Agô Pulsar Afro-Amazônico

Espetáculo leva dança às ruas e escolas do Maranhão

Projeto leva arte às ruas e escolas, promovendo reflexão sobre a identidade afro-amazônica de 10 a 15 de agosto.

Na Mira, com informações de assessoria

Espetáculo Agô Pulsar Afro-Amazônico. (Hamyle Nobre)

MARANHÃO - O Maranhão se prepara para receber uma experiência única com a estreia do projeto Agô Pulsar Afro-Amazônico, que combina dança contemporânea, memória e resistência. Entre os dias 10 e 15 de agosto, praças e escolas de São Luís e Itapecuru-Mirim se transformarão em palcos de reflexão e arte, com apresentações gratuitas que visam narrar as histórias de corpos negros e indígenas da Amazônia.

Sob a coordenação do artista amazonense Cairo Vasconcelos e realizado pela Menina Miúda Produções Artísticas, o projeto conta com o patrocínio da Vale e o apoio do Ministério da Cultura e do Governo Federal, através da Lei Rouanet. O espetáculo Agô transforma espaços públicos em territórios de resistência, abordando temas como racismo, desigualdade e pertencimento.

Cairo destaca a importância de levar arte a quem muitas vezes não tem acesso a espetáculos de dança. O objetivo é dialogar com as periferias, tocar o coração das pessoas e fortalecer a identidade amazônica. “Essa é uma obra que fala de dor e resistência, mas também de esperança e renascimento”, afirma o coordenador.

As apresentações serão acessíveis, com audiodescrição para pessoas com deficiência visual. Além das performances, o projeto inclui oficinas e vivências para estudantes, ampliando o alcance da proposta artística.

Agô Pulsar Afro-Amazônico não é apenas um espetáculo, mas um projeto de arte e educação que busca ocupar espaços periféricos com uma arte comprometida com as urgências sociais. Em resposta a dados alarmantes sobre a violência na região Norte, o projeto surge como um ato de protesto e resistência artística, refletindo as injustiças sociais e raciais.

A Menina Miúda Produções Artísticas, fundada em 2019, é um polo criativo que vê as artes cênicas como uma poderosa ferramenta de transformação social. Com obras anteriores que já exploraram questões sociais, o Agô marca um momento significativo ao colocar corpos negros e indígenas em destaque e promover conexões entre diferentes territórios da região Norte.

A proposta cênica combina dança contemporânea, influências afro e indígenas, figurinos inspirados no ancestral e sonoridades amazônicas. Com 45 minutos de duração, o espetáculo é dividido em nove cenas que discutem opressão, resistência, memória, violência e esperança. O coreógrafo Wilson Junior explica que cada elemento do Agô traz mensagens profundas, refletindo as narrativas e expressões da cultura amazônica.

Assim, o Agô se apresenta como uma expressão que articula o corpo como um território sagrado, onde a dança se torna um ritual de resistência, em sintonia com a natureza e os saberes tradicionais.

Programação em São Luís

- 12 de agosto: 19h30 - Apresentação pública na Praça das Mercês (R. Nazareth, 82 - Centro) - Aberto ao público
- 13 de agosto: 10h30 - Apresentação para alunos e professores do Centro Educa Mais Maria José Aragão (R. 205 Unidade 205, 205 - Cidade Operária)
 - 11h30 - Oficina de dança para alunos do mesmo centro

O espetáculo Agô Pulsar Afro-Amazônico é mais que uma apresentação; é um convite à reflexão sobre as memórias dos povos quilombolas e indígenas da Amazônia. Com movimentos que falam mais que palavras, a dança é um chamado para que o chão das praças e escolas se torne um espaço de testemunho e transformação. O Agô pulsa entre o passado e o presente, deixando no ar questões que ainda precisam ser abordadas.

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