SÃO PAULO - A aposta de Robert Scheidt na regularidade deu certo. Neste domingo o velejador conquistou a medalha de ouro na classe Laser tendo vencido apenas uma das 11 regatas que disputou. Com isso, tornou-se o segundo brasileiro bicampeão olímpico, igualando o feito de Adhemar Ferreira da Silva, que obteve o título no salto triplo em Helsinque-52 e Melbourne-56.
Scheidt também acaba com um jejum. A última vez que o hino brasileiro foi ouvido nos Jogos foi em 31 de julho de 1996, em Atlanta, quando o próprio velejador ganhou o seu primeiro título em Olimpíadas. Quatro anos depois, em Sydney, apesar do favoritismo, ele ficou só com a prata.
Mas nunca Scheidt chegou a uma Olimpíada com um domínio tão grande. Em 2004, o brasileiro ganhou todos os dez torneios que disputou, entre eles o Campeonato Mundial, o sétimo de sua carreira.
Scheidt iniciou a última regata precisando apenas de um nono lugar para assegurar a medalha de ouro, independente de qualquer outro resultado. O austríaco Andreas Geritzer era o seu maior adversário, começando o dia com nove pontos perdidos a mais do que o brasileiro.
A largada da última regata foi atrasada em quase uma hora e meia por causa da falta de vento. Entretanto, antes dos velejadores chegarem à primeira bóia, a prova foi cancelada. Depois de um novo período de espera, finalmente a disputa foi liberada.
Embora não goste de velejar com vento fraco, Scheidt foi melhor do que os seus rivais. O brasileiro cruzou a primeira bóia em 10º lugar, quatro posições à frente de Geritzer. O esloveno Vasilij Zbogar e o britânico Paul Goodison, os outros dois atletas que ainda sonhavam com o título, também ficaram para trás.
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Mais preocupado em garantir a medalha de prata, Geritzer não ameaçou a regata de Scheidt. Tranqüilo, Scheidt apenas conduziu o seu barco até cruzar a linha de chegada em sexto.
Regularidade
Antes da Olimpíada começar, Scheidt revelou que usaria a tática da regularidade. Por isso, o brasileiro terminou a disputa com a vitória apenas na quarta regata. Gertizer, Zbogar e o português Gustavo Lima ganharam duas regatas cada um, mas fizeram resultados ruins em pelo menos duas outras regatas, ficando longe do título.
Scheidt teve como piores resultados um 19º (descartado) e um 12º lugar. Já Geritzer descartou um 34º, mas somou um 15º e dois 12º lugares. No total, o brasileiro teve 55 pontos perdidos.
Com o ouro de Scheidt, a vela se torna o esporte que mais deu medalhas para o Brasil em Olimpíadas: 13 no total. Em seguida estão o atletismo e o judô, com 12 conquistas. Ainda neste domingo, a contagem pode ser igualada, uma vez que Jadel Gregório é favorito a subir ao pódio no salto triplo.
A vela também é o esporte que mais conseguiu medalhas de ouro. Além das duas de Scheidt, o Brasil também ganhou com as duplas Lars Bjorkstrom/Alex Welter e Eduardo Penido/Marcos Soares, em Moscou-1980, e Torben Grael/Marcelo Ferreiro, em Atenas-96.
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