Bacabal

Inquérito aponta que não houve negligência no Socorrão de Bacabal

Segundo a delegada Clenir Reis, não houve negligência no atendimento à menina Mayane.

Louremar Fernandes/Mirante FM Bacabal

Atualizada em 27/03/2022 às 12h41

BACABAL – A delegada Clenir Reis concluiu o inquérito que apurou se houve negligência no atendimento à menina Mayane Cleide Conceição Costa (3 anos). Segundo a mãe da criança, ela teria falecido em decorrência do atendimento ineficiente que não diagnosticou uma fratura na costela. A conclusão da delegada é de que houve pronto atendimento no Socorrão de Bacabal.

Segundo Margarete Silva Costa, no dia 16 de janeiro, sua filha sofreu uma queda da rede e começou a sentir dores e inchaço no braço. Com sintomas de que houvesse uma fratura, foi levada até o hospital Laura Vasconcelos, onde funciona o pronto-socorro de Bacabal. O diagnóstico médico foi de uma luxação no braço direito da criança.

Mayane continuou sentindo dores e passou a apresentar febre. No dia 18, foi novamente levada por sua mãe para o mesmo hospital, no receituário com papel timbrado do hospital público, entregue pela mãe à imprensa, o médico, identificado como Paulo (carimbo e rubrica ilegível), receitou apenas Biofenac e uma tala para o braço da criança. Foi anotada ainda, a recomendação de que a paciente retornasse no dia 26 de janeiro. No dia seguinte, a mãe declarou que retornou novamente ao hospital às 7h, e só foi atendida apenas às 11h depois da chegada de uma equipe da TV Mearim.

Falecimento

Como o quadro de saúde da criança apresentava piora, a menina foi encaminhada para São Luís. Ficou internada no Socorrão II onde faleceu na madrugada do dia 27 de janeiro.

Segundo a mãe da criança, a menina apresentou 3 costelas quebradas e um quadro de pneumonia que a levou à morte. Segundo ela, os médicos de São Luís chegaram a comentar que se a criança houvesse recebido atendimento médico a tempo, teria sido salva.

A denúncia da mãe de Mayane teve repercussão nacional. Na época da denúncia, a reportagem da Mirante FM de Bacabal tentou contato com um dos médicos Paulo (do receituário), com o diretor do Socorrão, Marcos Lins, e com o secretário de saúde, Lílio Estrela, mas nenhum deles quis falar ou foi localizado.

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O Imirante.com, tentou contato com a Secretaria de Saúde, mas também não obteve sucesso. No dia 31 de janeiro o diretor do pronto-socorro emitiu nota dando conta de que havia determinado abertura de um inquérito administrativo para apurar denúncia, com prazo de conclusão de 90 dias.

No mesmo dia, o juiz Roberto de Paula resolveu determinar a abertura de uma investigação policial para apurar o caso. Foi designado para o caso, o delegado Jader Alves que posteriormente repassou a função para a delegada Clenir Reis.

Inquérito

A delegada ouviu 33 pessoas no inquérito. Segundo a delegada Clenir Reis, contactada por telefone pela Mirante FM de Bacabal, em sua conclusão pessoal ela vislumbrou que não houve negligência no Socorrão de Bacabal.

A delegada afirma que a menina foi medicada corretamente. O problema que a delegada encontrou durante a investigação, foi na história contada pela mãe da criança. Ela disse ter apurado que a menina Mayane sofria maus tratos por parte da mãe, e que a lesão poderia ter ocorrido após uma queda de rede no dia 28 de dezembro. Segundo a delegada, houve um lapso temporal, entre a queda e a procura de atendimento hospitalar feito pela mãe. No inquérito, não fica claro se houve fratura ou não.

A delegada concluiu ainda, que a mãe da criança faltou com a verdade ao dizer que procurou atendimento em um posto de saúde do bairro Novo Bacabal. A evidência para isso, segundo a delegada Clenir Reis, é que no posto de saúde não há nenhuma ficha com os dados da criança.

Outra falha encontrada por ela é que não foi a mãe da criança que a levou para o primeiro atendimento, e sim uma tia. O inquérito foi encaminhado para a Justiça e posteriormente ao Ministério Público para as devidas providências legais.

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