PH Revista: Natália Seipel é a nossa capa
E mais: Série especial Mulheres Vivas
CLIQUE AQUI E LEIA O PH REVISTA NA ÍNTEGRA
“Vitória” deixa muito a desejar
O filme “Vitória”, em cartaz nos cinemas de São Luís, tem a icônica Fernanda Montenegro, mas não tem mais nada
Há, no papel, motivos suficientes para ficarmos intrigados por “Vitória”: história verídica do Rio de Janeiro dos anos 2000 com Fernanda Montenegro no papel principal, o de uma idosa que decide pôr mãos à obra e denunciar os traficantes que aterrorizam a favela para a qual o seu apartamento tem vista, com a cantora e atriz Linn da Quebrada (subaproveitadíssima) no papel de uma vizinha com quem trava amizade.
Há também uma tragédia ligada ao filme: o diretor e co-argumentista Breno Silveira morreu subitamente, aos 58 anos, no início das filmagens, com Andrucha Waddington, seu sócio na produtora Conspiração e ele próprio cineasta experiente, a tomar as rédeas.
É, por tudo isto, duplamente decepcionante que o filme acabado seja objeto tão anônimo e tão pouco estimulante, mais próximo da lisura narrativa certinha da telenovela, com as suas personagens sendo meras “abreviaturas” de gente real, sem espessura para além da aparência, sem permitir sequer a uma atriz como Fernanda Montenegro libertar todos os seus recursos.
Quem esperava um grande filme se decepcionou
Todos os meus amigos que foram ao cinema ontem à noite não esconderam uma certa decepção com “Vitória”.
Veja-se a sua Josefina: a idosa que não quer abdicar do cantinho de Copacabana para o qual trabalhou toda a sua vida é apresentada como reserva moral de uma ideia de sociedade civil, sabotada pela corrupção cotidiana do Brasil contemporâneo. É como se o casting da atriz fosse um atalho que convoca imediatamente a empatia do espectador, e nesse processo obvie a necessidade de ir mais a fundo na psicologia e na história da personagem (despachada a correr num par de diálogos que surgem já bastante tarde no filme).
Mas não chega ter Fernanda Montenegro nem esperar que a sua presença possa resolver os problemas de uma narrativa que parece repetir todos os lugares-comuns pós-Cidade de Deus de Rio de Janeiro/favela/droga. Convém ter ideias e, por exemplo, há uma que se impõe logo: uma Janela Indiscreta carioca, ou não fosse Montenegro um equivalente de James Stewart a filmar o que se passa nas traseiras como prova para a polícia.
“Vitória” poderia ter sido outra coisa
Usar esse recurso como motivo do filme não deve ter passado pela cabeça de Andrucha Waddington, que prefere diluí-lo no anonimato de um qualquer “filme Netflix”, mero mecanismo de “transmissão de conteúdo narrativo”, limado até nenhuma personalidade sobrar a não ser um máximo denominador comum que não ofenda ninguém.
Digamos que “Vitória” está mais do lado dos vizinhos de Josefina, que nas reuniões de condomínio querem apenas que os deixem sossegados e preferem ignorar a ameaça maior dos traficantes do outro lado da rua.
Assim se perde um filme que podia ter sido outra coisa, assim se perde uma atriz capaz e merecedora de melhor.
Cleuba Verri celebra 90 anos
São nove décadas de risadas, de amor e de superação. Filhos e amigos da maranhense Cleuba Verri Pinheiro vão celebrar, com uma grande festa no Rio de Janeiro, onde a aniversariante reside há muitos anos com os filhos Heckel e Raquel, essa incrível jornada de bem vividos 90 anos.
Tudo indica que será uma celebração repleta de emoção na Casa Julieta de Serpa, pois chegar aos 90 anos é uma dádiva que merece ser compartilhada.
Na próxima terça-feira, 18 de março, portanto, serão erguidas as taças de champagne em honra aos 90 anos de uma vida cheia de realizações.
DE RELANCE
FIEMA e Conselhos
Representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) participaram esta semana de reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente (CTMA) da Federação das Indústrias do Maranhão (FIEMA).
O objetivo do encontro foi estimular a participação do empresariado industrial maranhense nos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente (Consema) e de Recursos Hídricos (Conerh), que têm eleições agendadas para junho.
Lennise Portela, secretária executiva do Consema e do Conerh, destacou que o período de inscrições se encerrará dia 10 de abril e que o objetivo desses encontros é mobilizar tanto o setor empresarial quanto a sociedade civil para que se engajem ativamente na formulação de políticas públicas que impactam diretamente o meio ambiente e a gestão dos recursos hídricos no estado.
O vice-presidente executivo da FIEMA, Benedito Mendes, que também é presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da Federação, conduziu a reunião. Ele disse que a entidade está de portas abertas para discutir questões ambientais e econômicas e destacou a importância da participação do empresariado em órgãos consultivos e deliberativos como os conselhos.
Série especial Mulheres Vivas
Neste mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, a TV UFMA apresenta a série especial Mulheres Vivas, que celebra o protagonismo feminino contando histórias de vida e superação, luta e conquista de mulheres marcantes.
Realizado pelo CriaLab|UEG e a UEG TV, a série apresenta relatos inspiradores de mulheres que superaram situações de violência e reconstruíram suas vidas.
O Mulheres Vivas surge como uma plataforma para discutir as formas de violência contra a mulher, trazendo não apenas a dimensão do problema, mas, sobretudo, uma perspectiva de esperança e resiliência.
Série especial Mulheres Vivas...2
São depoimentos que exploram a superação da violência doméstica, sexual e social, a maternidade e as imposições do mercado de trabalho, a falta de oportunidades educacionais, o preconceito e violência de gênero em contextos políticos e no trabalho, a transfobia, o machismo e o avanço de pautas conservadoras no cenário mundial.
