BRASIL - A Globo anunciou nesta quarta-feira (22) que a próxima novela do Vale a Pena Ver de Novo será “Rainha da Sucata”, clássico de Silvio de Abreu exibido originalmente em 1990. A trama chega para substituir “A Viagem”, mantendo o clima de celebração pelos 60 anos da emissora. A reestreia está marcada para 3 de novembro, e nos primeiros dias a novela dividirá o horário das 17h com os capítulos finais da história de Alexandre e Diná.
Ambientada em São Paulo, “Rainha da Sucata” foi um dos maiores sucessos da teledramaturgia dos anos 90, misturando crítica social, comédia e drama em doses precisas. A história retrata o choque entre os novos-ricos, representados por Maria do Carmo (Regina Duarte), e a alta sociedade decadente, liderada pela elegante e amarga Laurinha Figueroa (Glória Menezes).
A volta da novela é uma viagem no tempo para quem viveu aquela época e uma descoberta para quem ainda não conhece um dos roteiros mais marcantes da televisão brasileira.
Trama de “Rainha da Sucata”
Na trama, Maria do Carmo é uma mulher batalhadora da zona norte de São Paulo, filha do vendedor de ferro-velho Onofre (Lima Duarte). Com muito esforço, ela transforma o negócio do pai em um império e se torna uma empresária poderosa. Mesmo rica, mantém seus hábitos simples e o sonho de ser aceita pela elite.
Essa chance aparece quando ela reencontra Edu (Tony Ramos), um ex-colega de escola que costumava humilhá-la por sua origem humilde. Agora, o destino dá voltas: Edu está falido, junto com a tradicional família Albuquerque Figueroa. É aí que Maria do Carmo propõe um casamento de conveniência, ela entra com o dinheiro para sustentar a família e ele com o nome respeitado.
Mas a ascensão da “sucateira” desperta o ódio de Laurinha Figueroa, madrasta de Edu. Casada com Betinho (Paulo Gracindo), Laurinha esconde uma paixão doentia pelo enteado e decide transformar a vida de Maria do Carmo em um verdadeiro campo de batalha. O embate entre as duas personagens se tornou um dos maiores marcos da teledramaturgia, símbolo de uma era em que vilãs elegantes e mocinhas determinadas dominavam a telinha.
Enquanto isso, Maria do Carmo também precisa lidar com as trapaças de Renato Maia (Daniel Filho), administrador em quem confia, mas que passa a aplicar golpes em seus negócios. O resultado é uma montanha-russa de emoções: da riqueza à falência, da vingança ao perdão, da humilhação à glória.
Personagens inesquecíveis e critica social
“Rainha da Sucata” foi uma das novelas mais comentadas da década de 1990 porque soube unir humor ácido e comentário social. Silvio de Abreu transformou a ascensão da nova classe média em retrato divertido e provocador, abordando temas como o preconceito de classe, o consumo exagerado e as aparências sociais.
Além de Regina Duarte e Glória Menezes, o elenco reúne grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Nicette Bruno, Raul Cortez, Renata Sorrah, Claudia Raia, Marisa Orth, Andrea Beltrão e Patrícia Pillar. Um destaque especial vai para Aracy Balabanian, que interpretou a inesquecível dona Armênia, mãe superprotetora que popularizou o bordão “Na chón!”. O sucesso da personagem foi tanto que ela voltou em outra novela do autor, “Deus nos Acuda” (1992), ao lado das “filhinhas” Geraldo (Marcello Novaes), Gerson (Gerson Brenner) e Gino (Jandir Ferrari).
Outro ponto curioso é ver Antônio Fagundes em um raro papel cômico, o gago e encantador Caio, um paleontólogo apaixonado por Maria do Carmo. Esses personagens, entre tantos outros, ajudaram a consolidar a novela como um clássico que atravessa gerações.
“Rainha da Sucata” segue atual
Com 179 capítulos, “Rainha da Sucata” marcou a estreia de Silvio de Abreu no horário nobre da Globo, após sucessos das sete como “Cambalacho” (1986) e “Sassaricando” (1988). A trama foi exibida pela última vez na TV aberta em 1994, também no “Vale a Pena Ver de Novo”, e chegou ao canal Viva (agora Globoplay Novelas) em 2013. Desde o ano passado, está disponível no Globoplay, onde tem conquistado um novo público.
Mesmo passadas mais de três décadas, o enredo continua atual. A disputa entre classes, o olhar crítico sobre a sociedade e o humor afiado fazem de “Rainha da Sucata” um retrato fiel das contradições brasileiras e uma lembrança de que algumas histórias nunca saem de moda.
A volta da novela é um presente para quem quer reviver uma era em que a teledramaturgia brasileira unia emoção, irreverência e crítica social de forma única. E, a partir de novembro, o país vai poder se deliciar novamente com o embate entre Maria do Carmo e Laurinha Figueroa, duas rainhas de um mesmo império: o da televisão.
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