BARREIRINHAS - Os servidores do Hospital São Lucas, no município de Barreirinhas, completaram ontem 20 dias de greve. A paralisação ocorre devido a seis meses de atraso no pagamento dos salários e à falta de equipamentos médico-hospitalares na unidade. De propriedade da Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (Amai), o São Lucas é o único hospital do município.
Com a paralisação dos profissionais, somente os pacientes que apresentam risco de morte e parturientes estão sendo atendidos no Hospital São Lucas. “Atendemos 2.500 pessoas/mês na urgência e emergência do hospital. Com a paralisação, atendemos aos casos que impliquem risco de morte e às cirurgias para cesarianas”, declarou o diretor do hospital, o médico Fernando Gonçalves.
O Hospital São Lucas é particular, mas presta serviço público de saúde, com recursos oriundos da Prefeitura e do governo estadual. Trabalham no hospital São Lucas oito médicos e 88 servidores técnicos. “A greve será encerrada depois que a Prefeitura pagar três meses dos seis que estão atrasados. Além de suspender o atendimento de pacientes vindos dos municípios vizinhos”, afirmou o diretor do hospital.
LIMINAR
Há 15 dias, o Ministério Público Estadual (MP) ajuizou uma ação com pedido de liminar, na Justiça Estadual, contra a prefeitura de Barreirinhas, administrada por Milton Dias Filho (PT), para que fosse prontamente restabelecido os serviços de atendimento da Saúde no município.
Na sexta-feira última, o juiz da Comarca Fernando Oliveira Júnior acatou a solicitação do MP, determinando que a Prefeitura de Barreirinhas restabeleça imediatamente os serviços de internação e semi-internação na cidade.
“A Prefeitura de Barreirinhas terá que voltar a oferecer os serviços de saúde imediatamente. Caso contrário, estão previstas multa diária e responsabilidade penal por desobediência da ordem judicial”, determinou o juiz. Mas a Prefeitura poderá recorrer da decisão.
O promotor Reinaldo Campos Castro Júnior instaurou inquérito civil para apurar supostas denúncias de corrupção e falta de qualidade nos serviços médicos oferecidos pelo Hospital São Lucas. Segundo o promotor, independente do culpado, a má aplicação de recursos da saúde foi o motivo da paralisação do atendimento de saúde no município, sendo determinante para o ajuizamento da Ação Civil Pública contra a Prefeitura de Barreirinhas.
“A situação é meio caótica. Temos ainda medicamentos no hospital, mas os instrumentos estão muito defasados. Fazemos somente cesarianas no centro cirúrgico, outro procedimento não pode ser feito”, afirmou Gonçalves. Por telefone, O Estado tentou contatar o secretário municipal de Saúde, César Roberto Matos dos Santos, mas não obteve êxito.
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