Pesquisa Quaest

Declarações de Lula sobre operação no Rio derrubam aprovação do governo

Diretor da Quaest, Felipe Nunes, afirmou que falas de Lula sobre operação policial no Rio de Janeiro provocaram queda na sua aprovação.

Ipolítica

Lula teve queda em pesquisa após fala sobre operação policial (Ricardo Stuckert / PR)

BRASÍLIA – As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a megaoperação no Rio de Janeiro tiveram impacto negativo na avaliação do governo federal, segundo análise do diretor da Quaest, Felipe Nunes. De acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (12), as falas do presidente frearam a tendência de melhora da popularidade registrada desde julho.

“As falas de Lula sobre a operação no Rio repercutiram mal. No país, 81% discordaram da declaração sugerindo que traficantes seriam ‘vítimas dos usuários’ — proporção semelhante à vista no Rio de Janeiro há uma semana”, afirmou Nunes.

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Os dados da pesquisa mostram que a aprovação do governo oscilou negativamente, enquanto a desaprovação cresceu:

Aprovação: 47% (eram 48% em outubro)
Desaprovação: 50% (eram 49%)
Não sabe/não respondeu: 3% (mantido)

Os percentuais configuram um empate técnico entre aprovação e desaprovação, cenário semelhante ao de outubro.

Fatores que influenciaram os resultados

Felipe Nunes aponta três fatores principais para o atual cenário:

No campo positivo para o governo, há uma melhora na percepção sobre a inflação. Caiu de 63% para 58% o número de brasileiros que acreditam que os preços subiram — o menor índice desde dezembro de 2023. Além disso, o encontro entre Lula e Donald Trump foi bem avaliado por parte dos entrevistados: 45% consideram que o presidente saiu mais fortalecido, enquanto 30% acham que ele saiu enfraquecido.

No campo negativo, pesaram as declarações do presidente sobre a operação no Rio de Janeiro. Segundo o levantamento, 81% dos entrevistados discordaram da fala de Lula de que traficantes seriam vítimas dos usuários — e 51% acreditam que essa é uma opinião sincera do presidente, e não um mal-entendido. Além disso, 57% discordaram da avaliação de que a operação foi “desastrosa".

Impacto no eleitorado independente

O principal prejuízo, segundo Nunes, ocorreu entre os eleitores independentes — grupo que não se identifica nem com Lula nem com Jair Bolsonaro.

Em outubro, havia empate técnico nesse segmento: 46% aprovavam e 48% desaprovavam o governo. Em novembro, a desaprovação subiu para 52%, enquanto a aprovação caiu para 43%. A margem de erro para esse grupo é de quatro pontos percentuais.

“Se o tarifaço mudou a trajetória da aprovação a favor do Lula, a pauta da segurança pública interrompeu a lua de mel tardia do governo com o eleitorado independente. Foi justamente nesse grupo que a tendência de melhora se inverteu”, concluiu Nunes.

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