Em São Luís

Advogada pede justiça após filho ser acusado de pegar carrinho de outra família em supermercado, no Renascença

“Meu carrinho, que havia sumido quando eu estava lá no frigorífico, foi retirado de lá pela pessoa que estava me acusando”, afirma em vídeo Luanna Lago.

Imirante.com

Atualizada em 17/01/2025 às 13h51

SÃO LUÍS – A advogada Luanna Lago publicou vídeos, em seu perfil em rede social, relatando uma situação que passou com seu filho adolescente no supermercado Mateus do bairro Renascença, em São Luís, e que ela classificou como “humilhante” e “vexatória”. O caso aconteceu no dia 10 de janeiro.

Ela começa os vídeos contando que foi abordada por um homem que disse que o filho dela havia pegado o carrinho de compras dele. Ela respondeu que “não” e explicou que o carrinho dela também havia sumido por algum momento, mas que conseguiu recuperar. “Então tem alguém brincando com isso aqui porque o nosso também tinha sumido e fomos encontrar lá no hortifruti”, relatou.

Segundo ela, o homem respondeu: “Nós vimos a filmagem e apareceu seu filho pegando meu carrinho”, acusou. Ela continuou negando, e o homem percebeu depois, segundo ela conta, que no carrinho havia apenas um produto em comum com as compras dele. “Continuei minha compra com meu filho tranquilamente e fomos para a fila depois de um tempo para fazer o pagamento”, narra a advogada nos vídeos.

Enquanto passava as compras no caixa para efetuar o pagamento, a advogada relata que sofreu uma nova abordagem, dessa vez, por parte de uma fiscal da loja. Ao lado da funcionária estava o homem que acusou o filho de Luanna de ter “subtraído” o carrinho dele, além de uma mulher e uma criança. “Foram até mim no caixa insistirem em dizer que meu filho havia pego o carro”, conta. 

Eles voltaram a dizer, segundo a advogada, que viram a filmagem do momento em que o carrinho deles foi levado. “Aquilo foi me sufocando de uma forma tão gigante que tomou uma proporção que eu jamais esperaria. De repente eu me vi aos gritos”, segue descrevendo a situação. “Eu me vi num desespero muito grande, protegendo meu filho de uma injustiça, de uma acusação falsa. Comecei a gritar, gritei muito”, afirma.

“Absolutamente ninguém do supermercado Mateus quis me ouvir, nem quando eu estava falando baixinho, calma, nem quando eu estava gritando”, continua a advogada, alegando que somente a outra família teve apoio naquele momento. “Eu não vou nem precisar dizer para vocês qual é a cor da pele daquelas pessoas”, destaca.

Esse estabelecimento tinha a obrigação de me ouvir, de entender o que realmente tinha acontecido. Somente depois que eu fiz gritos e gritos e gritos, foram puxar novamente a filmagem e verificaram que o meu carrinho, que havia sumido quando eu estava lá no frigorífico, foi retirado de lá pela pessoa que estava me acusando. E quando meu filho pegou o carrinho, ele estava pegando o meu carrinho que aquela pessoa havia subtraído. Dentro do nosso carrinho não havia um item sequer daquela pessoa, tudo ainda era nosso, não havia usado nosso carrinho para absolutamente nada, e só levou de um local para outro. Mas em nenhum momento ele admitiu o erro dele.
Advogada Luanna Lago

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A advogada disse ainda que conversou com o gerente da loja, que se recusou a se retratar em público naquele momento. 

“Ele disse que a família que tinha que me pedir desculpa e a família obviamente não pediu porque estava se achando cheia de razão. Eu não vou pegar o microfone para pedir desculpa. Eu peço desculpa pra senhora pelo constrangimento. E eu tenho a gravação integral do diálogo que eu tive com o gerente”, disse.

“Provamos que estávamos certos e saímos de lá de cabeça erguida”, escreveu a advogada na postagem. Procurado pelo Imirante.com, o Grupo Mateus não se manifestou até o momento sobre o caso.

Luanna registrou um boletim de ocorrência após o episódio. Ela e o filho serão ouvidos na delegacia na tarde desta sexta-feira (17).

Ao Imirante.com, o advogado que acompanha o caso, Érik Moraes, classificou a situação como um ato de racismo. Ele garantiu que serão tomadas medidas legais, incluindo a abertura de um inquérito policial, uma queixa-crime junto ao Tribunal de Justiça e um processo de indenização por danos morais.

Veja a publicação da advogada Luanna Lago sobre o caso.

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