Envolta nas reflexões climáticas trazidas pela 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, a capital paraense inaugurou a instalação ‘Atlas Imaginário, Belém do Pará’. O projeto da artista Gabriela Bilá coloca Belém no centro das discussões climáticas, prevendo como a cidade estará daqui a um século.
A instalação, em um projeto contemplado na edição 2024-2025 do programa Rumos Itaú Cultural, contou com uma equipe de profissionais qualificados do local, e integra a programação de reinauguração do Fórum Landi, onde permanece em cartaz até dezembro.
Dividido em partes interativas, contemplativas e documental, o Atlas Imaginário, Belém do Pará tem direção de Gabriela e de Diogo Costa Pinto e mescla urbanismo, cinema e mídias digitais para reinventar e refletir sobre a presença humana na biosfera, tendo como ponto de partida o século XXI. Levando em consideração questões da crise climática como o aquecimento global, Gabriela fez uma vasta pesquisa local para projetar como estará esta capital no futuro, onde cidade e natureza já não se distinguem, sendo um só organismo.
“Se mitigarmos o aquecimento global, por exemplo, as águas irão subir mais do que o normal e teremos grandes cheias e grandes secas, tudo mais intenso”, alerta a artista.
Não à toa, a parte interativa do Atlas tem uma personagem descrita como uma barqueira. Ela guia um conteúdo digital em 3D que é projetado em uma das paredes do espaço em looping, conduzindo travessias por cidades-cardume, florestas biossintéticas, mercados de seca e chuva e aparelhagens robóticas – mundos que são ao mesmo tempo utópicos, distópicos e fantásticos.
O visitante, por sua vez, é quem dá a direção a este passeio, manuseando uma grande cabeça de cestaria suspensa em frente à projeção. Com quatro faces que remetem à geometria das cerâmicas marajoaras, ela funciona como leme, dando caminhos, causando turbulências nas imagens e alterando a direção dos futuros ali representados.
Maquete feita da fibra da palmeira amazônica do miriti
Também compõe a instalação uma grande maquete feita da fibra da palmeira amazônica do miriti, que também fica suspensa no espaço expositivo, como uma espécie de peixe-cidade, que flutua pelas águas de Belém. Criaturas diversas e de tamanhos diferentes carregam partes da cidade, remetendo a uma Belém futura que se transformou em ilhas devido ao aumento do nível do mar.
Por fim, um grande painel gráfico conta a história deste projeto. Com ilustrações e textos curtos, ali a artista aprofunda de forma mais lúdica os temas urbanos abordados na instalação.
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