BRASIL - Nova tecnologia em desenvolvimento pretende revolucionar o monitoramento da biodiversidade na floresta amazônica, com a identificação de espécies por imagem e som e transmissão remota de dados.
O projeto, chamado Providence, é do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em parceria com o Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), The Sense of Silence Foundation e Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Financiado pela Fundação Moore, da Califórnia, nos Estados Unidos, a primeira fase do projeto tem duração de 18 meses com o desenvolvimento da tecnologia e o teste dos protótipos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas.
"Uma das principais preocupações dos cientistas em todo o mundo é a biodiversidade e a extinção das espécies. Ter uma avaliação precisa da biodiversidade de uma área como a Amazônia é essencial, porque podemos ter ideia sobre o impacto das atividades humanas nesse ambiente natural", disse o pesquisador Emiliano Ramalho, coordenador de monitoramento do Instituto Mamirauá e coordenador do projeto.
Desafios
De acordo com o diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá, João Valsecchi do Amaral, a tecnologia deverá contribuir para a solução de desafios encontrados pelos pesquisadores durante as atividades de monitoramento de animais em vida livre, com metodologias utilizadas atualmente, como é o caso das armadilhas fotográficas.
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"A ideia é que essa tecnologia possa abranger um número maior de grupos taxonômicos, diminuindo os custos do monitoramento. A nova tecnologia também permitirá reduzir o esforço de campo, principalmente devido a questões relacionadas à menor necessidade de manutenção em campo, facilidade de instalação e automação do resgate dos dados", explicou.
O monitoramento de biodiversidade é utilizado por pesquisadores para fornecer dados que visam contribuir, por exemplo, para as estratégias de conservação de espécies, criação e gestão de unidades de conservação e avaliação dos possíveis impactos do desmatamento ou de mudanças climáticas no ecossistema.
Parceiros
As quatro instituições possuem experiência em pesquisas sobre a vida selvagem na Amazônia ou no desenvolvimento de tecnologias para subsidiar atividades científicas. O Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas, que também participa do projeto, possui experiência em engenharia de sistemas, desenvolvimento de software e redes de sensores.
The Sense of Silence Foundation é uma instituição pública dedicada ao ensino superior e à pesquisa especializada em engenharia e tecnologia. Já a Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) é uma instituição australiana que participa do projeto com o Autonomous Systems Lab, que desenvolve pesquisa em robótica, redes de sensores e sistemas autônomos.
"Desenvolveremos conjuntamente essa tecnologia. Trabalhamos no conceito conjuntamente. Juntos, temos as capacidades necessárias para o desenvolvimento da tecnologia e toda a expertise para os testes, aprimoramentos necessários e aplicação do equipamento em campo", disse João Valsecchi do Amaral.
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