Resenha

Em tom de homenagem, Alice In Chains encanta RIR

Celebrações à Layne Staley e Mike Starr deram, também, o tom da noite.

Gustavo Sampaio/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h03

RIO DE JANEIRO – William DuVall não precisa provar mais nada à ninguém. Mas muitos brasileiros que não o viram na apresentação do Alice In Chains no SWU, há dois anos, acharam que ele precisava. Após um morno show do Ghost B.C, ficava difícil não cativar. Mas, como um técnico que substitui outro que não ganhou os últimos jogos, William, vocalista do Alice In Chains desde 2005, subiu imponente e deu um show de brilho. Brilho “grunge”, é claro.

Mas ainda que muitos tentem criar algo ou alguém que substitua Layne Staley, antigo vocalista do grupo, morto em 2002, é Jerry Cantrell, atual guitarrista que brilha isolado no show. William, e toda a sua potência vocal, encantam na medida que a banda cresce em campo, por meio de um setlist bem escolhido e, talvez, um dos que melhor carregam o tom de homenagem entre as bandas que já tocaram.

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

Mesmo com uma formação atual que já caminha para uma década de existência, e com dois excelentes álbuns lançados (o pesado “Black Gives Way To Blue” e o empolgante “The Devil Put Dinosaurs Here”), foram o tom “celebrativo” que dominou a noite.

“Stone”, “Hollow” e “Checky My Brain” saíram em clima arrastado. Mas as perolas grunge de duas décadas passadas deram o vigor que, nos anos 90, era invejoso entre os grupos da época. A trinca iniciada com “Again”, passando por “Man In The Box” e seguindo por “Nutshell”, foi essencial para que muitos vissem, ali, a excelência de um grupo que, mesmo passando por problemas pessoais graves, sempre soube se reerguer e lançar bons frutos.

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

Apesar do pouco carisma, William DuVall soube entreter. Ainda que o mérito seja dado por Jerry e seus riffs memoráveis e aguçados. Com a chegada de “Down In A Hole”, o clima contemplativo dominou a plateia e muitos se curvaram tamanha a eficiência do grupo em palco.

Foto:Getty Images
Foto:Getty Images

O encerramento, com as pancadas arrasa-quarteirões de “Would?” e “Rooster” mostrou o quanto o grupo ainda tem a oferecer: dos timbres de DuVall à potência em palco de Jerry, Alice In Chains comprovou excelência em palco, mesmo sem ser unânime entre os grandes fãs de rock. Antes do gigante ‘headliner’ (Metallica subiria, mais tarde, com meia hora de atraso), Alice In Chains comprovou um talento que, mesmo em outras épocas, sempre lhes foi inerente. Ainda que reneguem o posto de ‘grandes do grunge’, eles continuam fazendo bonito para merecer o título. Mesmo nem querendo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.