PolĂȘmica

Senador defende o fim do vestibular

AgĂȘncia Senado

Atualizada em 27/03/2022 Ă s 14h02

BRASÍLIA - O senador SibĂĄ Machado (PT-AC) defendeu nesta segunda-feira (21) o fim do exame vestibular para ingresso na universidade e que seja substituĂ­do pelo modelo que tem sido experimentado pela Universidade de BrasĂ­lia (UnB): um consĂłrcio com as escolas de ensino mĂ©dio para a realização de uma avaliação seriada, que seleciona os alunos melhores classificados para entrar diretamente em qualquer dos cursos superiores oferecidos pela instituição. É o Programa de Avaliação Seriada (PAS).

Sib-a Machado (PT-AC)

Sibå lembrou que, desde 2005, estå tramitando um projeto (PLS 65/05), de sua autoria, que trata do acesso aos cursos superiores. De acordo com a proposta, o candidato, além de ter concluído o ensino médio ou equivalente, deve ser classificado em Exame de Estado e ser submetido a um só sorteio anual, entre inscritos para curso específico de determinada instituição.

O Exame de Estado seria elaborado sob a responsabilidade do Conselho Nacional de Educação e aplicado anualmente pelo ĂłrgĂŁo executivo da UniĂŁo responsĂĄvel pela ĂĄrea, podendo dele participar os alunos que tiverem concluĂ­do o ensino mĂ©dio, em suas vĂĄrias modalidades, ou estejam freqĂŒentando seu Ășltimo ano.

SibĂĄ reconhece que existe uma grande defasagem entre o nĂșmero de candidatos a cursos universitĂĄrios e o nĂșmero de vagas disponĂ­veis, alĂ©m do problema da evasĂŁo. De acordo com dados de 2002, informou o senador, entraram na universidade 1.205.140 estudantes, mas apenas 717 mil concluĂ­ram o curso, com aproveitamento mĂĄximo de 59,5%, sendo que na rede pĂșblica o aproveitamento foi de 69,7% e na rede privada, 56,5%. Segundo o senador, a evasĂŁo Ă© maior na rede privada pelo o custo financeiro do curso, que chega a R$ 5,5 mil.

- HĂĄ um paradoxo. Os filhos das classes mais ricas cursam o ensino mĂ©dio em escolas privadas porque suas famĂ­lias tĂȘm como pagar, e os mais pobres, nas escolas pĂșblicas, que, segundo todos que se debruçam sobre o assunto, tĂȘm baixa qualidade. No ensino superior, o caminho Ă© inverso. Os filhos das classes mais ricas vĂŁo para a universidade pĂșblica, e os filhos das classes mais pobres acabam indo para o ensino privado - salientou o senador.

O senador Paulo Paim (PT-RS) disse, em aparte, que Ă© preciso aprofundar o debate em torno da proposta, pois a idĂ©ia de um sorteio deixa a impressĂŁo de que algo estĂĄ faltando. Ele sugeriu que "as dĂ­vidas impagĂĄveis" que as universidades particulares tĂȘm com a UniĂŁo, sejam convertidas em vagas.

* foto: Roosevelt Pinheiro

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