Grupo em motos barulhentas perturba o sossego e assusta a população: “bateu atrás do meu carro, eles trancam a gente”

SÃO LUÍS - Direção perigosa, pilotos empinando motos sem placas e muito barulho. A circulação de grupos de motoqueiros nessas condições em avenidas e ruas da capital causa medo e preocupa outros condutores.

“Eu estava voltando de um restaurante. Aí eles vieram da Litorânea e trancaram meu carro, aí eu fui diminuindo a velocidade. Fiquei com medo, era muita moto. Esse cara bateu atrás do meu carro, aí logo eles trancam a gente né?”. O relato é de uma moradora de São Luís que se sentiu acuada por um grupo de motoqueiros por volta de meia-noite dessa quinta-feira (25) na avenida dos Holandeses. De dentro do próprio carro, foi gravado um vídeo do momento da passagem dos motoqueiros (veja abaixo).

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A motorista que preferiu não se identificar deu mais detalhes sobre a situação desconfortável no trânsito. “Ainda veio dizer que a culpa era minha. Eu só respondi ‘pra’ ele: o senhor bateu na minha traseira. Não fiquei batendo boca porque ‘tava’ eu e mais duas meninas”, conta.

“Ele se machucou, bateu na mulher, parece que se machucou. Eu liguei para a ambulância também. Mas assim, logo ela levantou”, disse. “Tentei tirar foto da placa, nenhuma moto tinha placa, todas cobertas. Eles estavam empinando moto, um monte sem capacete”, detalha a motorista sobre a situação.

Ainda segundo o relato da motorista, após a batida, o grupo voltou, cercou o carro e retirou o motoqueiro do local. Ela ainda acionou a polícia, mas nenhuma equipe chegou a tempo. O grupo seguiu caminho, e a condutora também decidiu ir para casa.

Combate a atos de imprudência de motoqueiros

A circulação de motocicletas com o cano de descarga adulterado em São Luís, além da supressão das placas e direção perigosa, vem sendo alvo de fiscalizações das autoridades há algum tempo. A “Operação Rolezinho” é uma das ações voltadas para coibir a prática, sendo uma parceria entre Ministério Público, por meio das Promotorias de Meio Ambiente (9ª Promotoria de Justiça Especializada – 1º e 2º Promotores de Justiça de Defesa do Meio Ambiente) e de Controle Externo da Atividade Policial (29ª e 30ª Promotorias de Justiça Especializada – 1º e 2º Promotores de Controle Externo da Atividade Policial), Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Instituto de Criminalística do Maranhão, Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes.

Em 2021, houve um total de 77 prisões em flagrante durante a “Operação Rolezinho”. Esse número foi bem maior em 2022: 206 prisões. No ano passado, foram 74.

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Houve um acordo para que os motoqueiros detidos cumprissem algumas obrigações em vez da pena (inferior a quatro anos). Foram impostas as seguintes condições: renúncia da fiança paga na ocasião da autuação em flagrante, bem como na renúncia do escapamento defeituoso ou substituído (descarga esportiva).

Ao Imirante, o promotor Cláudio Guimarães informou que deverão ser retomadas, em agosto, as operações nas ruas em conjunto com a SMTT e polícias. Leia a nota enviada pelo MP-MA sobre a questão.

"O Ministério Público do Maranhão, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial, informa que realiza periodicamente operações, em parceria com as Polícias Civil e Militar e Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), para coibir irregularidades na condução de motocicletas em vias públicas de São Luís.

O MPMA reforça que a população pode denunciar esse tipo de irregularidade na Ouvidoria do órgão por meio dos seguintes canais: 98 99137-1298 (WhatsApp), e-mail ouvidoria@mpma.mp.br, no site mpma.mp.br ou ainda de forma presencial na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, no Calhau". 

A Polícia Militar do Maranhão (PMMA), por sua vez, também informou suas ações:

"A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) informa que tem intensificado operações para coibir as ‘motociatas’ em São Luís, por meio de ações realizadas pelo Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e Comando de Policiamento Metropolitano (CPM).

Além disso, tem realizado blitzen e fiscalizações específicas para identificar e abordar grupos de motoqueiros que promovem as motociatas, com o objetivo de coibir comportamentos inadequados, como excesso de velocidade, manobras perigosas e perturbação do sossego".

O Imirante aguarda retorno também da SMTT.

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