E a economia no fechamento do ano?
A incerteza fiscal é um dos principais desafios que o Brasil enfrenta.
Meus amigos, essa é a pergunta que mais recebo nesses últimos dias de 2024, tanto do setor produtivo quanto de poupadores. Como economista, darei a seguir uma avaliação do atual cenário econômico. Lembrando, que é uma avaliação e não uma opinião. O fim do ano se encontra em um ambiente de alta volatilidade, reflexo da incerteza fiscal que impacta em desvalorização cambial, leva à fuga de capitais estrangeiros, o que pressiona o real e aumenta a inflação. Além de criar desafios para o setor produtivo e um aumento da busca por proteção patrimonial.
A incerteza fiscal é um dos principais desafios que o Brasil enfrenta. A superação desse desafio depende da implementação de um plano fiscal consistente e da capacidade do governo em controlar os gastos e aumentar a arrecadação. Existem diversas demandas por aumento de gastos públicos, como reajuste do salário mínimo e de servidores públicos, aumento de investimentos em áreas sociais e infraestrutura. Essas demandas pressionam o orçamento e dificultam a implementação de medidas de ajuste fiscal.
A desvalorização do real leva os investidores a buscarem proteção em ativos dolarizados. No entanto, é importante lembrar que a valorização do dólar também pode trazer impactos negativos para a economia brasileira, devido a dependência muito grande de produtos importados e com commodities, como grãos, proteínas animais, minérios, petróleo, etc., possuírem cotação internacional (dólar), que refletem nos preços ao consumidor.
Para o setor produtivo, o desafio principal é garantir a sobrevivência e a competitividade em um ambiente de custos elevados. A valorização do dólar impacta diretamente os custos de produção, pressionando as margens e exigindo uma gestão rigorosa de custos. A escassez de crédito agrava ainda mais a situação, limitando as opções de investimento e expansão.
Atualmente, os investidores procuram uma proteção patrimonial. No mundo dos investimentos, isso significa escolher e gerenciar seus ativos (ações, renda fixa, imóveis, etc.) de forma a minimizar riscos e maximizar os retornos, mesmo em momentos de instabilidade econômica. É preciso estar atento as oportunidades, mas também aos riscos. A recomendação é manter uma carteira de investimento diversificada, com foco em ativos que ofereçam proteção contra a inflação.
Recomendo o dólar e o Tesouro Direto. O dólar, por sua vez, é uma moeda refúgio em tempos de instabilidade, é o que acontece atualmente. Já o tesouro Direto se apresenta como uma alternativa interessante para quem busca segurança e proteção contra a inflação. Os títulos do Tesouro, com suas altas taxas de juros, oferecem um retorno atrativo e são garantidos pelo governo federal. Ao adquirir títulos públicos, você está emprestando dinheiro ao governo brasileiro e, em troca, recebe uma remuneração pré-fixada, que hoje gira em torno de 15% ao ano, ou indexada à inflação. Ao investir em títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+, você garante que seu investimento terá um retorno real, ou seja, acima da inflação.
Em resumo, o cenário econômico atual apresenta desafios significativos, impulsionados principalmente pela incerteza fiscal e pela alta do dólar. A inflação crescente, a pressão sobre as empresas e a busca por proteção patrimonial são reflexos desse contexto. Para passar por esse cenário complexo, é fundamental que o governo adote medidas eficazes para controlar os gastos, aumentar a arrecadação e restaurar a confiança dos investidores. Paralelamente, os investidores devem buscar diversificar seus investimentos, priorizando ativos que ofereçam proteção contra a inflação e a volatilidade do mercado, como o Tesouro Direto ou simplesmente ficar comprado em dólar. A adoção de uma postura conservadora e o acompanhamento constante das notícias econômicas são essenciais para tomar decisões de investimento mais assertivas nesse momento, enquanto aguardamos 2025.
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