Retrospectiva do futebol

Flamengo em 2022: Do início desastroso à glória eterna nas copas

Fla fechou o ano com o tetra da Copa do Brasil e o tri da Libertadores.

Gazetapress

Gabigol, ao lado de Pedro, foi o artilheiro do Flamengo em 2022 (Gilvan de Souza / CR Flamengo)

Rio de Janeiro - Após um 2021 que terminou com a decepção dos vice-campeonatos da Libertadores e do Brasileirão, as duas principais competições do ano, o Flamengo resolveu reformular para vencer na temporada seguinte. O Início, porém, foi desastroso e só com a chegada do técnico Dorival Júnior, em junho, as coisas se encaixaram e o time fechou o ano com o tetra da Copa do Brasil e o tri da Libertadores.

Sai Renato Gaúcho, entra Paulo Sousa

A diretoria rubro-negra não engoliu a perda do título da Libertadores na final contra o Palmeiras e descartou manter o técnico Renato Gaúcho. A dupla Marcos Braz e Bruno Spindel foi mais uma vez para a Europa e tinha como objetivo trazer de volta Jorge Jesus. O então técnico do Benfica fechou as portas para o Mengão e os dirigentes apostaram as fichas em outro português, Paulo Sousa, que deixou a seleção da Polônia para assumir o Flamengo.

Poucos dias depois de anunciar o treinador, Jesus foi demitido do Benfica, mas já era tarde. O Flamengo manteve a palavra e Paulo Sousa desembarcou no Rio de Janeiro.

Com ideias próprias e mudanças profundas na postura em campo, posicionamento dos jogadores e dinâmica de jogo, o novo mister não conseguiu fazer com que o grupo assimilasse seus conceitos. As dificuldades eram percebidas especialmente nos confrontos contra grandes equipes.

Na primeira decisão do ano, na Supercopa do Brasil diante do Atlético Mineiro, o Flamengo defendia o bicampeonato, mas após empate em 2 a 2 no tempo normal, caiu na disputa de pênaltis por 8 a 7. Maior decepção veio com a derrota para o Fluminense na final do Carioca, que roubou do Rubro-Negro o primeiro tetracampeonato estadual de sua história.

Sai Paulo Sousa, entra Dorival Júnior

O mau início no Campeonato Brasileiro foi fatal para a continuidade do trabalho do treinador português. Embora tenha classificado o time para as oitavas de final da Libertadores com cinco vitórias e um empate, a diretoria sentia que o rendimento do time não era o suficiente para alcançar os títulos esperados. Além disso, a campanha no Brasileirão era ruim e, após duas derrotas seguidas e apenas o 14º lugar na tabela, Paulo Sousa foi demitido no início de junho.

Desta vez a diretoria rubro-negra decidiu não inventar e trouxe um velho conhecido, Dorival Júnior, que fazia um bom trabalho no Ceará. Mais experiente e equilibrado, o novo treinador logo conquistou a simpatia dos jogadores e o time cresceu em campo.

Ciente das dificuldades de disputar três competições simultâneas, o Brasileiro, a Libertadores e a Copa do Brasil, além de ter de conviver com as convocações de jogadores para as datas Fifa em ano de Copa do Mundo, Dorival adotou uma estratégia arriscada. O Flamengo passou a utilizar um time A nas Copas e um time B na competição de pontos corridos.

No início, houve uma reação no Brasileiro e o título passou a ser algo alcançável. Entretanto, o time falhou em momentos decisivos e não conseguiu se aproximar do líder Palmeiras, que fazia campanha quase impecável e terminou em quinto lugar.

Títulos nas Copas

Por outro lado, o time das Copas foi deixando os adversários pelo caminho. Na Copa do Brasil, entretanto, as dificuldades não foram poucas. Dorival estreou com derrota para o Atlético Mineiro por 2 a 1 em Belo Horizonte no primeiro jogo das oitavas. O time se recuperou no Maracanã e avançou com um triunfo por 2 a 0.

Na fase seguinte, outra disputa duríssima, desta vez contra o Furacão, com quem disputaria depois o título da Libertadores. Comandado por Luiz Felipe Scolari, os paranaenses se fecharam no primeiro jogo no Rio e conseguiram um empate sem gols fora de casa. No jogo de volta, o Flamengo venceu por 1 a 0 na Arena da Baixada e voltou do Paraná com a vaga nas semifinais.

O adversário seguinte foi o São Paulo de Rogério Ceni, que não teve chances contra o Flamengo, que avançou à final com vitórias por 3 a 1 no Morumbi e 1 a 0 no Maracanã.

A grande final reuniu as duas maiores torcidas do Brasil e o que se viu foi uma disputa muito equilibrada em campo entre Flamengo e Corinthians. O empate sem gols na Arena do Timão e o 1 a 1 no Maracanã levaram a disputa do título para os pênaltis. A primeira série de cinco cobranças também terminou empatada em 4 a 4 e, somente na sétima batida, o Flamengo levou a melhor. Mateus Vital chutou por cima do travessão e Rodinei fez o gol da taça.

Na Libertadores, o Flamengo de Dorival foi arrasador e obteve 100% de aproveitamento nos sete jogos que disputou. Nas oitavas, passou pelo Tolima-COL com direito a um 7 a 1 no Maracanã, depois venceu os dois jogos contra Corinthians e Vélez Sarsfield-ARG até chegar na final contra o Athletico Paranaense. A decisão brasileira em Guayaquil, no Equador, aconteceu apenas dez dias após a final da Copa do Brasil. Ela não teve a dramaticidade do bi de 2019 diante do River Plate, mas a superioridade rubro-negra foi incontestável na vitória por 1 a 0.

O tricampeonato da principal competição do continente premiou uma grande temporada. Com as conquistas, o Flamengo terminou 2022 no topo do ranking de clubes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pelo terceiro ano consecutivo, e vai disputar o Mundial de Clubes da Fifa em fevereiro, no Marrocos.

Os números da temporada

Continua após a publicidade..

Jogos - 77 (46 vitórias, 16 empates, 15 derrotas)
Saldo de gols - 73 (138 gols marcados e 65 gols sofridos)
Artilheiros - Gabigol e Pedro (29 gols)

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.