Rio de Janeiro - A Congregação Espírita Umbandista do Brasil promoveu na tarde de hoje (28) uma procissão motorizada pelas ruas do centro e da zona sul do Rio de Janeiro para celebrar a passagem do ano e homenagear Iemanjá.
A procissão, segundo os organizadores do evento, adotado pela prefeitura da cidade, culminou com a entrega à rainha do mar do 9º Barco a Iemanjá , uma cópia de embarcação, de 5 metros, com oferendas à rainha do mar.
Como já vem se tornando tradição na cidade, a procissão motorizada teve início na Rua Sampaio Ferraz, no Estácio, zona norte da cidade. O destino final foi a Praia de Copacabana.
A procissão cruzou seis bairros da cidade: Estácio (de onde a procissão motorizada saiu), Lapa, Glória, Catete, Flamengo e Botafogo. Das janelas as pessoas acenavam e saudavam a passagem da rainha do mar – um dos muitos nomes pelo qual o orixá é conhecido.
O cortejo - durante todo o percurso acompanhado por batedores da Polícia Militar, da Guarda Municipal e da Cet-Rio, além de um grupo de motoqueiros conhecidos como Cavaleiros da Arte Real - chegou a Copacabana às 17 horas onde vários fiéis já o aguardavam.
A imagem seguiu durante todo o percurso em uma carreta apoiada em caminhonete do Corpo de Bombeiros. A procissão era precedida por carros e ônibus que levavam os fiéis. Entoando cânticos religiosos, dançando e com palavras de saudação à deusa do mar, mesmo sob sol forte e muito calor, centenas de fiéis se misturaram, ao chegar à praia, aos banhistas e turistas. Eles sairam em procissão a pé por pequeno trecho entre os postos 4 e 3 da Avenida Atlântica.
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No Posto 3, na intercessão da Rua Paula Freitas com a Avenida Atlântica, foram montadas duas tendas e uma grande mesa, sobre a qual foram colocados cestos com frutas, palmas e bijuterias, como brincos, colares e pulseiras. Tudo foi ofertado a Iemanjá – nome dado na umbanda à imagem de Nossa Senhora da Glória.
Orixá feminino mais popular do Brasil, e um dos mais reverenciados, Iemanjá é mãe de vários orixás, e também conhecida como Janaína, Inaê, e Princesa de Aioká (como os negros bantos chamavam o fundo do mar). Formosa e vaidosa, atribui-se à deusa de cabelos longos e perfumados o gosto e o prazer de receber flores, água de cheiro, pente e espelho.
Na avaliação da presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Fátima Damas, a procissão teve como objetivo “resgatar uma tradição de mais de 80 anos, quando todos os terreiros de umbanda se concentravam nas areias de Copacabana”.
Com o crescimento da queima de fogos no réveillon da cidade os seguidores da umbanda tiveram, segundo Damas, de procurar outras praias para realizar seus cultos, daí a antecipação da homenagem, explicou Damas à Agência Brasil.
“Antecipando a virada do ano, no dia 29, vamos para a praia para agradecer o ano que termina e, com o coração cheio de esperança e de amor, aproveitar para pedir a Iemanjá – a mãe de todos, a senhora das águas – graças para o ano que está começando”.
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