[e-s001]
SÃO LUÍS – A Seleção Brasileira foi derrotada; há quem diga que humilhada pela Seleção Alemã, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, nessa terça-feira (8). Com o resultado, está fora da Copa do Mundo. Fato é que perder pelo placar 7 a 1 não é motivo de alegria para qualquer torcedor. Ganhar, entretanto, nem sempre faz parte do jogo. Por isso, é preciso estar preparado para comemorar as grandes vitórias e aprender com as frustrações.
O médico psiquiatra Ruy Palhano explica que a ansiedade, nestes casos, apesar de natural, pode prejudicar as expectativas dos torcedores. De início, é preciso, no entanto, saber separar o que é uma ansiedade "normal" da patológica. "A ansiedade é um processo normal de adaptação. Quer dizer, quando a gente fala em transtorno de ansiedade, a rigor, a gente acha que é algo disfuncional, uma doença, um distúrbio, e não é. O ser humano é ansioso naturalmente. Quando essa ansiedade passa a se constituir de algo disfuncional, ao ponto de prejudicar o desenvolvimento, a evolução e as conquistas do ser humano, aí passa a ser doença. Aí é um transtorno de ansiedade, e sobre o transtorno de ansiedade, que já é uma patologia, você tem que tratar, porque acaba prejudicando o sujeito em todos os sentidos", afirmou em entrevista ao Imirante.com – ouça na íntegra.
Mesmo com o técnico Luiz Felipe Scolari garantindo que a Seleção já havia superado a ausência do atacante Neymar – fora da Copa após sofrer uma fratura na vértebra na partida contra a Colômbia, na última sexta-feira (4) –, o especialista acredita que, de alguma forma, isso contribuiu para a péssima atuação do time. "Com a saída do Neymar, que era o grande mentor, o grande artífice do jogo, isso deve ter tido um abalo muito grande na Seleção. Além do mais, a Seleção não se preparou, porque não tinha um plano B. Com a ausência do Neymar; que é o 'santo' dessa Seleção, é canonizado; isso acabou deixando uma expectativa muito ruim. Um segundo fator que me pareceu interessante é que sabiam que iam enfrentar uma seleção complicada, uma seleção dura, uma seleção difícil, uma situação pesada; o que foi demonstrado; e uma seleção que vem se preparando há seis anos. O nosso país tem uma seleção que se preparou um ano e meio", afirma.
O clima de "já ganhou", também, segundo o psiquiatra, prejudicou as expectativas dos torcedores, que superestimaram a Seleção Brasileira. "Toda competição, forçosamente, ela tem os dois lados da moeda: ou você ganha, ou você perde. O espectador, pela experiência histórica, deveria ter isso também, mas é que nós, brasileiros, só nos preparamos para ganhar. A gente pensa que sempre está ganhando. Não é assim. Você tem que estar preparado, tem que aceitar, tem compreender e entender que derrota faz parte da vitória. Para que eu possa valorizar a vitória de alguém numa competição, eu tenho que considerar que ele não foi derrotado. A derrota faz parte desse processo", enfatiza.
Com 64 anos e 14 Copas assistidas, Ruy Palhano confidencia que percebeu o clima de derrotismo já no primeiro tempo da partida. "Eu acho que, a partir do segundo gol, com tanta rapidez e tanta facilidade, o Brasil já assumiu ali, claramente, a derrota. Ele já foi derrotado. Ele não deu, para nós, a sensação que estava ali para lutar", diz.
Superar é preciso
Continua após a publicidade..
As orientações do especialista, cada pessoa pode levar para sua rotina de vida. Superar a adversidades é etapa obrigatória para driblar as frustrações. "Existe uma frustração que, ao invés de nos prejudicar, nos causar problema, ela nos conduz para a mudança. A própria frustração de um determinado evento, de um projeto de vida pode funcionar como combustível, como motor propulsor para você conseguir de outros fatos que, no dia a dia, não adquiria em função dessa frustração", esclarece o psiquiatra.
Os sinais, entretanto, que indicam que uma simples frustração não foi vencida são os pequenos deficits. "Em geral, as pessoas começam a perceber que o fulano portador dessa condição já produz pouco, já não possui um bom desempenho em vários setores da vida, no trabalho, nos estudos, na escola, na vida social. Há uma espécie de apoucamento. Há uma disfuncionalidade. O sujeito vai se desadaptando daquelas condições que lhe são habituais. Esse é o primeiro indicador. O segundo indicador é que essa pessoa deve ter consciência disso. Isso não passa despercebido pelo sujeito. Ele sabe que não está bem. Ele fazia algo da forma A e, hoje, está fazendo algo da forma B. Se não houver essa condição, ele já poderá ser um psicótico. O terceiro elemento é que isso é identificado pelos outros", explica Palhano. O quarto elemento de diagnóstico é, em casos mais graves, o isolamento do indivíduo.
Na etapa de combate à frustração, o médico orienta evitar "afogar as mágoas" com as bebidas alcóolicas. "Você tem que viver, um pouquinho, essa experiência de perder", conclui.
Vida que segue...
No sábado (12), a Seleção Brasileira disputa o "play-off" pela terceira colocação na Copa do Mundo, no Estádio Nacional, em Brasília. Para isso, os jogadores vão precisar de toda a vibração da torcida. E você, vai torcer pelo Brasil? Envie sua foto ou vídeo mostrando a sua torcida pela Seleção Brasileira para o VC no Imirante. Para participar, basta acessar a página do VC no Imirante, clicar no botão "Envie agora" e acessar o sistema de envio.
Se você ainda não é cadastrado, basta se cadastrar, clicando aqui. O cadastro é rápido e fácil de fazer, além de ser completamente gratuito.
Quer saber mais sobre a Copa do Mundo? Então acesse o hotsite especial do Imirante.com. Clique aqui e confira.
Saiba Mais
- Comitê da Copa de 2014 ainda tem dívidas com empresas que prestaram serviço
- Gilmar Rinaldi é o novo diretor de seleções da CBF
- Federação alemã pede desculpas a argentinos por provocação
- Fifa zoeira? Ranking aponta Fred melhor que atacantes da Alemanha
- Campeões mundiais, jogadores alemães ironizam argentinos
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+Esporte