MARANHÃO - O Maranhão ganhou relevância no primeiro dia de debates da COP 30, em Belém (PA), com o lançamento do programa “Coopera+ Amazônia”, iniciativa que vai investir quase R$ 107 milhões no fortalecimento de cooperativas extrativistas da Amazônia Legal — incluindo diversas organizações maranhenses que atuam nas cadeias do babaçu, açaí, castanha e cupuaçu.
O programa terá duração de 48 meses e beneficiará cooperativas dos estados do Maranhão, Pará, Amazonas, Acre e Rondônia, com foco no aumento da renda, melhoria da produtividade, inovação gerencial e inserção comercial.
Para o Maranhão, que possui forte tradição extrativista, especialmente nas cadeias do babaçu e da castanha, o projeto representa um dos maiores investimentos recentes em bioeconomia e cooperativismo comunitário.
A iniciativa é uma ação conjunta do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do BNDES, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Embrapa e do Sebrae. Do total, R$ 103 milhões virão do Fundo Amazônia, administrado pelo BNDES, e R$ 3,7 milhões serão aportados pelo Sebrae.
3.500 famílias beneficiadas — muitas delas do Maranhão
Segundo o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o programa vai apoiar diretamente cerca de 3.500 famílias extrativistas, grande parte localizada no Maranhão, onde o babaçu é fonte de renda fundamental para quebradeiras, cooperativas e associações comunitárias.
“Esses recursos vão agregar valor aos produtos, aumentar a renda das famílias e fortalecer o cooperativismo na região amazônica”, destacou Alckmin.
Foco na bioeconomia maranhense
O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, destacou que o Maranhão tem papel essencial na bioeconomia amazônica, especialmente pela força das cadeias do babaçu, patrimônio sociocultural maranhense.
“É uma bioeconomia única, que garante renda sem derrubar a floresta. Este modelo de cooperativas é o que protege a Amazônia e transforma comunidades”, afirmou.
Pesquisa, tecnologia e mecanização incluem cooperativas do MA
A presidente da Embrapa, Silvia Musshurá, ressaltou que o programa inclui capacitações e tecnologias voltadas às necessidades específicas dos territórios, incluindo as cooperativas maranhenses.
O Maranhão será beneficiado por:
maquinário adaptado ao babaçu e castanha, reduzindo o esforço físico das trabalhadoras;
monitoramento de cadeias produtivas para orientar melhorias;
consultorias e assistência técnica para gestão e aumento da produção.
Mais renda e alternativas ao desmatamento
A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, reforçou que o impacto será direto na vida de extrativistas maranhenses, que terão melhores ferramentas para ampliar sua renda e manter a floresta em pé.
“Os investimentos vão gerar emprego, renda, produtividade e mais inserção de mercado. Isso é fundamental para manter a floresta viva”, disse.
Gestão fortalecida e novos mercados
O Cooperar+ Amazônia também prevê:
um Escritório de Negócios Territorial para ampliar mercados das cooperativas do MA;
apoio a marcas, comercialização e exportação;
consultorias dos Agentes Locais de Inovação (ALICoop);
melhoria dos sistemas de produção, especialmente nas cadeias de babaçu e castanha do Maranhão.
Fundo Amazônia: nova fase com impacto direto no Maranhão
Criado em 2008, o Fundo Amazônia voltou a receber investimentos internacionais em 2023. Hoje, conta com nove doadores, entre eles União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido.
O Maranhão está entre os estados prioritários do Fundo, que busca integrar proteção ambiental e geração de renda — um alinhamento direto com a economia extrativista maranhense.
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