SÃO PAULO - Numa partida em que teve nas mãos a chance de chegar pela primeira vez a uma final feminina no vôlei, o Brasil foi derrotado pela Rússia, de virada, e manteve a "síndrome das semifinais" em Olimpíadas.
Nas duas edições anteriores, dentro da "Era Bernardinho", a seleção foi eliminada nas semifinais, por Cuba, e terminou com o bronze -seu melhor resultado até hoje.
As russas venceram nesta quinta-feira por 3 sets a 2, com parciais de de 18-25, 21-25, 25-22, 28-26 e 16-14. O Brasil venceu os dois primeiros sets. Teve seis chances de fechar o jogo na quarta parcial, mas, instável, desperdiçou todas e permitiu que a Rússia levasse a partida ao quinto set.
A seleção também teve oportunidade de vencer o tie-break e não conseguiu aproveitá-la. Coube a Mari -a grande revelação da seleção de José Roberto Guimarães- dar o ponto da vitória às russas, num ataque para fora.
Agora as brasileiras disputarão o bronze contra quem perder o confronto entre Cuba e China, que também acontece nesta quinta. A decisão de terceiro lugar será no sábado.
Há um ano sob o comando de Zé Roberto, ouro em Barcelona-1992 com a seleção masculina, o Brasil foi o único a chegar invicto à fase eliminatória. Era considerado um dos favoritos ao título porque, um mês antes das Olimpíadas, conquistou o Grand Prix.
Até então o time de Zé Roberto só havia sofrido duas derrotas, uma para a China, na Copa do Mundo 2003, e outra para Cuba, no torneio de finalistas do Grand Prix 2004.
O último jogo entre brasileiras e russas foi há um ano, na fase preliminar do Grand Prix, quando o Brasil perdeu por 3 a 2. Em Atenas, enquanto as brasileiras estavam invictas, as russas tiveram duas derrotas na fase preliminar, para China e Cuba.
O jogo
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No início do primeiro set, dois erros de saque do Brasil -com Érika e com Valeskinha- deixaram a Rússia em vantagem (4 a 2). No ponto de bloqueio de Walewska e no contra-ataque de Érika, o Brasil virou o jogo (10 a 8). Instável, a Rússia passou a errar mais. O Brasil aumentou a distância no placar (18-13) e administrou a vantagem. No bloqueio em Gamova, a atleta mais alta do torneio (2 m) fechou o set em 25-18.
No segundo set, a Rússia mudou a estratégia e preferiu atacar pelo meio. Também melhorou na defesa e dificilmente um ataque brasileiro caía direto na quadra adversária. Elas chegaram a abrir seis pontos de vantagem (15 a 9).
Quando Waleswka foi para o saque, o placar apontava 21-17. Ela fez um ace e, na seqüência, a seleção "parou" a Rússia e fez oito pontos seguidos para fechar o set em 25-21. Mari foi a mais acionada e não decepcionou.
Ela mesma abriu o placar no terceiro set. Nesta parcial, a seleção passou a desperdiçar mais ataques. Foi assim que, de um empate em 21 a 21, as russas saíram em vantagem na reta final da parcial. O Brasil ainda tentou buscar, mas as européias mantiveram a vantagem e venceram o set em 25-22.
A quarta parcial também foi equilibrada. O Brasil obteve vantagem na reta final, num contra-ataque de Sassá e um bloqueio de Valeskinha (17 a 15). A liderança foi mantida até que a equipe chegou ao match point em 24 a 19. O Brasil tinha cinco oportunidades de fechar o jogo e perdeu todas.
Mais eficiente no ataque, a Rússia buscou o empate, obtido com bloqueio sobre Mari. As duas seleções trocaram oportunidades de fechar o set e, num ponto polêmico, com uma ataque russo no fundo da quadra do Brasil validado pelo árbitro, as russas fecharam em 28-26.
No tie-break, o Brasil começou melhor e chegou a abrir três pontos de vantagem. A Rússia tirou dois, mas, com dois contra-ataques concluídos por Mari, a seleção retomou a folga. (12 a 9).
Outra vez mostrando instabilidade na reta final, o Brasil cometeu novo erro -uma invasão de Mari. A Rússia encostou e depois buscou o empate no contra-ataque (13 a 13).
Ambas as equipes se revezaram na liderança do placar. O Brasil teve uma chance de liquidar a partida, mas não soube aproveitar. Por sua vez, Gamova pegou Virna no bloqueio, deu o match point à Rússia e, na seqüência, num ataque para fora de Mari, as européias conquistaram a vitória.
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