DEMOROU, MAS CHEGOU!

Entenda por que “Zootopia 2” levou quase 10 anos para ficar pronto

Diretores explicam por que “Zootopia 2” demorou quase uma década, revelam impacto de “Encanto”, criação dos novos personagens e a evolução da dupla.

Na Mira

Atualizada em 27/11/2025 às 15h26
Entenda por que “Zootopia 2” levou quase 10 anos para ficar pronto. (Foto: Youtube/ Disney Brasil)

MUNDO - Quando um filme arrecada US$ 1 bilhão, a lógica comum diz que a continuação deve vir logo em seguida. Mas, enquanto outras animações da Disney ganharam sequências em poucos anos, como “Moana”, lançada em 2016 e retomada em 2024 ,“Zootopia 2” levou quase uma década para chegar aos cinemas. E isso não aconteceu por falta de interesse dos criadores.

Segundo os diretores Jared Bush e Byron Howard, o principal motivo para o hiato foi simples: eles estavam ocupados terminando outro fenômeno mundial “Encanto”. “Queríamos voltar para ‘Zootopia’, mas precisávamos encerrar ‘Encanto’ direito”, contou Bush ao g1. Ele, Howard e a produtora Yvett Merino lideraram tanto o musical vencedor do Oscar quanto a continuação da franquia dos animais antropomorfizados.

Bush lembra que animações do porte de “Zootopia” levam de quatro a seis anos para serem produzidas. Com “Encanto” consumindo o ciclo completo, o retorno à cidade dos mamíferos ficou inevitavelmente para depois. “Sou grato pelo tempo que tivemos. A história que queríamos contar talvez não desse o mesmo filme cinco anos atrás”, afirma o diretor criativo da Disney Animation.

O processo de criação moldou uma história mais madura

Ao longo da conversa, os diretores deixam claro que a sequência só existe como deveria porque demorou. A intenção sempre foi aprofundar a relação entre a coelha Judy Hopps e o raposo Nick Wilde, agora parceiros consolidados e, ao mesmo tempo, tão diferentes quanto nunca.

A dupla sonhava em revisitar temas apresentados no primeiro filme, como preconceito e estereótipos, mas sob uma nova chave: o desafio de duas personalidades distintas funcionarem juntas a longo prazo. “É disso que o filme trata”, resume Bush.

Howard completa dizendo que o tema reflete a própria equipe da Disney Animation, dividida entre os estúdios de Burbank e Vancouver, mas funcionando como um só organismo. “As diferenças nos tornam um grupo forte. Sem isso, tudo desmoronaria”, diz.

A produtora Yvett Merino reforça que o núcleo emocional sempre esteve na relação entre os protagonistas e como a chegada de novos personagens testa esse vínculo.

Zootopia 2 traz uma metáfora que nasceu de um rabisco

Uma das principais novidades de “Zootopia 2” é a introdução dos répteis na cidade dominada por mamíferos. A escolha pode parecer comentário direto sobre imigração e convivência entre grupos diferentes e, de certa forma, é. Mas a ideia surgiu de maneira quase acidental.

Bush conta que ainda durante a produção de “Encanto”, desenhou no bloquinho um “Zootopia 2” cujo número 2 era… uma cobra. A imagem serviu de gatilho para desenvolver uma trama em que novos habitantes chegam a um lugar que não sabe lidar com eles, um espelho da forma como sociedades reagem a diferenças há séculos.

“Quando encontramos alguém diferente, nossa primeira reação muitas vezes é desconfiar. Queríamos perguntar: isso ajuda alguém? E se víssemos essas diferenças como benefícios?”, explica.

O filme também aposta em um início aparentemente previsível, um truque calculado para fazer o espectador baixar a guarda. Os diretores queriam que o público sentisse que sabia exatamente para onde a história caminhava, apenas para ser surpreendido com mudanças de tom, viradas e reviravoltas que aprofundam os laços entre os personagens.

“Queríamos criar essa falsa segurança para depois começar a mexer em tudo”, diz Bush. O mistério funciona como pano de fundo, mas a estrela do filme sempre foi a jornada emocional entre Nick e Judy.

Por que o Prefeito de Zootopia tinha que ser um cavalo?

Escolher qual animal combina com cada personagem é, segundo a equipe, uma das partes mais divertidas e muitas vezes imprevisíveis. Howard lembra que o prefeito-cavalo, por exemplo, não foi ideia dele nem de Bush, mas de uma designer que apresentou o conceito de um ex-astro de ação bombado. “Vimos e pensamos: ‘Ok, ele precisa estar no filme’”, conta.

Yvett Merino diz que esse é o tipo de magia própria da animação: design, voz e personalidade se encaixam organicamente até que o personagem “clique”.

No fim, os criadores concordam que “Zootopia 2” só existe como é porque demorou o que precisava demorar. O tempo permitiu maturidade criativa, evolução emocional dos personagens e ousadia em temas que dialogam profundamente com o mundo atual.

Depois de quase dez anos, a Disney retorna a uma de suas cidades mais queridas com uma história sobre diversidade, parceria, coragem e o poder transformador das diferenças.

Veja trailer de Zootopia 2

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