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Leandra Leal fala sobre maternidade, racismo e carreira: “Meus filhos potencializaram minha vida”

Em entrevista ao GLOBO, Leandra Leal comenta volta às novelas, desafios da maternidade e como a cultura reafirma a identidade brasileira.

Na Mira, com informações de O GLOBO

Atriz Leandra Leal será vilã da próxima novela das 7.
Atriz Leandra Leal será vilã da próxima novela das 7. (Foto: Marcella Rica)

BRASIL - “Uma representante da elite econômica brasileira que se acha esperta, mas foi muito mal preparada para a vida”. É assim que Leandra Leal define Regina, personagem que vive em “Os Enforcados”, filme de Fernando Coimbra que já está em cartaz nos cinemas. O longa, inspirado em Macbeth, mergulha no universo do jogo do bicho e das escolas de samba, sem estereótipos e com a câmera voltada para dentro da casa dos que lucram com a violência.

Em entrevista ao videocast Conversa vai, conversa vem, do GLOBO, a atriz falou sobre a produção, maternidade, racismo e os rumos da cultura no país. Aos 42 anos, Leandra se prepara para gravar “Antártida”, filme que promete estrear uma tecnologia inédita no Brasil, e para retornar às novelas como Zilá, uma vilã divertida no feminejo, em Coração Acelerado, próxima trama das 19h.

“Ser mãe me potencializou”

Mãe de Julia, 11 anos, e Damião, 1 ano, Leandra não esconde que a maternidade é sua maior transformação. “Meus filhos potencializaram minha carreira. A maternidade é o que mais me transformou na vida, que me alarga. É um amor que parece paixão”, diz.

Julia chegou após um processo de adoção; Damião nasceu de uma gestação biológica. Duas experiências diferentes, mas igualmente marcantes. “Adotar é um amor incondicional escolhido. Não é romantização: é construção, é diário. E engravidar também foi uma experiência fantástica”, afirma.

Criar uma filha negra em uma sociedade racista é outro ponto central em sua rotina. “As situações de racismo são inimagináveis, muito cruéis. Meu papel é fortalecer a autoestima dela, dar ferramentas e consciência de que o problema não é dela, é social”, conta.

Ativista do setor cultural, Leandra critica as narrativas que criminalizam os mecanismos de financiamento. “O audiovisual gera mais empregos que a indústria farmacêutica. É setor estratégico. Olha o que fez a Coreia do Sul com cultura: K-pop, doramas, cinema. Isso é soberania”, defende.

Ela também é sócia da primeira escola afro-brasileira registrada no MEC, no Rio, voltada para uma educação antirracista. “Trata a história africana, europeia e indígena com igualdade. Esse projeto nasce do desejo de mudar as violências que crianças negras sofrem”, explica.

Leandra Leal fala sobre planos

Após dirigir a série A vida pela frente, no Globoplay, inspirada em memórias da adolescência, Leandra diz ter mudado como atriz: “Fiquei com mais desapego e consciência do processo. Confiar na ilha de edição é libertador”.

Agora, a artista quer experimentar: “Vou fazer Antártida, com uma tecnologia fenomenal. E estou empolgada com Zilá, porque adoro o universo feminejo e esse lugar de mulher que não se coloca como objeto, que deseja, que rompe padrões”, diz, citando Marília Mendonça como referência.

Para quem pensa que a maternidade diminuiu sua ambição, ela rebate: “Até Julia chegar, o sol da minha vida era o trabalho. Agora, ele se divide. Mas sigo querendo transformar o mundo e meus filhos são meu maior combustível para isso”.

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