Estudantes Odontologia em universidade privada de São Luís denunciam ser vítimas de golpe aplicado por colega de curso
Segundo os estudantes, a jovem pedia materiais dos colegas emprestados e, posteriormente, vendia a alunos de outras instituições.
SÃO LUÍS – Estudantes do curso de Odontologia de uma universidade particular, em São Luís, denunciaram ser vítimas de um golpe que, até o momento, já causou prejuízos de pelo menos R$ 13 mil, no total, aos alunos. O caso, que já está sendo investigado pela Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), trata-se de um golpe que teria sido aplicado por uma aluna, também de Odontologia, da mesma instituição das vítimas.
De acordo com as vítimas, a jovem, identificada apenas como “Hellen”, alugava ou então pedia materiais de aulas práticas do curso emprestados e, em seguida, vendia para graduandos em Odontologia de outras instituições da capital maranhense.
Ao ser questionada pelos proprietários para devolver os materiais emprestados, a jovem não dava mais retorno, ou então alegava estar ocupada resolvendo outras questões antes de encontrar com os estudantes para realizar a devolução do material.
Ao Imirante.com, uma das vítimas relata que sofreu um prejuízo de R$ 3.500,00 após alugar os materiais para Hellen e não conseguir mais recuperá-los. Entre os itens, estavam espátulas, um broqueiro endontódico e outros itens similares.
Marcella Cristina, de 23 anos, está no 7º período de Odontologia e explica que, ao longo do curso, o aluguel de materiais é uma prática comum, já que os itens possuem valores muito altos e são de uso semestral. “Uma caixa cirúrgica completa está na faixa dos 3 a 4 mil reais. Então, é compreensível que uma estudante alugue materiais caros durante um semestre”, diz a estudante que também foi vítima do golpe.
No entanto, apesar de ser uma prática comum, os alunos começaram a desconfiar da jovem que havia pedido empréstimos e alugueis dos materiais. Foi quando reuniram mais vítimas e descobriram que o material delas estava sendo vendido a outros estudantes por meio de grupos e aplicativos de venda.
“Combinamos de receber os materiais e a outra metade do pagamento que estava faltando no fim do semestre, mas passou o semestre e ela não devolveu. Cobramos ela durante e as férias e ela sempre enrolava ou afirmava ter acontecido algo. Comigo, ela disse que estavam todos no armário da faculdade e quando fui pela última vez exigir minhas coisas ela disse que estava sem a chave”, relata Marcella.
Já a empresária do ramo alimentício e hortifruti Jéssica Duailibe, de 23 anos, apesar de já ter trancado o curso de Odontologia, ainda sofre com o prejuízo causado após disponibilizar para aluguel os seus materiais cirúrgicos avaliados em R$ 1.700,00.
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“Eu já estava há meses pedindo que ela devolvesse meu material, antes disso ainda vendi umas espátulas, porém ela disse que não iria pagar tudo porque algumas vieram repetidas e ela iria me devolver junto com o material cirúrgico que anteriormente eu tinha alugado pra ela, no entanto achei que eu era a única vítima. Eu tinha contato com ela no WhatsApp, e no dia que descobri o golpe foi o mesmo dia que ela sumiu, procurei no Instagram e não achei ela como usuário, algumas das vítimas tentam falar com a mãe dela pelo WhatsApp”, relata Jéssica.
Vítimas buscaram ajuda com parentes e pessoas próximas da jovem
Os estudantes montaram um grupo, que já conta com cerca de 25 pessoas, que tentam encontrar alguma resposta. As vítimas conseguiram entrar em contato com a mãe da aluna, que reside na cidade de Largo do Junco, interior do Estado, e que dizia estar ciente da situação. Porém, em dado momento, a mãe de Hellen também parou de responder.
Além disso, as vítimas também afirmaram que entraram em contato com um outro estudante, com quem a jovem possuía um relacionamento amoroso, na tentativa de conseguir alguma ajuda para resolver o caso.
Entretanto, o rapaz afirmou já ter terminado o relacionamento com Hellen, e dizia que também não sabe o atual paradeiro da estudante. Ele relatou às vítimas que estavam tentando ter de volta os seus materiais que, assim como elas, ele também teve itens furtados.
Estudantes estão sendo ouvidos pela polícia
Após registrarem um boletim de ocorrência na delegacia, as vítimas começaram a ser ouvidas pelas autoridades policiais nesta semana, para colaborar com as investigações em torno do caso denunciado.
Ao Imirante.com, a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) informou que a ocorrência está sendo investigada pelo 9º Distrito Policial do São Francisco, onde três vítimas já prestaram depoimento.
Segundo a PC-MA, a estudante alvo das denúncias também deve comparecer na delegacia, ainda esta semana, para prestar depoimento.
O Imirante.com também procurou a universidade onde os estudantes estão matriculados mas, até o momento, não houve retorno.
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