SÃO LUÍS - A Universidade Federal do Maranhão deve decidir hoje sobre a situação do vestibular tradicional 2006. O reitor Fernando Ramos, reuniu-se ontem com os procuradores federais Guimarães Júnior e Marco Aurélio Adão para buscarem uma solução para o impasse, mas nada ficou resolvido. Está sendo discutida a possibilidade de assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta entre a universidade e o Ministério Público Federal (MPF).
A segunda etapa de provas do seletivo foi aplicada domingo, dia em que a Polícia Federal prendeu 12 pessoas acusadas de fraudar o concurso. A reitoria da UFMA prometeu para ainda hoje anunciar uma decisão – se anula ou não o vestibular 2006.
De acordo com a Polícia Federal, a anulação ou não do vestibular é uma decisão da UFMA. No início da manhã, o reitor da universidade, Fernando Ramos, disse a um programa de rádio local que a decisão primordial seria do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e não dele pessoal. “Essa é uma decisão compartilhada e não individual”, ressaltou o reitor.
Ontem, continuavam as investigações sobre outros envolvidos na fraude. Três pessoas que participaram do esquema fraudulento ainda estavam foragidas até o fim da tarde de ontem.
Segundo informações de pessoas ligadas à reitoria e à direção do Núcleo de Eventos e Concursos (NEC) da UFMA, a relutância da direção em anular o vestibular teria como base o relatório da Polícia Federal sobre a fraude, segundo o qual “nenhum membro da UFMA estaria envolvido diretamente no esquema fraudulento” e os prejuízos que a universidade teria com a realização de outro processo seletivo.
O NEC estima que para realizar os quatro principais concursos da universidade – PSG I, II, III e vestibular – sejam gastos aproximadamente R$ 1 milhão. A falta de uma data para a realização de outro concurso que se adequasse de tal forma que os egressos do vestibular pudessem começar o primeiro semestre deste ano com os atuais alunos da instituição seria outro fator determinante para a não anulação do concurso.
Durante a manhã e tarde de ontem, o reitor da Universidade Federal do Maranhão, Fernando Ramos, e o diretor do Núcleo de Eventos e Concursos, Marcos Figueiredo, acompanharam o andamento das investigações pela Polícia Federal.
Fraude
Doze pessoas foram presas na tarde do último domingo, acusadas de envolvimento na fraude do vestibular da Universidade Federal do Maranhão e mais três estão foragidas. A Polícia Federal começou a investigar o caso antes da realização da primeira etapa de provas, após denúncias de indícios de fraude, formalizadas por candidatos e professores de cursinhos.
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O esquema funcionava da seguinte maneira: 14 pessoas envolvidas estavam inscritas no concurso. Seis delas, chamadas de pilotos, seriam as responsáveis por realizar as provas e passar o gabarito para os das demais concorrentes. O 15º envolvido era o responsável por fazer o repasse dos gabaritos para os candidatos.
A quantia para participar do esquema de fraude variava de R$ 30 mil a R$ 70 mil, dependendo da importância do curso, e o pagamento era feito em cheque. Após a aprovação no concurso, os candidatos efetuavam o resgate do cheque. A investigação da PF baseou-se na escuta telefônica dos candidatos e a partir dela foi feito o flagrante domingo.
As provas da segunda etapa foram realizadas no último domingo. 4.878 candidatos estavam na disputa pelas 1.584 vagas oferecidas nos 44 cursos da instituição. Pelo calendário oficial, a UFMA espera divulgar o resultado final do vestibular dentro de 30 dias.
Soltura
Seis pessoas suspeitas de envolvimento de fraude no Vestibular da UFMA foram soltas do Quartel da Polícia Militar, no Calhau, na noite desta segunda-feira(10).
Uma Oficial de Justiça chegou por volta das 19h30 com o Alvará de Soltura de duas mulheres e quatro homens, que teriam tentado comprar o gabarito das provas.
Os acusados saíram do Quartel com os rostos cobertos. Uma das garotas saiu enrolada por um lençol.
A Oficial de Justiça que levou o Alvará de Soltura não deu informações sobre a liberação dos acusados. As seis pessoas começaram a deixar por Quartel por volta das 20h50. Elas estavam acompanhadas de advogados e parentes.
Durante a saída dos acusados, os parentes estavam exaltados. Eles empurraram e agrediram verbalmente as equipes de jornalistas que estavam no local.
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