Continua após a publicidade..
Para o coordenador de programação da emissora, Rafael Batista, iniciativas, a exemplo da série especial Mulheres Vivas, mostram o potencial da comunicação pública em dar voz a quem precisa ser ouvido e em garantir que temas essenciais sejam discutidos de forma acessível e plural.
“Trazer esse debate para a TV UFMA reforça a importância da parceria entre as universidades na produção de conteúdo que promovam o conhecimento, a cidadania e a transformação social”, afirmou o coordenador.
Período de chuvas intensas
A Defesa Civil Nacional reuniu estados do Nordeste, órgãos de monitoramento e de diversas massas do Governo Federal que compõe o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil para alinhar estratégias diante das variações hidrológicas para a região.
O Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet alerta para chuvas intensas, acima da média na bacia do Parnaíba, impactando cidades como Teresina, Fortaleza e São Luís.
Já capitais como Recife, Salvador e Maceió desligaram a atenção para riscos de inundações e penetrações já nos próximos dias.
Para escrever na pedra:
"É melhor sair muito bem do que já velho". De José Sarney
TRIVIAL VARIADO
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) calculou em US$ 1,5 bilhão a perda em exportações do setor siderúrgico brasileiro com as novas tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos ao aço este ano e queda na produção de quase 700 mil toneladas.
Começou a valer na última quarta-feira a nova taxação, inclusive para o Brasil que exporta mais de 50% do produto para os EUA.
“Isso se deve ao fato de que os Estados Unidos são um mercado muito importante para o aço brasileiro. Em 2024, último dado de ano fechado que nós temos, eles foram destino de mais da metade das exportações.
Portanto, é um mercado crucial de aço para o Brasil e daí a importância de se lidar com essa questão”, explica Fernando Ribeiro, coordenador de Relações Econômicas Internacionais do Ipea. em nota divulgada pelo Ipea.
Diante do peso do mercado americano para a indústria siderúrgica brasileira, o Instituto Aço Brasil e as empresas associadas, em nota divulgada na quarta-feira, afirmam que “mantêm a expectativa de que, com a abertura do canal de diálogo pelo governo brasileiro com o governo norte-americano, seja possível prosseguir com as negociações para reestabelecer as bases do sistema de importação construído no primeiro governo de Donald Trump com o Brasil, em 2018, e que vigorou até a última terça-feira”.
No primeiro governo Trump, foram estabelecidas cotas de entrada de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e 687 mil toneladas de laminados, isentas de impostos, segundo a entidade.
Mas, na última sexta-feira, os CEOs das três maiores siderúrgicas americanas pediram ao presidente Donald Trump que resista a fazer qualquer concessão na decisão de taxar em 25% todas as importações de aço.
Eles afirmam que trocar a taxação por cotas, medida adotada na primeira gestão do republicano, não adiantou e que manter as tarifas anunciadas como estão é questão de segurança nacional.
Pelo estudo do Ipea, as novas tarifas de Trump podem gerar queda de 2,19% da produção, contração de 11,27% das exportações do metal e redução de 1,09% das importações.
Pelos cálculos de Ribeiro, o efeito no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será residual, de apenas -0,01% e de -0,03% nas exportações totais. Ribeiro defende uma negociação para manter a situação como era antes da nova taxação:
“O Brasil tem uma indústria siderúrgica bastante desenvolvida, bastante forte e que exporta, principalmente produtos semiacabados. É importante que o país busque algum tipo de negociação para o governo americano para reverter essa medida e impedir que isso possa trazer prejuízos para o setor”, diz Ribeiro.
Segundo a nota do Instituto Aço Brasil, a indústria brasileira respondeu por 60% da demanda das usinas dos Estados Unidos por placas, de 5,6 milhões de toneladas.
“O Aço Brasil reafirma que o não reestabelecimento do acordo trará perdas não só para a indústria de aço brasileira, mas também para a indústria do aço norte-americana”.
Os dois passos para lá, dois para cá encetados por Donald Trump na política comercial poderiam ser apenas reflexo de sua desorientação ou inépcia para essa dança – não fossem, antes disso, uma tragédia para a economia.
Em fevereiro, Trump anunciou que elevaria alíquotas sobre produtos importados de Canadá, México e China. Dois dias depois, voltou atrás em relação aos vizinhos e suspendeu a medida por um mês.
Passados 30 dias, começou a valer a nova tarifa de 25%. Em 48 horas, nova reviravolta. Produtos que fazem parte do acordo de livre-comércio da América do Norte ficaram isentos por mais 30 dias (prazo que poderá ser estendido).
Nas tarifas baixadas sobre aço e alumínio, também abriu exceção para o setor automotivo. Para alguém que se considera um exímio negociador, esse tipo de vaivém pode fazer sentido. Para o mundo – em particular as empresas afetadas –, a reação tem variado da perplexidade ao desespero.
Com as reviravoltas, Trump semeia dúvidas sobre suas próprias decisões. Na feliz imagem do Wall Street Journal, ninguém sabe de que “lado da cama Trump acordará amanhã”. Seus volta-faces estão longe de ser correção de rumo indolor ou reconhecimento de erros.
A indefinição e a sensação que tudo pode mudar com um post numa rede social adiam decisões de investimento e tornam tudo imprevisível.
Para os negócios, pior que ter de aumentar preços para arcar com tarifas mais altas é não poder planejar nada por não saber que tarifa estará em vigor nos próximos meses.PH
Saiba Mais
As opiniões, crenças e posicionamentos expostos em artigos e/ou textos de opinião não representam a posição do Imirante.com. A responsabilidade pelas publicações destes restringe-se aos respectivos autores.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+Namira