
Se gritar, o Brandão pega; se brigar, o Braide come!
Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que sou politicamente independente. Sempre me envolvi em projetos que buscassem o avanço do Maranhão, sem adesões por interesses pessoais ou financeiros.
Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que sou politicamente independente. Sempre me envolvi em projetos que buscassem o avanço do Maranhão, sem adesões por interesses pessoais ou financeiros.
Mas confesso que, desde que entrei na política, nunca vi o estado passar por um momento como o atual.
O debate político deixou de ser sobre propostas de médio e longo prazo. Ninguém se preocupa mais em apresentar planos concretos, mesmo que não possam ser totalmente realizados. A população, por sua vez, está completamente desacreditada de que a política possa mudar sua realidade.
O eleitorado já não perde tempo analisando candidatos ou programas de governo. Muitos votam por vingança contra os políticos ou para obter algum benefício, por menor que seja.
Enquanto isso, a sucessão estadual segue polarizada pelos cofres públicos. Hoje, só tem chances reais de eleição quem dispõe de dinheiro estatal para bancar a disputa. O jogo político gira em torno de quem controla a chave do cofre estadual ou, na falta dele, tem acesso a outros recursos, como prefeituras e emendas parlamentares. Como dizem os líderes municipais espalhados pelo Maranhão: é preciso ter “estrutura”.
Esse cenário resume perfeitamente a frase que dá título a este artigo: Se gritar, o Brandão pega; se brigar, o Braide come. Pode até soar engraçado, mas o que está por trás disso é extremamente preocupante.
Quem ajudou a eleger o governador Carlos Brandão precisa agora engolir em seco e se manter calado, sob o risco de ter seu passado revisitado. Dentro do grupo governista, ninguém pode “balançar o barco”.
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A indefinição sobre o candidato que terá o apoio do Palácio dos Leões já tira o sono de muita gente, tanto de quem ocupa mandato quanto de aliados sem cargo. Arrisco dizer que, mesmo que a disputa vá para o segundo turno, o grupo de Brandão já perdeu a chance de eleger os dois senadores do Maranhão. A falta de sintonia e de um projeto claro, somada à confiança excessiva no poder do governo estadual, pode levar a eleição para um segundo turno em 2026. Nesse cenário, um senador será eleito pela oposição, e o governo terá que se contentar com apenas uma vaga.
Do outro lado, cresce a especulação sobre a candidatura do prefeito Eduardo Braide. Para disputar, ele precisaria deixar a prefeitura seis meses antes da eleição. Não vejo essa possibilidade com consistência no momento, embora até desejasse que se concretizasse. Política é mais interessante com uma boa disputa.
Também existem os que veem alem da boa disputa e inclusive colocam gasolina na fogueira, buscando interesses pessoais.
De qualquer forma, o impasse no grupo governista é evidente. Seus dissidentes não podem – e não vão – atacar Brandão diretamente, sob pena de enfraquecer toda a base e dar à população a impressão de que a única motivação da disputa interna é o poder.
Enquanto isso, Braide segue governando São Luís com tranquilidade, podendo administrar sua posição com calma. Se o racha no governo persistir, ele pode dar o bote na hora certa e “comer” a eleição.
Mas esse é o cenário de hoje, em política, tudo muda muito rápido!
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