BRASÍLIA - O Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira (23), a produção de insumos (matéria-prima) próprios para a realização dos exames que vão diagnosticar a presença do vírus H1N1, causadores da gripe A.
A produção dos insumos brasileiros vai reduzir em até quatro horas o diagnóstico da nova gripe. Com os materiais importados, utilizados no ano passado durante o primeiro surto da doença, o diagnóstico podia demorar até oito horas para ser confirmado.
“Antes, tinha de esperar ao menos oito horas para o diagnóstico. Agora, com kit brasileiro, sai em quatro horas”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
A produção dos insumos utilizados na realização dos testes, foi fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto de Tecnologia do Paraná. O governo federal investiu cerca de R$ 3 milhões para o desenvolvimento da tecnologia.
De acordo com o ministro da Saúde, além de reduzir o tempo da confirmação da doença, a nova tecnologia será cerca de 55% mais barata em relação aos materiais importados. Nos primeiros meses, seis laboratórios estarão aptos a realizar os exames feitos com o uso da tecnologia brasileira. A antiga, importada, será mantida durante um período de experiência.
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“No ano passado, tivemos muitas dificuldades para conseguir o reagente. Nós tínhamos recursos para comprar reagentes, mas não conseguimos comprar. Foi daí que surgiu a idéia de desenvolver um reagente ‘made Brasil’. Conseguimos desenvolver um insumo ‘made Brasil’ mais eficiente, mais barato e mais importante”, avalia o ministro.
De acordo com Temporão, os insumos poderão ser utilizados também para o diagnóstico de outras doenças como a dengue, a malária e a tuberculose, além do vírus H1N1.
“ É um teste mais seguro, mais eficiente. Essa nova plataforma vai poder ser usada também para o diagnósticos de outras doenças”.
O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, que no ano passado foi infectado pelo vírus H1N1, também reforçou que a demora na confirmação do diagnóstico será reduzida com o uso dos produtos brasileiros.
“A pesquisa, o esforço todo não está solto. Se dirige para a solução do problema. No ano passado eu tive H1N1, e naquele momento discutíamos a capacidade de diagnósticos, e aí percebemos o quanto era difícil. A rapidez no diagnóstico que era fundamental para salvar vidas. Nós passamos por situações extremamente tensas”, afirmou o presidente da fundação.
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