BACABAL – Conhecidas pela sigla “T”, pela primeira vez em Bacabal, 15 travestis e transexuais da cidade marcaram o dia 29 de janeiro, Dia Nacional de Visibilidade desses dois segmentos com uma agenda de visitas em várias instâncias de representação dos poderes executivo, legislativo e judiciário, além de imprensa, segurança pública e associações de classe.
A data foi instituída em 2004, quando foi lançada no Congresso Nacional a campanha do Ministério da Saúde, “Travesti e Respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos em casa, na escola, na boate e na vida”. A partir daí, os Estados e municípios foram orientados a seguir e pactuar os objetivos dessa campanha que vem sensibilizando educadores e profissionais da saúde para as questões antidiscriminatórias e de inclusão.
De acordo com Marcos Jânio de Sousa, presidente do grupo Flor de Bacaba, um grupo de cinco representantes da ONG realizou visitas e fez reuniões em várias secretarias do município, entre elas Saúde, Cultura, Educação e Assistência Social com o objetivo de sensibilizar os gestores das pastas para as questões da travestilidade e transexualidade.
“Queremos apresentar a nossa situação e demandas ao conselho da mulher, pois queremos ser incluídas dentro da perspectiva de políticas públicas para o gênero feminino, e, também, queremos nos apresentarão prefeito Raimundo Nonato Lisboa”, complementa Marcos Jânio que também é o atual coordenador da setorial de travestis e transexuais do Grupo Flor de Bacaba e representante legal do Fórum Municipal de ONGs AIDS.
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“Os travestis e transexuais não são seres noturnos, seres do sexo, pois pagam impostos como qualquer outra pessoa e são profissionais em diversas áreas e parte integrante de uma comunidade que ainda os coloca à sua margem. Na hora de pagar tributos nunca são esquecidos, mais depois disso são excluídos. Essa barbárie não pode continuar. Todos somos iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza”, enfatiza Marcos Jânio.
O presidente do Grupo Flor de Bacaba analisa que a sociedade em geral ainda não entendeu que o processo de marginalização dos travestis e transexuais é uma via de mão dupla, de causa e efeito sobre uma comunidade, e que todos são responsáveis, tanto governos como sociedade. “A aversão e preconceito que nos exclui das escolas e mercado de trabalho, também leva muitos dos travestis à prostituição como única forma de sobrevivência”, afirma Marcos Jânio.
Para finalizar a agenda comemorativa do dia 29 de janeiro um grupo de travestis e transexuais também percorreu locais de socialização como bares e restaurantes onde realizaram a distribuição de panfletos e preservativos. “Por preconceito não tem, o acesso a estes locais de cultura e entretenimento numa época em que o mundo celebra 60 anos da declaração dos direitos humanos isto não é uma selvageria?”, interroga Marcos Jânio.
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