Economia

Sem vetos, Lula sanciona Lei da Reciprocidade Comercial

Texto autoriza governo a adotar medidas contra tarifas comerciais.

Pedro Rafael Vilela / AgĂȘncia Brasil

O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva.
O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva. (Fabio Rodrigues-Pozzebom / AgĂȘncia Brasil)

BRASÍLIA - O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva sancionou nesta sexta-feira (11) o projeto de lei que cria a Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra paĂ­ses e blocos que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil no mercado global. A informação foi confirmada pelo PalĂĄcio do Planalto. 

O texto, que serå publicado no Diårio Oficial da União (DOU) da próxima segunda-feira (14), foi aprovado pelo Congresso Nacional hå cerca de 10 dias e aguardava a sanção presidencial para entrar em vigor. Não houve vetos.

A nova lei Ă© uma resposta Ă  escalada da guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a maioria dos paĂ­ses do mundo, mas que se intensificou nos Ășltimos dias de forma mais especĂ­fica contra a China.  

No caso do Brasil, a tarifa imposta pelos EUA foi de 10% sobre todos os produtos exportados para o mercado norte-americano. A exceção nessa margem de tarifas são o aço e o alumínio, cuja sobretaxa imposta pelos norte-americanos foi de 25%, afetando de forma significativa empresas brasileiras, que constituem os terceiros maiores exportadores desses metais para os EUA.

Continua apĂłs a publicidade..

Em discurso durante a 9ÂȘ CĂșpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, na Ășltima quarta-feira (9), Lula voltou a criticar a adoção de tarifas comerciais. No mesmo dia, ele tambĂ©m disse que usarĂĄ todas as formas de negociação possĂ­veis, incluindo abertura de processo na Organização Mundial do ComĂ©rcio (OMC), para tentar reverter as tarifas, antes de adotar açÔes comerciais retaliatĂłrias.

Nova Lei

A Lei da Reciprocidade Comercial estabelece critérios para respostas a açÔes, políticas ou pråticas unilaterais de país ou bloco econÎmico que "impactem negativamente a competitividade internacional brasileira". A norma valerå para países ou blocos que "interfiram nas escolhas legítimas e soberanas do Brasil".

No Artigo 3Âș do texto da lei, por exemplo, fica autorizado o Conselho EstratĂ©gico da CĂąmara de ComĂ©rcio Exterior (Camex), ligado ao Executivo, a "adotar contramedidas na forma de restrição Ă s importaçÔes de bens e serviços", prevendo ainda medidas de negociação entre as partes antes de qualquer decisĂŁo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa pågina no Facebook e Youtube. Envie informaçÔes à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.