BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (10) que a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros tem motivação política e foi articulada por setores ligados à direita no Brasil. A declaração foi dada em entrevista ao portal Barão de Itararé, com participação de mídias independentes.
A medida do presidente Donald Trump estabelece alíquota de 50% sobre itens exportados pelo Brasil, com início de vigência em 1º de agosto. Segundo Haddad, não há justificativa econômica para a decisão, que ele classificou como “agressão inaceitável”.
ATAQUE POLÍTICO
De acordo com o ministro, a sanção teria sido planejada com apoio de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele citou declarações recentes do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que relacionou o perdão judicial ao pai com a melhora nas relações comerciais entre os dois países.
“Isso não é uma acusação infundada. O próprio Eduardo Bolsonaro disse a público que, se não vier o perdão, as coisas tendem a piorar”, afirmou Haddad.
O titular da Fazenda destacou que o Brasil tem déficit comercial com os Estados Unidos há mais de 15 anos, acumulando saldo negativo superior a US$ 400 bilhões. “É uma decisão eminentemente política. Hoje estamos falando de uma tarifa insustentável, tanto do ponto de vista econômico quanto político”, avaliou.
EFEITOS SOBRE SÃO PAULO
O ministro também chamou a medida de “tiro no pé”, especialmente pelos impactos econômicos sobre o estado de São Paulo, responsável pela maior parte das exportações afetadas, como suco de laranja e aviões da Embraer. Haddad afirmou que mesmo eleitores da direita serão atingidos.
Apesar das críticas, o ministro disse confiar em uma solução diplomática. Reforçou a disposição do governo federal em manter o diálogo com os EUA e ressaltou que diferenças políticas entre líderes não devem afetar a relação entre os países.
“Temos uma relação histórica entre os povos brasileiro e americano, e isso não pode ser comprometido por um gesto unilateral e egoísta”, finalizou.
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