Projeto de extensão da UemaSul proporciona compreensão da literatura surda
Um dos objetivos do projeto são de proporcionar aos alunos surdos e ouvintes da educação básica a compreensão e o exercício da literatura surda a partir de encenações teatrais
IMPERATRIZ - O curso de letras, língua portuguesa e literaturas, do Centro de Ciências Sociais, Humanas e Letras (CCHSL), da UemaSul está desenvolvendo o projeto de extensão ‘Literatura surda: mãos que falam’. Os objetivos do projeto são de proporcionar aos alunos surdos e ouvintes da educação básica a compreensão e o exercício da literatura surda a partir de encenações teatrais, refletir sobre as obras literárias surdas existentes no Brasil, adaptar obra literária e produzir e apresentar a encenação de um espetáculo teatral surdo para a comunidade surda e ouvintes.
A peça teatral apresentada será ‘O auto da compadesurda: o juízo final’ que é uma adaptação do Auto da compadecida, de Ariano Suassuna. O projeto faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (Pibext) e é coordenado pela professora Cláudia Lúcia Alves, com a participação de uma acadêmica bolsista, cinco acadêmicos voluntários e um colaborador externo.
A bolsista Ramayane Almeida dos Santos de Aquino está no oitavo período do curso de letras. Ela falou sobre a importância de participar do projeto para sua futura vida profissional. “Sou extremamente interessada na área de libras. É algo que pretendo trabalhar futuramente. Penso no mestrado nessa área também, por isso o projeto contribui mais ainda para os próximos passos que pretendo tomar em minha vida”.
As atividades, que iniciaram em janeiro deste ano proporcionam uma discussão efetiva sobre a inclusão de alunos surdos no espaço educacional na educação básica e na educação superior, fortalecendo os estudos da Libras na UemaSul, e, consequentemente, contribuindo para a inclusão de pessoas surdas no espaço educacional.
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A ideia nasceu da necessidade de uma compreensão maior acerca da literatura surda. “Estamos propondo neste estudo investigativo uma reflexão sobre este modelo literário a partir de oficinas pedagógica teatrais com alunos surdos da educação básica e estudantes ouvintes que se identifiquem com a área, com o intuito de fomentar os seus conhecimentos”, explicou a coordenadora Cláudia Lúcia Alves.
A professora Cláudia explicou ainda que a falta do conhecimento da Libras é uma das causas da evasão escolar. “Dentre as principais causas para a desistência do aluno surdo do espaço educacional, podemos citar como uma das barreiras, o não envolvimento em atividades pedagógicas, onde geralmente o público participante é de alunos ouvintes, e uma outra barreira, é o não conhecimento da língua de sinais por parte dos professores”.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como língua oficial no país por meio da Lei nº 10.436. A Lei se destina a assegurar o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoas com deficiências, visando a inclusão social e a cidadania.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população brasileira é composta por pessoas surdas, o que corresponde a aproximadamente 10 milhões de habitantes. Deste total, 2,7 milhões de pessoas possuem surdez profunda, o que significa que, aproximadamente 2 milhões de pessoas fazem uso da língua de sinais e 68% encontram-se em idade escolar, sendo 61% na educação básica e 7% no ensino superior.
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