PONTO FINAL

Festival Luz Negra celebra a cultura quilombola em São Luís e Alcântara

Com programação gratuita, o evento valoriza a musicalidade e a ancestralidade negra maranhense, com shows, oficinas e manifestações tradicionais.

Mirante News FM

Atualizada em 07/11/2025 às 13h06
Cadu Marques em entrevista ao Ponto Final com Jorge Aragão. (Wesly Lima / Mirante News FM)

SÃO LUÍS - O Maranhão sedia a primeira edição do Festival Luz Negra, iniciativa pioneira que celebra a cultura e a musicalidade quilombola, reunindo artistas, comunidades tradicionais e pesquisadores. O evento acontece nos dias 7 e 8 de novembro, em São Luís, e 14 e 15, em Alcântara, com programação gratuita em praças públicas, oficinas e apresentações artísticas.

Um dos coordenadores do Festival, Cadu Marques, destacou, em entrevista ao programa Ponto Final, da Mirante News FM, a importância do projeto para o fortalecimento da identidade quilombola. “O Festival Luz Negra celebra a cultura e a musicalidade quilombola. Trazer essa galera de dentro dos territórios para o centro, para o protagonismo do palco, é muito importante”, afirmou.

Valorização da ancestralidade e combate ao apagamento cultural

A programação inclui shows locais e nacionais, além de manifestações como tambor de crioula, bumba meu boi, caroço quilombola e dança do coco marajá. Em São Luís, as atividades formativas acontecem no bairro da Liberdade, considerado o maior quilombo urbano da América Latina, e o grande show será neste sábado (8), na Praça das Mercês, no Centro Histórico. Já em Alcântara, o festival será realizado na Praça da Matriz, no dia 15, com apresentações de grupos tradicionais e da cantora Daúde como atração principal.

Cadu ressaltou que o projeto também promove inclusão e oportunidades. “A proposta é essa, possibilitar também empregabilidade, renda. As feirinhas, a galera poder estar vendendo ali, os empreendedores negros, negras, quilombolas, poder ocupar esse espaço também, nessa produção.”, destacou.

O evento também tem um papel educativo, com oficinas voltadas a crianças e adolescentes das comunidades. “Essas ações formativas, conectadas às manifestações culturais do território, de alguma forma, desperta esse interesse, esse olhar e faz as crianças entenderem quem elas são no mundo e como elas devem, também, evidenciar isso para outras pessoas, né? O que é importante, quando a gente chega no lugar, dizer de onde a gente vem”, explicou Cadu.

Pioneirismo e força coletiva

Segundo o coordenador, o Luz Negra é pioneiro no Maranhão e busca inspirar iniciativas semelhantes em outros estados. Ele ressaltou que o projeto foi construído em diálogo com as comunidades. Cadu também destacou o papel da produtora Ana Marques, idealizadora do projeto, e o apoio da Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. 

“Festivais como Luz Negra, que está aí lutando contra esse processo racista, e esses apagamentos, a gente consegue evidenciar mais ainda a nossa gente, a nossa luta”, finalizou.

Assista.




 

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