SÃO LUÍS – Um acidente de carro provocou limitações físicas em um maranhense apaixonado por viajar. Ele sofreu fraturas que o fizeram depender de cadeira de rodas e, atualmente, de muletas. Com o apoio da família, Luiz Thadeu Nunes e Silva, de 63 anos, encontrou motivos para continuar voando e desbravando destinos.
No ano de 2003, no Rio Grande do Norte, Luiz Thadeu sofreu o acidente que tirou o movimento de suas pernas. “Tive fratura exposta de fêmur, fiquei cinco anos em tratamento. Nesses cinco anos só me locomovi em cadeiras de rodas. Passei por 43 cirurgias”, afirma.
Achava que não iria mais andar, somente em cadeira de rodas. Sou um homem de fé, e Deus em sua infinita bondade me fez andar pelo mundo todo. Coisa que talvez não fizesse se não tivesse sofrido o acidente. Hoje, não há um só lugar no mundo que eu não vá.Luiz Thadeu, escritor e agrônomo
Casado com Heloísa Helena, engenheiro agrônomo, professor, escritor e agora acadêmico de Jornalismo, o ludovicense aponta que suas viagens começaram por meio dos livros. O interesse por conhecer outros países foi despertado com as enciclopédias. “Antes do acidente já conhecia quase todos os estados brasileiros e alguns países estrangeiros, com os EUA, Portugal, Espanha, Argentina e Paraguai”, conta.
Após um período de tratamento, já adaptado às muletas, ele segue sua jornada buscando mais razões para se encantar com a vida. A primeira viagem no pós-acidente foi para Dublin, na Irlanda, onde viviam os dois filhos do engenheiro agrônomo.
Enquanto conversa com o Imirante, Luiz Thadeu percorre a região da América Central. “Já visitei Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras. Estou a caminho de El Salvador, depois sigo viagem para Guatemala, Belize e desço para a Venezuela”, detalha. “Já visitei os três [países] da América do Norte, fecho agora os 20 da América Central, fica faltando apenas as três Guianas para fechar todos os países do continente americano”, completa.
Neste sábado, o maranhense chega à Guatemala. Durante esta viagem, Luiz bate o total de 150 países visitados. “Pouca gente, mesmo com as duas pernas boas não consegue fazer isso, realizar esse sonho. Os sonhos são a minha matéria prima. Os sonhos me movem, me impulsionam, me levam para frente”, afirma.
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Questionado se já sofreu algum tipo de constrangimento ou impedimento durante suas viagens, ele responde que não. “Ando só pelo mundo, e aprendi que o mundo trata bem quem gosta do mundo. Visitei todos os continentes, nunca cai, ou me perdi. Mesmo sozinho, sem puxar mala, e ando com mala, aprendi a logística para resolver essas coisas”, revela o maranhense viajante.
Luiz Thadeu lançou recentemente o livro “Das muletas fiz asas”, em que conta como venceu as limitações e se lança pelo mundo. Com sua história, que não se esgota aqui, ele deixa uma mensagem: “Sou otimista por natureza, eduquei o olhar para ver o lado bom da vida. Ter problemas na vida é inevitável, deixar-se abater por eles é opcional”, frisa.
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Pandemia
Durante a fase mais sombria da pandemia do coronavírus, ele se encontrava em viagem pela Europa. Visitou Paris, Barcelona e Amsterdã. Mas logo, retornou para casa em São Luís, onde começou o curso de Jornalismo a distância.
Terra, aproveite enquanto está em cima dela. Enquanto estiver vivo e bulindo, arranje coisa nova para fazer.Luiz Thadeu, escritor e agrônomo
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