RIO DE JANEIRO – A cantora Aurea e a banda The Black Mamba deram o start das primeiras apresentações do terceiro dia de Rock In Rio 2013 neste domingo (15), às 14h40. O público, que tem sido sempre escasso nesse horário e em outros do Palco Sunset, pode ver mais do que simples artistas em cima do palco.
De sonoridade ampla, fãs de soul, funk e música pop puderam sair agraciados com uma das dobradinhas mais inusitadas do festival. Iniciando com “Proud Mary”, a parceria conquistou a plateia, principalmente, quando foram em duetos, como “Save My Day” e “It Ain’t You”. Mas Aurea, com sua voz suave e sedutora, brilhou com versões de “Rock Me Baby” e “Sweet Lies”.
Virtuosismo tupiniquim
Parceria que também esbanjou talento foi a dobradinha de Nando Reis com o parceiro de algumas composições, Samuel Rosa (que volta no próximo fim de semana com o Skank, no Palco Mundo).
Nando Reis, com o carisma, divertiu as milhares de pessoas que acabaram se deslocando por ali, considerando a ausência de uma atração no palco principal. “Pré-Sal” e “O Que Só Eu Vejo” mostraram recepção morna, mas foi com “N”, “Sou Dela” e “All Star” (prestando clara e escancarada homenagem à cantora Cássia Eller, falecida em 2001) que o artista colocou sua gama de hits e composições famosas na linha de frente do show.
Mas foi, também, com hits alheios que o músico roubou a cena, juntamente, com o já citado Samuel Rosa. Com carisma similar ao veterano, Samuel encantou com versões de Titãs (“Marvin”), Cidade Negra (“Aonde Você Mora”) e do próprio Nando (“O Segundo Sol” e “Por Onde Andei”). Mas foi na última música, com “Do Seu Lado”, que Nando Reis brilhou imponente e garantiu um bom início de tarde aos fãs ali presentes. (Talvez o cantor tenha “roubado” uma das cartas na manga da banda Jota Quest, que se apresenta no Palco Mundo horas depois).
Tempero indie com batidas brasucas
Limitar a cantora Kimbra ao refrão de “Somebody That I Used To Know”, do cantor Gotye é perda de tempo. Tanto sabem disso, que boa parte do público que compareceu ao show da cantora neozelandesa, e não foram poucos, curtiram o show da jovem, que contou com versões modernas de “Cameo Lover” e “Warrior” (esta abriu a apresentação).
A presença do Olodum só esquentou a apresentação da cantora, que pode adicionar um tom tribal a canções como “Mad House” e “Limbo”.
Mas foi com a versão poderosa de “They Don’t Really Care About Us”, que o Olodum pode justificar o porquê da parceria com a Kimbra que em nada ficou devendo para a versão majestosa de Michael Jackson. A apresentação, que ainda contaria com “Settle Down” e “Come Into My Head”, se tornou um dos pontos altos desse domingo.
Veteranos dialogam musicalmente
O dialogo intimista do cantor norte-americano George Benson com o músico brasileiro Ivan Lins fechou, em grande estilo, a noite desse domingo no Palco Sunset. Se o palco secundário foi mais rock N’ roll nos demais dias, a festa retrô e soul de Benson deu uma nova cara para o Sunset – que até a próxima semana, deve encontrar nova feição.
Comemorando a parceria com Lins de 28 anos, da apresentação no primeiro Rock In Rio, Benson levou ânimo, mesmo que não tenha sido para a molecada – a plateia era constituída, em sua maior parte, por adultos. Mesmo assim, a execução de hits como
“Love X Love”, “Kisses In The Moonlight” e “Give Me The Night” foram de primeira qualidade, tais quais as versões ao vivo de “Novo Tempo” e “Soberana Rosa”, de Lins.
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Sunset: excelência em escalação
Em seu primeiro fim de semana, o Sunset conseguiu atrair os mais diferentes públicos, dada a sua versatilidade na escalação. Com alguns equívocos (a abertura com Flavio Renegado e Orelha Negra) e alguns equívocos da produção (nos shows de Maria Rita e Offspring, principalmente), o Palco deu considerável qualidade a esta 13ª edição do Rock In Rio.
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