mapa mineral vale mais ou tanto quanto os antigos mapas do petróleo.

Referência em pesquisa sobre a Antártica, com inferências científicas no dia a dia dos gaúchos em tempos de mudanças ambientais, o Centro Polar e Climático da UFRGS tem novo site. Mais intuitivo, está em centropolar.com

Sem vergonha de ser antissemita

Há momentos em que o silêncio deixa de ser prudência e passa a ser cumplicidade.

De forma discreta, sem comunicado oficial, o atual governo retirou o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, organização composta por dezenas de países democráticos que combatem o negacionismo histórico e o antissemitismo em todas as suas formas.

Não se trata de uma entidade ligada a Israel. Trata-se de uma aliança em defesa da memória das vítimas do pior crime já cometido pela humanidade: o extermínio sistemático de 6 milhões de judeus durante o Holocausto – que não morreram por causa da guerra, morreram porque eram judeus.

E é justamente por isso que a saída do Brasil é tão simbólica. Porque não tem a ver com diplomacia, tem a ver com covardia, com ódio e com a escolha deliberada de abandonar a civilização para servir a uma ideologia suja, negacionista e cúmplice do terror.

Destaque no PH Revista deste fim de semana, o escritor maranhense Jozias Benedicto vai lançar dois livros no Rio de Janeiro e em Paraty: o romance “As vontades do vento”, no Capitu Café (Rio), próximo dia 29, e o livro de contos “Nada permanece nunca”, dia 31 de julho, na FLIP – Feira de Literatura Internacional de Paraty

DE RELANCE

Ainda é preciso persistir na negociação

A menos de uma semana da entrada em vigor do tarifaço contra o Brasil prometido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, não resta alternativa a não ser insistir na tentativa de abrir um diálogo com o governo norte-americano.

A despeito da falta de interesse em negociar demonstrada até aqui pela Casa Branca, do lado brasileiro é dever esgotar todos os meios possíveis para encontrar algum avanço e evitar o pior cenário.

Valem os esforços do Itamaraty, as buscas do vice-presidente Geraldo Alckmin para ter alguma interlocução com o primeiro escalão de Trump, as articulações da iniciativa privada junto a clientes, fornecedores e entidades empresariais norte-americanas e outros canais de conversação, como a delegação de senadores que vai a Washington.

O caráter político da chantagem de Trump dificulta ainda mais essa tarefa, é verdade. Afinal, o Brasil está prestes a enfrentar uma tarifa de 50% sobre as exportações para os EUA, o maior patamar até agora imposto pela Casa Branca, não por razões comerciais.

O bem contra o mal

Faço coro com Andressa Xavier quando lembra Davi e Golias, anjo e demônio, Batman e Coringa, Raquel Acioli e Odete Roitman. E completa: o ser humano gosta das dualidades. Do duelo entre o bem e o mal. Da mocinha contra a vilã. Gosta de torcer por alguém. De escolher um lado. É reconfortante acreditar que o mundo se divide entre mocinhos e bandidos. Que os bons vencem e os maus pagam por seus erros.

Ver o Al Hilal derrotar o Manchester City no Mundial de Clubes dá aquela sensação de justiça divina. Os mais fracos provocam empatia. Os azarões, quando vencem, despertam na gente um prazer quase infantil.

O mesmo vale para o Big Brother: os candidatos com as histórias mais difíceis, os que enfrentaram mais obstáculos na vida, logo conquistam torcida. A gente se identifica, se apega, quer ver a pessoa dar certo.

Só que a vida real não é uma novela, tampouco uma competição com enredo fechado. Na novela mesmo há vilões com boas intenções e mocinhos que cometem injustiças. Os papéis se embaralham. E, na vida, ainda mais.

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A nossa tendência a classificar tudo entre certo e errado, esquerda e direita, Lula e Bolsonaro, empobrece o debate.

O Brasil parece ter se reduzido a dois nomes que, sinceramente, não representam a pluralidade do país.

São personagens centrais, claro, com influência direta no nosso cotidiano e perfis opostos politicamente. Mas, no fundo, são mais parecidos do que parecem. Protagonistas de uma polarização que, em vez de esclarecer, confunde. Em vez de unir, divide.

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O problema de enxergar o mundo apenas em extremos é que deixamos de ver a complexidade das coisas. As nuances. As contradições. O espaço do diálogo e do meio-termo. Pessoas boas podem ter atitudes reprováveis. Políticos corretos podem tomar decisões erradas. Gente de quem discordamos pode ter boas ideias. O mundo é menos preto no branco e mais um degradê de tons difíceis de rotular.

Enquanto estivermos presos a essa lógica binária, deixaremos de ver o Brasil que está além de Lula e Bolsonaro. Deixaremos de olhar para novas lideranças, para problemas reais que não cabem em hashtags, nem em brigas de rede social.

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Há um país inteiro entre os dois polos. Um Brasil complexo, diverso, rico e cansado de ser espectador de uma eterna rinha entre salvadores da pátria e monstros do apocalipse.

O episódio do tarifaço de Donald Trump nos impõe priorizar a saída dos polos.

Talvez a saída seja abandonar um pouco essa necessidade de heróis e vilões. Talvez seja hora de olhar para o lado, e não para cima.

O bem contra o mal é ótimo para o entretenimento.

Mas, para viver em sociedade, precisamos de algo mais: bom senso, empatia e vontade de construir juntos.

Nossos termos

A Filosofia da Libertação, nascida com Dussel nos anos 1970, é um grito pela dignidade dos povos da América Latina.

O Brasil assume seu valor, sem se curvar a pressões externas que tentam impor tarifas ou subjugar nossa soberania.

A dignidade não se negocia. Defender a autonomia do país não é bravata, é dever de quem ama sua terra, seja do espectro político que for.

É hora de unir forças em torno da justiça, da liberdade e da independência.

Com um almoço dos mais prestigiados pelos amigos do Rio de Janeiro, Dona Adelinha Azevedo comemorou em grande estilo seus bem vividos 105 anos de idade e teve entre os presentes, as maranhenses Lygia Bogéa e as irmãs Sonia Teresa Jorge Lago e Silvia Teresa Jorge Araújo

Para escrever na pedra:

“De todas as paixões baixas, o medo é a mais amaldiçoada”. De William Shakespeare.

TRIVIAL VARIADO

Celulares: o Anuário de Segurança Pública de 2025 trouxe à tona dados sobre criminalidade patrimonial, com destaque para o roubo e furto de celulares. São Luís (MA) lidera o ranking. E Belém (PA) aparece na 2ª posição nacional em número de ocorrências por 100 mil habitantes.

Acumulou: Mega-Sena não tem ganhador e prêmio acumulado vai a R$ 42 milhões neste sábado. Os números sorteados foram 14 - 24 - 36 - 44 - 46 - 54.

Poluição: Pesquisa brasileira detecta plástico em placentas e cordões umbilicais. Estudo inédito analisou amostras de grávidas em Alagoas.

Congresso: perdidos no campo de batalha, Câmara e Senado estão imersos em seus próprios privilégios, como emendas, cargos e ampliação do número de cadeiras, em detrimento do papel moderador para o descompasso geral.

Contra o tarifaço: Carta pela soberania é lançada em ato na USP. Entidades, estudantes e juristas realizaram um ato contra o tarifaço imposto pelos EUA sobre produtos brasileiros na sexta-feira, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). 


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