PF investiga grupo que recrutava maranhenses como 'mulas' para o tráfico internacional de drogas
Após serem aliciados, os maranhenses ingeriam a droga ou as escondia na bagagem, com o principal destino a Europa.
IMPERATRIZ - A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (26), no Maranhão e em outros três estados, a operação 'Narco-Diáspora', visando combater a atuação de um grupo criminoso especializado em aliciar e enviar brasileiros para a Europa, na condição de 'mulas', com drogas escondidas em seus corpos e bagagens.
De acordo com a PF, foram cumpridos 13 Mandados de Busca e Apreensão nas residências dos alvos e em empresas investigadas, além do bloqueio de valores existentes em contas bancárias e/ou aplicações financeiras, de veículos que se encontrem em nome dos investigados, bem como de imóveis registrados em seus nomes.
Conforme informado pela Polícia Federal, foram cumpridos 13 Mandados de Busca e Apreensão, abrangendo as residências dos indivíduos investigados e as empresas envolvidas nos crimes. Houve, também, o bloqueio de recursos em contas bancárias e aplicações financeiras, bem como a apreensão de veículos e imóveis registrados em nome dos investigados.
Na operação um dos alvos da investigação foi preso. Os mandados foram cumpridos em Açailândia (MA), Imperatriz (MA), Bataguassu (MS), São João Evangelista (MG), Mogi-Guaçu (SP) e São Paulo (SP).
Também foram cumpridas medidas cautelares alternativas à prisão em relação aos investigados, incluindo a suspensão da operação de dois estabelecimentos comerciais, um dos quais um hotel, e a proibição de viagens internacionais para alguns dos envolvidos. As determinações judiciais foram emitidas pela 2ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Imperatriz (MA).
Maranhenses aliciados
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Durante a investigação a Polícia Federal constatou que a captação de ‘mulas’ era normalmente realizada no interior do Maranhão, entre pessoas em condições financeiras vulneráveis. Os aliciados eram normalmente levados para São Paulo, ficando hospedadas em um hotel, local onde elas ingeriam a cocaína (em “bolotas”) ou as guardavam em bagagens e recebiam as orientações sobre o processo de imigração na Europa.
Os principais países de destino eram França, Espanha, Portugal e Turquia. A PF estima que mais de 10 indivíduos, aliciados pelo mesmo grupo, foram presos como ‘mulas’, principalmente entre os anos de 2021 e 2022.
A operação também envolveu medidas de cooperação policial/jurídica internacional com agências dos países para onde a droga era enviada, contando ainda com o auxílio das Adidâncias da Polícia Federal nesses respectivos países.
A partir dos elementos de informação colhidos, foi possível à Polícia Federal representar à Justiça Federal pela expedição das medidas judicias cumpridas nesta quinta. Participaram da operação aproximadamente 60 policiais federais, incluindo grupos táticos.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas (previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/06 com pena de 05 a 15 anos de reclusão) e de associação criminosa especial (art. 35 da Lei nº 11.343/06 com pena de reclusão de 3 a 10 anos). Além disso, em razão da transnacionalidade dos delitos, as penas dos citados crimes poderão ser majoradas em até 2/3, conforme dispõe o art. 40, I, da Lei nº 11.343/06.
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