BRASĂLIA - O senador SibĂĄ Machado (PT-AC) defendeu nesta segunda-feira (21) o fim do exame vestibular para ingresso na universidade e que seja substituĂdo pelo modelo que tem sido experimentado pela Universidade de BrasĂlia (UnB): um consĂłrcio com as escolas de ensino mĂ©dio para a realização de uma avaliação seriada, que seleciona os alunos melhores classificados para entrar diretamente em qualquer dos cursos superiores oferecidos pela instituição. Ă o Programa de Avaliação Seriada (PAS).

SibĂĄ lembrou que, desde 2005, estĂĄ tramitando um projeto (PLS 65/05), de sua autoria, que trata do acesso aos cursos superiores. De acordo com a proposta, o candidato, alĂ©m de ter concluĂdo o ensino mĂ©dio ou equivalente, deve ser classificado em Exame de Estado e ser submetido a um sĂł sorteio anual, entre inscritos para curso especĂfico de determinada instituição.
O Exame de Estado seria elaborado sob a responsabilidade do Conselho Nacional de Educação e aplicado anualmente pelo ĂłrgĂŁo executivo da UniĂŁo responsĂĄvel pela ĂĄrea, podendo dele participar os alunos que tiverem concluĂdo o ensino mĂ©dio, em suas vĂĄrias modalidades, ou estejam freqĂŒentando seu Ășltimo ano.
SibĂĄ reconhece que existe uma grande defasagem entre o nĂșmero de candidatos a cursos universitĂĄrios e o nĂșmero de vagas disponĂveis, alĂ©m do problema da evasĂŁo. De acordo com dados de 2002, informou o senador, entraram na universidade 1.205.140 estudantes, mas apenas 717 mil concluĂram o curso, com aproveitamento mĂĄximo de 59,5%, sendo que na rede pĂșblica o aproveitamento foi de 69,7% e na rede privada, 56,5%. Segundo o senador, a evasĂŁo Ă© maior na rede privada pelo o custo financeiro do curso, que chega a R$ 5,5 mil.
- HĂĄ um paradoxo. Os filhos das classes mais ricas cursam o ensino mĂ©dio em escolas privadas porque suas famĂlias tĂȘm como pagar, e os mais pobres, nas escolas pĂșblicas, que, segundo todos que se debruçam sobre o assunto, tĂȘm baixa qualidade. No ensino superior, o caminho Ă© inverso. Os filhos das classes mais ricas vĂŁo para a universidade pĂșblica, e os filhos das classes mais pobres acabam indo para o ensino privado - salientou o senador.
O senador Paulo Paim (PT-RS) disse, em aparte, que Ă© preciso aprofundar o debate em torno da proposta, pois a idĂ©ia de um sorteio deixa a impressĂŁo de que algo estĂĄ faltando. Ele sugeriu que "as dĂvidas impagĂĄveis" que as universidades particulares tĂȘm com a UniĂŁo, sejam convertidas em vagas.
* foto: Roosevelt Pinheiro
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