Com o tema deste ano 'Axixá Rumo aos 60 anos', o tradicional boi maranhense foi fundado em 1959 por Francisco Naiva, que acompanhado de Donato Alves, se tornaram autores de Bela Mocidade, a toada mais conhecida do boi de Axixá.
Atualmente, Leila Naiva, que herdou de seu pai Francisco Naiva, possui a missão de alegrar as noites de São João com o Boi de Axixá.
Apesar das dificuldades financeiras, o boi mantém a tradição há mais de cinco décadas e com ajuda de patrocínios, o grupo tradicional vem fazendo bonito nas festas juninas.
"Bumba meu boi é uma tradição e, além disso, gera emprego e renda. Ele movimenta a economia", acrescenta Leila Naiva.
RUMO AOS 60
Com 59 anos de existência, o mais antigo boi de orquestra está prestes a completar seu jubileu de diamante e no próximo ano, virá homenageando este marco histórico.
"Estamos nos preparando para os 60 anos, chamando ex-brincantes que gostam e querem participar desse marco, vai ser muito bonito pois queremos mostrar nossa história", comenta Naiva.
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Na contagem regressiva já para o ano que vem, Leila Naiva conta que não pode dar muitos detalhes, principalmente sobre como será as indumentárias do próximo ano, mas pôde adiantar: "Ano que vem vai ser muito esperado, mais que os outros anos por ser uma data especial. O boi de Axixá tem uma toada que diz o seguinte... 'Será que esse ano não vem o bumba boi de Axixá, que se recorda na memória, que ele tem nome na história, por isso não pode faltar...', essas letras tocaram muito desde criança e adolescente desde que eu ouvia, e elas fazem com que nós continuemos firmes".
Com toda a preciosidade, o boi de Axixá traz 120 componentes, dentre índias, vaqueiros campeadores, vaqueiros de fita, Pai Francisco e Mãe Catirina que juntos cantam a singularidade e riqueza do folclore maranhense.
Campeador desde que nasceu, Cristiano Naiva conta que o boi vem se renovando, “O boi de Axixá ano que vem completa 60 anos. E vem como nunca! Se renovando dentro das vertentes tradicionais e com esse desafio de inovar se mantendo tradicional. Ano que vem teremos coreografias arrojadas e uma indumentária inédita, que irá traduzir e remeter os velhos terreiros e momentos vividos. Promete a volta de muitos ex-brincantes que fizeram parte e contribuíram com a brincadeira.”
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Até para quem é novo brincante já é uma honra fazer parte dessa festa, as índias Joice Mendes e Cleuciane Rocha, contam melhor como é essa sensação.
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Ao ser questionada sobre o motivo o qual fez entrar no boi, Cleuciane Rocha, índia destaque do boi conta: “Sem dúvidas, pela história! Eu vi que é um boi que mantém a tradição, vejo que Leila Naiva carrega esse boi há tanto tempo, com tanto amor e lutando sempre para manter aquela tradição, e era isso que eu buscava, um boi que têm história e acima de tudo, tradição!”
"Para mim, é a maior tristeza do mundo se alguém disser 'Eita, essa menina acabou com o boi, a Leila acabou com o Boi de Axixá', e graças a Deus, eu tenho só ouvido as pessoas falarem 'O boi de Axixá cresceu ainda mais, depois que ela pegou o boi', embora eu cobre muito de mim, principalmente, quando vejo que algo não está perfeito, mesmo com as pessoas falando que está lindo", desabafa Leila.
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O DIFERENCIAL
O bumba boi de Axixá faz questão de trazer os brincantes naturais da região do Munim todos os anos, principalmente seus vaqueiros de fita, que deixam sua família na época do São João para se dedicarem fielmente ao boi.
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Índia de frente, Cleuciane, explica: “O sotaque do Munim é diferente de todos os outros, além dos instrumentos que não entram no nosso boi e a questão desse ano temos adotado ao violão, já que em outros bois de orquestra utilizam de diversos instrumentos enquanto outros bois tocam diversos instrumentos, o sotaque do Axixá é característico da região, tanto que a maioria das pessoas da orquestra fazem parte de lá.” completa a índia.
AH….. MINHA BELA MOCIDADE
O tradicional bumba-boi é conhecido pelo seu repertório completamente original, entre as toadas mais conhecidas temos: Bela Mocidade, Axixá Minha Terra e No Mês de Maio.
"Nossos cantadores são meios metidos, eles não gostam de tocar músicas de outros bois", brinca Leila.
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Bela Mocidade é conhecida nacionalmente, e já foi regravada por outros artistas como Maria Bethânia, Papete, Zeca Baleiros, entre outros.
O LEGADO
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Prestes a ter 60 anos de existência, o boi construiu um legado, o qual mantém vivo ao passar dos anos.
Rosana Veras, índia do boi de Axixá há dez anos, conta: "Aprendi aqui o que é a cultura popular, foi através do Bumba-Boi De Axixá que eu tive a satisfação de conhecer o Francisco Naiva e Donato Alves entre outros grandes nomes que já se foram e deixam saudades. O boi é um amor que me faz sentir viva, possui uma história linda e admirável, passando assim toda essa maravilha para nossa representante Leila Naiva que hoje comanda esse grupo com muito amor e dedicação, além de claro, nos encher de orgulho. Tenho 10 anos de boi e ele representa uma pequena cidade onde seu povo é hospitaleiro, além de ser a cidade a qual minha família reside, e pra mim é um orgulho imenso o boi de Axixá, pois ele é tradicional e mantém viva toda uma história de amor pela sua cidade".
Leila Naiva, faz questão de manter essa tradição viva, a brincante mais antiga por exemplo, que é avó de uma das índias e já foi até coroada. Além de possuir brincantes naturais de Axixá, onde a mesma faz questão de pagar todo o transporte para que os brincantes venham e possam voltar em segurança.
Ao lembrar do boi, Naiva se emociona e conta: "O boi de Axixá é 60 anos, ele já enraizou esse amor, é uma coisa tão forte que eu desconheço algo mais forte que isso."
Agora basta aguardar o Boi de Axixá, que virá alegrar, com suas belas toadas em 2019.
Confira a galeria de fotos que o Na Mira separou para você:
Rumos aos 60 anos, o bumba-boi de Axixá mantém tradição
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