Cuidados

Especialistas alertam sobre os perigos de medicamentos falsificados para pessoas e animais

Produtos sem fiscalização podem causar alergias, intoxicações, danos graves aos órgãos e até morte. Especialistas alertam sobre a importância de adquirir medicamentos em locais regulamentados.

Imirante.com

Atualizada em 07/01/2025 às 12h04
Produtos sem fiscalização podem não conter os princípios ativos necessários. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - O uso de medicamentos falsificados é um problema de saúde pública que afeta tanto humanos quanto animais de estimação, com consequências graves. O alerta é feito pelo Dr. Luiz Fernando Ramos Ferreira, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Maranhão (CRF-MA), e pela Dra. Gecyene Bezerra, presidente da Comissão Estadual de Clínica de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Maranhão (CRMV-MA).

Segundo o Dr. Luiz Fernando, medicamentos falsificados frequentemente comprometem a eficácia do tratamento devido à ausência ou quantidade incorreta de princípios ativos. Pior ainda, podem conter substâncias tóxicas que provocam reações adversas graves, como alergias, danos aos órgãos vitais e até envenenamento.

“O impacto desses produtos vai além da saúde individual. Eles contribuem para o aumento da resistência a medicamentos, dificultam o controle de doenças e geram prejuízos ambientais pelo descarte inadequado”, afirmou.

No caso dos animais, a situação é igualmente preocupante. De acordo com a Dra. Gecyene Bezerra, produtos destinados a pets que não passam por qualquer tipo de controle podem causar uma série de problemas de saúde, incluindo alergias severas, intoxicações, hemorragias, convulsões e, em casos extremos, a morte. 

“Muitas vezes, esses medicamentos nem sequer contêm substâncias farmacêuticas e podem ser misturados com ingredientes que prejudicam ainda mais a saúde do animal”, explicou.

Como identificar medicamentos falsificados

Os especialistas alertam para alguns sinais que podem ajudar a identificar medicamentos falsificados. Verifique se a embalagem está íntegra, sem sinais de violação, e preste atenção à qualidade da impressão, que em falsificações costuma ser inferior. Informações como fabricante, prazo de validade, número de lote e registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (para humanos) ou no Ministério da Agricultura (para pets) devem estar claras e corretas. Além disso, o aspecto físico do medicamento, como cor, formato e odor, pode revelar inconsistências.

A orientação de ambos os especialistas é clara, de que medicamentos devem ser adquiridos exclusivamente em estabelecimentos regulamentados, como farmácias e lojas fiscalizadas. Essas instituições são inspecionadas regularmente por órgãos como a Anvisa, o CRF-MA e o CRMV-MA, o que garante que os produtos sejam seguros e eficazes.

Dr. Luiz Fernando Ramos Ferreira, diretor presidente do CRF-MA. (Foto: Divulgação / CRF-MA)

Fiscalização

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O CRF-MA atua em várias frentes para combater a circulação de medicamentos falsificados no Maranhão. Inspeções regulares são realizadas para garantir que farmácias sigam normas sanitárias e contem com farmacêuticos habilitados. Além disso, campanhas educativas conscientizam a população e os profissionais sobre os riscos dos produtos falsificados. O Conselho também trabalha em parceria com a Polícia Federal e outros órgãos para realizar operações conjuntas e punir responsáveis pelo comércio ilegal.

No campo veterinário, o CRMV-MA destaca que é essencial os tutores confiarem apenas em produtos comercializados por lojas e clínicas fiscalizadas. Em casos de suspeita de reações adversas, o ideal é buscar imediatamente a orientação de um médico-veterinário.

Dra. Gecyene Bezerra, presidente da Comissão Estadual de Clínica de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Maranhão (CRMV-MA). (Foto: Divulgação / CRMV-MA)

Consequências para a saúde pública e ambiental

Os prejuízos causados pelos medicamentos falsificados vão além dos danos à saúde humana e animal. Produtos sem fiscalização podem não conter os princípios ativos necessários, apresentar dosagens inadequadas ou serem misturados com substâncias nocivas, como farinha ou compostos químicos tóxicos. 

“Esses produtos sobrecarregam o sistema de saúde, atrasam diagnósticos precisos e geram complicações em tratamentos, ampliando os custos médicos e veterinários”, disse o Dr. Luiz Fernando. Além disso, o descarte incorreto desses medicamentos contribui para a poluição ambiental, contaminando solos e recursos hídricos.

Como denunciar

Consumidores que suspeitarem de medicamentos falsificados devem entrar em contato com as autoridades competentes, como a Anvisa, o CRF-MA e o CRMV-MA, ou denunciar diretamente à polícia.

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