SÃO PAULO - Com um time repleto de "estrangeiras" -das 11 titulares, 5 jogam em equipes do exterior -, o Brasil venceu a Austrália por 1 a 0 em sua estréia nos Jogos de Atenas, nesta quarta-feira, e praticamente garantiu sua classificação para a próxima fase.
O Brasil pega agora, no próximo sábado, os Estados Unidos, que venceram a Grécia por 3 a 0 e lideram o grupo devido ao saldo de gols. Das quatro seleções na chave do Brasil, três se classificam.
O gol da vitória brasileira foi marcado por Marta, aos 36min do primeiro tempo, depois de receber livre perto da área. "Elas erraram. E, no erro delas, a gente não perdoa. Tem que fazer o gol", disse Marta, após a partida. Ela ofereceu o gol para sua mãe, Teresa, que mora em Alagoas.
No primeiro tempo, a Austrália jogou toda recuada, e o Brasil teve dificuldades de chegar ao gol adversário com chances de marcar. No segundo tempo, a Austrália saiu para o ataque, pressionou o Brasil e quase chegou ao empate. Nos minutos finais, o Brasil perdeu chances de, no contra-ataque, ampliar.
"A equipe toda está de parabéns. Nós corremos o tempo todo, não fizemos mais gols, mas conquistamos os três pontos", disse a atacante Pretinha, que marcou quatro gols em Atlanta-1996 e Sydney-2000. Ela era a maior artilheira da história olimpica até a alemã Prinz marcar quatro gols hoje.
Formiga acredita que as australianas tentaram barrar o Brasil com o uso de seguidas faltas. A atacante disse não temer jogar contra os EUA. "Mas vamos ter de treinar bastante porque elas não são adversárias fáceis."
Para o técnico René Simões, a vitória magra por 1 a 0 foi importante "para deixar o ânimo delas [suas jogadoras] no lugar certo". Segundo ele, o Brasil é "o Once Caldas, o Santo André" na Olimpíada, em referência aos times que conquistaram a Copa Libertadores e a Copa do Brasil, respectivamente, neste ano. "Não somos os favoritos", disse.
René disse torcer para a recuperação de Renata, que saiu no início do jogo contundida. É possível que ela tenha de ser cortada.
Com o resultado, o Brasil repetiu sua história em Sydney-2000, quando também ganhou da Austrália na fase de classificação. Na ocasião, a vitória foi de virada. A Austrália terminou o primeiro tempo na frente, e o Brasil fez dois gols na etapa final.
A Austrália atuou o primeiro tempo inteiro com dez jogadoras na defesa, deixando apenas a atacante Walsh no ataque. A primeira vez em que a goleira do Brasil, Andréia, tocou na bola foi aos 11min.
O Brasil tentou furar o bloqueio australiano com deslocamento rápido de suas três atacantes, Marta, Pretinha e Formiga. Ora Marta caía pela esquerda, ora pela direita. Segundo o técnico René Simões, sua idéia é usar sempre três atacantes quando enfrentar times que jogam na defesa.
O primeiro lance bom do Brasil foi aos 15min. Formiga recebeu na entrada da área, driblou uma zagueira e chutou forte. A goleira Kell defendeu.
Um minuto depois, a canhota Marta cruzou forte pela esquerda, rasteiro, mas Pretinha foi travada pela zaga.
Em duas oportunidades, a goleira Kell furou em cruzamentos, mas as atacantes brasileiras não souberam aproveitar.
O primeiro chute da Austrália foi só aos 28min, com Garriock. Mas a bola parou na zaga e nem chegou às mãos da goleira Andréia. Aos 30min, em um contra-ataque, Walsh saiu em velocidade pela direita, mas fez falta antes de chutar.
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Depois de muito insistir, o Brasil chegou ao gol. Aos 36min, Marta recebeu pela direita, invadiu a área, driblou uma zagueira e chuta com força, rasteiro, no canto esquerdo de Kell para abrir o placar.
Um minuto depois, a Austrália chegou com perigo com Walsh.
A Austrália melhorou no início do segundo tempo e, marcando forte, chegou a pressionar o Brasil. Aos 15min, Garriock cruzou da esquerda, e a goleira Andréia fez boa defesa. Dois minutos depois, o time australiano desperdiçou boa chance para empatar em cobrança de falta.
A partir dos 30min, a seleção brasileira melhorou e novamente voltou a dominar as ações. Nos minutos finais, a equipe comandada por René Simões encurralou as adversárias e só não ampliou porque errou nas finalizações. Na principal chance, aos 48min, Cristiane ganhou dividida pela esquerda e cruzou para Pretinha, que chutou por cima do gol e perdeu grande oportunidade.
BRASIL
Andréia; Juliana Cabral, Mônica, Tânia e Elaine Baiana; Daniela, Renata Costa (Grazielle, Cristiane), e Rosana (Maicon); Pretinha, Formiga e Marta
Técnico: René Simões
AUSTRÁLIA
Kell; Davies, Wainwright, Alagich e Salisbury; Shipard, Garriock, Foster (De Vanna), Small e Peters; Walsh (Kuralay)
Técnico: Adrian Santrac
Local: estádio Kaftanzoglio, Tessalônia (Grécia)
Árbitro: Christine Frai (ALE)
Assistentes: Nelly Viennot (FRA) e Maria Luisa Villa Gutierrez (ESP)
Cartão amarelo: Mônica (B)
Gol: Marta, aos 36min do primeiro tempo
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