Existem fins e fins
Falar sobre o fim de um relacionamento é falar sobre o fechamento de um ciclo.
Falar sobre o fim de um relacionamento é falar sobre o fechamento de um ciclo. E entender esses ciclos é apreciar a beleza da nossa vida. Assim como na natureza, os nossos relacionamentos também têm etapas a cumprir, sementes a germinar, flores a perfumar. Mas os espinhos e a decomposição fazem parte desse processo também, por que não?
Cada fim vai ter “uma cara” diferente, com algo em comum: todos eles doem. Terminar dói, ser abandonado dói, recomeçar dói. Se não doer, vai pelo menos exigir um pouco de esforço.
Hoje vou contar a história do Leonardo e da dificuldade que ele tem de superar o fim, se agarrando a toda e qualquer lembrança que o seu ex-amor deixou pelos cantos da casa.
Ele disse que começa o dia abrindo os olhos pro painel em frente à cama, lamentando a falta daquele sorriso escandaloso que a Daniele esbanja naquela foto juntos, em Veneza. A pergunta é: o que aquela foto ainda faz no porta-retratos? Tira esse porta-retratos daí, Leo!
Em seguida, se arrasta pro banheiro, mas lá encontra os vidros com restinho do shampoo, condicionador e creme de pentear. Ele amava aquele cheiro que ficava no cabelo dela. Tá! E precisa de muito pra jogar essas coisas fora? Não precisa, né? Mas ele cultua esse mini-santuário na prateleira do box. Ê Leonardo…
No trabalho ele diz esquecer. Mas quando tem uma brecha de tempo nas demandas entre um processo e outro, abre as redes sociais e, com seu perfil falso, fuça o que a Daniele está fazendo. O detalhe é que ela bloqueou o perfil verdadeiro dele (por que será, né, Leo?).
O Leonardo ainda insiste em fazer os mesmos programas, frequentar os mesmo restaurantes, sair com a mesma turma (acredite: na esperança de por acaso encontrá-la).
Daniele virou a página, mudou de jogo, de estratégia, de planos… O casamento acabou em setembro de 2020. Muita água já passou por baixo dessa ponte. Muitas dores diferentes acometeram o seu coração. Ela também sofreu.
Sentiu falta da rotina, das gargalhadas que eles deram juntos, das viagens que fizeram, dos encontros de casais com os amigos que tanto gostava (mas que precisou se afastar porque a vida havia mudado).
Daniele sentiu a dor da solidão, a dor da falta, a dor do luto. Mas ela sabia que tudo o que aconteceu foi importante pro seu crescimento pessoal. Ela amadureceu com a dor. E se permitiu viver.
Foi o Leonardo quem pediu pelo fim do casamento. Ele queria “mais emoção”, “outras experiências”. Ela respeitou.
Amar também é deixar ir. E a dor faz parte do processo.
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