Evento na UFMA celebra legado de Maria Firmina dos Reis e fortalece representatividade na ciência

SÃO LUÍS – O Espaço Ciência Maria Firmina dos Reis (ECMFR), vinculado ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), realiza nesta quarta-feira (17), às 14h30, o evento “Café com Firmina”, uma celebração ao legado da escritora maranhense, primeira romancista negra do Brasil, educadora e abolicionista que desafiou as estruturas do século XIX.

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Café com Firmina celebra legado e representatividade na ciência

A programação tem como destaque a mesa-redonda “Maria Firmina – Legado e Inspiração”, que será mediada pela professora Dra. Maria do Carmo Alves da Cruz. O debate reúne nomes de relevância nacional: Dra. Dilercy Aragão Adler, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e pesquisadora da obra de Maria Firmina; Dr. Agenor Gomes, juiz de Direito e autor do livro Maria Firmina dos Reis e o cotidiano da escravidão no Brasil (2022), que trouxe à tona documentos inéditos; e Dra. Régia Agostinho da Silva, professora da UFMA e autora do recém-lançado Maria Firmina dos Reis: mulheres e poder no Brasil (2025).

Além da discussão acadêmica, o encontro terá um sarau com declamações de poemas de poetisas maranhenses, reforçando o diálogo entre a memória literária e a produção contemporânea. Para encerrar, será servido um coffee break, proporcionando um momento de confraternização entre público e convidados.

Com a iniciativa, a UFMA reafirma a importância de Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira, mulher negra e pioneira na luta por igualdade e liberdade, inspirando novas gerações de leitores, pesquisadores e artistas.

Mais sobre o Espaço Ciência Maria Firmina dos Reis

Criado em 2023 no Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Espaço Ciência Maria Firmina dos Reis (ECMFR) é um laboratório de pesquisa e extensão que desafia os modelos convencionais de divulgação científica, adotando uma abordagem decolonial e interseccional.

O ECMFR tem como objetivo fomentar uma formação cidadã crítica, incorporando discussões sobre gênero, raça, classe e sexualidade no âmbito científico. Ao contrário de museus e centros de ciência tradicionais, que muitas vezes reproduzem perspectivas eurocêntricas dominantes, o espaço valoriza e integra saberes quilombolas, indígenas e campesinos ao conhecimento acadêmico.

Estrutura e Núcleos

O ECMFR é organizado em três núcleos interligados, cada um com foco específico:

Núcleo Forma & Ação

Promove a formação de professores e oferece atividades lúdicas com perspectiva decolonial. Possui uma exposição permanente que evidencia a participação de mulheres negras, indígenas e pessoas LGBTQIP+ na história da ciência.

Laboratório Instrumental Beatriz Alvarenga (LIBA)

Espaço interativo com experimentos, jogos e atividades práticas, inspiradas no ensino investigativo e na cultura maker. O laboratório homenageia a engenheira Beatriz Alvarenga, pioneira no ensino experimental de Física no Brasil.

Núcleo Nossos Saberes

Destinado à valorização da cultura maranhense, o núcleo apresenta exposições desenvolvidas em parceria com comunidades tradicionais. Entre as atividades, destacam-se a produção de farinha, queijo coalho, o uso de plantas medicinais e a pesca artesanal, integrando ciência, arte e saberes populares.

 

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