SÃO LUÍS - O estado do Maranhão recebeu 48 unidades do antídoto fomepizol para o tratamento de intoxicações por metanol, associadas ao consumo de bebidas adulteradas, na última quinta-feira (9). A entrega do medicamento foi anunciada pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (13), logo após a confirmação de que o Maranhão está monitorando duas ocorrências suspeitas.
O Ministério da Saúde recebeu um lote com 2,5 mil unidades de fomepizol para reforçar o estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) e enviou o medicamento para todos os estados, além do Distrito Federal. Outras 1.000 ampolas permanecerão no estoque estratégico do Ministério.
As unidades federativas poderão solicitar o envio de novas remessas, de acordo com a necessidade apresentada e os registros de casos. O quantitativo de ampolas para cada estado foi definido considerando a população divulgada pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), assegurando a oferta equânime à população e a resposta eficaz às emergências toxicológicas.
Casos suspeitos de intoxicação por metanol no Maranhão
A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES-MA) informou que está monitorando dois casos suspeitos de intoxicação por metanol no Maranhão. Os pacientes estão recebendo atendimento médico na UPA do Parque Vitória e na UPA de Paço do Lumiar, na Região Metropolitana de São Luís, enquanto aguardam análise clínica.
O Ministério da Saúde confirmou a informação, no balanço de casos suspeitos no Brasil, divulgado no início da noite desta segunda-feira (13).
Em nota, a SES afirmou que, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não serão divulgadas informações sobre o estado de saúde dos pacientes.
O órgão destacou ainda que todas as condutas e procedimentos seguem os protocolos do Ministério da Saúde, conforme orientações definidas em nota Técnica específica sobre o tema.
Fomepizol tem alta eficácia e segurança no tratamento de intoxicação por metanol
O fomepizol é mais uma alternativa ao tratamento já realizado por meio do etanol farmacêutico. É utilizado em casos de intoxicação por metanol. Com alta eficácia e segurança, o medicamento impede que o metanol se metabolize em ácido fórmico, evitando acidose metabólica.
Devido à baixa demanda e ao elevado custo no mercado, sua produção e oferta são limitadas mundialmente. Para identificar potenciais fornecedores para a oferta ao SUS, o Ministério da Saúde encaminhou ofícios às empresas internacionais que fabricam o medicamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também publicou chamada pública para identificar fornecedores internacionais do medicamento.
Com relação ao etanol farmacêutico, a pasta receberá nos próximos dias a doação da empresa brasileira Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos de mais 3,8 mil ampolas do remédio para garantir o tratamento emergencial de pacientes intoxicados. Esses exemplares se somarão aos 4,3 mil entregues aos estoques do SUS pelos hospitais universitários federais, em parceria com a Ebserh.
Ministério da Saúde atualizou boletim sobre casos de intoxicação por metanol
Até o dia 13 de outubro, o Brasil registra 213 notificações de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas. Dessas, 32 casos foram confirmados e 181 permanecem em investigação, sendo dois deles no Maranhão.
Em relação aos óbitos, São Paulo é o único estado que registra mortes até o momento com 5 ocorrências. Outros 9 casos seguem em investigação.
Alerta à população
O Ministério da Saúde e a Anvisa emitiram alertas para que a população evite o consumo de bebidas de origem duvidosa e denuncie estabelecimentos suspeitos. A recomendação é que qualquer pessoa que apresente sintomas após ingerir bebidas alcoólicas procure imediatamente atendimento médico.
Tratamento da intoxicação por metanol
Diante do aumento de casos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, o Ministério da Saúde, em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), divulgou orientações específicas para profissionais de saúde sobre o manejo da intoxicação por metanol.
As recomendações incluem:
- Reconhecimento precoce dos sintomas, como alterações visuais, vômitos, dor abdominal e dificuldade respiratória
- Administração imediata de antídotos, como etanol ou fomepizol
- Encaminhamento dos casos graves para unidades de terapia intensiva (UTI)
- Notificação imediata às autoridades de saúde
O objetivo é garantir uma resposta rápida e eficaz, reduzindo os riscos de complicações graves como cegueira, danos neurológicos e óbito.
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