Ocupação Itaú Cultural

Luisa Thiré fala sobre exposição do centenário da avó Tônia Carrero

Em conversa com o jornalista Pedro Sobrinho, na Mirante FM, ela comentou sobre a importância da avó para arte brasileira.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 26/08/2022 às 23h28

Foi aberta no último dia 13 de agosto para o público, no Itaú Cultural, em São Paulo, a Ocupação Tônia Carrero, com exposição que permanece em cartaz até 6 de novembro. Em entrevista ao jornalista PEDRO SOBRINHO, no PLUGADO, na MIRANTE FM, no último dia 15 de agosto, LUISA THIRÉ  falou sobre a Ocupação em homenagem a avó, TÔNIA CARRERO, nasceu em 23 de agosto de 1922 e morreu em 3 de março de 2018.

Ocupação Tônia Carrero no Itaú Cultural em SP

A história do teatro nacional, da teledramaturgia brasileira, do cinema. A história da minha avó se mistura com a história da nossa arte. Ela faz parte de uma geração que começou tudo isso pra gente e deixa este legado gigante pra todos nós. E quanto o significado da exposição, ela traz um acervo enorme de filmes, novelas, foram muitas coisas construídas em seis décadas dedicadas a cultura. E viver isso, estar envolvida, falando disso é importante pra mim e um presentão pra todo mundo que passar por São Paulo, passar pelo Itaú Cultural, pra ver muita história. É uma emoção gigante do que esta acontecendo em função deste centenário.

A exposição tem pesquisa, concepção, curadoria e realização da equipe Itaú Cultural, formada pelos núcleos de Artes Cênicas e da Enciclopédia. A cocuradoria é de Luisa Thiré e o projeto expográfico de Kleber Montanheiro.

- Eu tive a ideia da exposição. A minha avó morreu aos 95 anos. Quando ela faleceu, nós tínhamos um acervo grande dela...muitas fotografias, uma mais linda que a outra, ela foi a mulher mais linda do século que ela atravessou e fez muitas coisas. Muitas fotos maravilhosas e aí pensei quando for o centenário da minha avó eu vou fazer uma exposição grande, fazer um barulho e tal. Ano passado, fiz contato com o pessoal do Itaú Cultural, eles adoraram a ideia. Desde então começaram a trabalhar, uma equipe maravilhosa mergulhou fundo, fez uma pesquisa gigante, eles descobriram coisas que não sabia dela porque é muita história e começou antes de eu chegar. Eu sou de 70 e quando nasci a minha avó já estava fazendo muito sucesso. Com esta exposição, acho que a gente está comemorando de forma mais linda possível este centenário da minha avó. Se ela estivesse aqui não faria diferente, era isso o que ela queria. Ela sempre trabalhou muito e sempre teve orgulho das coisas que fazia, ela sempre se misturou com muita gente boa, muita gente importante. Enfim, não é uma história de uma pessoa só. Tem muita gente envolvida nessa história toda - elogia.  

Sétima Arte

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Durante este período, com mostra de filmes na plataforma de cinema brasileiro Itaú Cultural Play, encenação de Navalha na Carne, com LUISA THIRÉ no papel da prostituta Neusa Sueli, interpretada por sua avó na década de 1960; leitura dramática das memórias da atriz em seu livro, "O Monstro de Olhos Azuis, na atuação de seus netos, e uma série de quatro episódios do teleteatro, Tônia, um corpo político, sob direção de Fabiano Dadado de Freitas.

‍Junta-se a esta programação, um Almanaque – disponível no formato impresso e on-line –, o site e a playlist da Ocupação no Spotify, além de programação educativa diversa, presencial e virtual.

‍Como é vocação dessa série, em mais de 230 peças o visitante mergulha na vida, obra e processo de criação da homenageada, revelando também facetas suas menos conhecidas do público. São fotografias, audiovisuais, trechos de filmes, roteiros originais, documentos, jornais, bilhetes, cadernos de anotações da atriz, cartazes de filmes e peças, entre outros. Todo este material vem de fontes como o próprio baú de sua família, os arquivos da Cinemateca, TV Cultura, Instituto Moreira Salles, Museu da TV, Centro Cultural São Paulo, Arquivo Nacional e a coleção de figurinos de Marcelo Del Cima.

Tem bilhetinhos pessoais dirigidos a Tônia por Rubem Braga, eterno apaixonado por ela, e Adolfo Celi, o seu segundo marido. Eram muitos os amigos da atriz, o poeta Carlos Drummond de Andrade, a atriz Bibi Ferreira, o autor Manoel Carlos, os compositores Tom Jobim e Vinicius de Moraes, a escritora Clarice Lispector, o ator Paulo Autran, amigo-irmão da vida inteira. Também compõem a mostra, depoimentos gravados na atualidade pelo Itaú Cultural com seus familiares artistas; o ator e diretor Daniel Filho, que discorre sobre a sua atuação nos palcos, novelas e teatro, e Laís Bodanzky, que a dirigiu em 2008, no último filme de que ela participou, Chega de saudade, fazendo par com Leonardo Villar.

 

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