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Braide propõe revogação de lei em troca de liberação de emendas

Prefeito quer que vereadores tornem sem efeito lei aprovada na Câmara que garante o aumento do teto salário do município.

Ipolítica

Eduardo Braide que não quer qualquer relação com os vereadores, agora busca acordo de toma lá da cá para revogar lei que ele descumpre (Divulgação)

SÃO LUÍS - Depois de ser representado na Câmara Municipal de São Luís com pedido de cassação por improbidade administrativa, o prefeito da capital Eduardo Braide (PSD) enviou um pedido de acordo com os vereadores para revogação da lei que garantiu o reajuste salarial do gestor, que é o ponto central da confusão judicial envolvendo Braide e os auditores fiscais do município.

No início de 2025, os vereadores de São Luís - após pressão de cerca de 400 funcionários do setor de fiscalização do municípios - reajustaram o salário o prefeito Eduardo Braide de R$ 25 mil para R$ 38 mil. O gestor já havia negado o interesse de ter o reajuste alegando que o prefeito de São Paulo, cidade maior que São Luís, não tinha o mesmo valor.

Se reajustado, os cerca de 400 servidores públicos (auditores e controladores) teriam os seus salários reajustados também após quase duas décadas devido a lei que atrela o teto máximo do salário desses funcionários ao valor do salário do prefeito.

Braide não aceitou a lei e entrou no Tribunal de Justiça alegando ser inconstitucional a regra aprovada pelos vereadores. O pleno do TJ, no entanto, validou a constitucionalidade da lei. Depois de mais recursos perdidos, o prefeito decidiu buscar o diálogo com os parlamentares.

Com uma proposta que somente ele tem a ganhar, Eduardo Braide, que nunca quis dialogar com os vereadores, mandou seus interlocutores buscar o presidente da Casa, Paulo Victor (PSB), para propor que a Câmara revogue a lei em troca da liberação das emendas parlamentares, que são impositivas.

Desta forma, Braide não descumprirá nem a lei aprovada para o reajuste do seu próprio salário e também não deixará de cumprir a lei orçamentária anual que prevê o pagamento obrigatória das emendas.

A proposta chegou na manhã desta quarta-feira, 3, na Câmara. A sessão estava em curso, foi paralisada e depois encerradas para que os vereadores presentes na Casa fossem comunicado do acordo proposto pelo prefeito. 

Vale ressaltar que essa votação, segundo a proposta de Eduardo Braide, aconteça já na próxima semana. Vereadores ouvidos pela coluna afirmam ser um absurdo o que quer o prefeito.

“Braide quer que a gente compre uma briga que é dele e não nossa e ainda negociando algo que é obrigatório de ser liberado que é emenda parlamentar”, disse um dos vereadores.

Representação pede a cassação do mandato de Eduardo Braide por improbidade administrativa

Uma representação protocolada na terça-feira, 2, na Câmara de São Luís pede a cassação de Eduardo Braide por suposta infração político-administrativa e crime de responsabilidade. O documento é assinado por um servidor aposentado e já foi encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

A denúncia  do servidor aposentado Carlos Alberto Machado acusa o prefeito de descumprir leis municipais vigentes, principalmente a Lei nº 7.729/2025, que é a que reajustou o salário de Braide e define o teto remuneratório municipal. Segundo a representação, o prefeito não aplica a norma, ao mesmo tempo em que teria promovido cortes considerados ilegais nos salários de servidores, aposentados e pensionistas desde novembro de 2024.

O documento afirma ainda que o prefeito estaria agindo de forma seletiva no cumprimento das leis, causando prejuízos financeiros e afrontando princípios da legalidade e da moralidade administrativa. A representação cita também que existe umsuposto desvio de finalidade no uso de recursos públicos desd e o ano passado. Esse caso, por sinal, já é um processo que tramita no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Entre os pedidos, o servidor aposentado pede que os vereadores cassem o mandato de Eduardo Braide por improbidade administrativa e também envie o conteúdo na íntegra do processo decorrente da representação para o Ministério Público Estadual e para o TCE.


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