mais de trinta anos de profissão

Conheça a trajetória de William Bonner no jornalismo

William Bonner encerra nesta sexta-feira sua trajetória no principal telejornal do país; César Tralli assume a bancada a partir de segunda-feira.

Na Mira

William Bonner em 2007.
William Bonner em 2007. (TV Globo)

BRASIL - Depois de quase três décadas dando boa noite aos brasileiros, William Bonner se despede da bancada do Jornal Nacional nesta sexta-feira (31). A partir de segunda (3), César Tralli será o novo apresentador do principal telejornal da TV Globo. Em fevereiro de 2026, Bonner estreia uma nova fase na emissora, como apresentador do Globo Repórter, ao lado de Sandra Annenberg.

Da locução ao maior telejornal do país

Paulistano de 61 anos, William Bonner se formou na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e iniciou a carreira na TV Bandeirantes, em 1985. No mesmo ano, foi aprovado para apresentar o Jornal de Amanhã, transmitido em rede nacional, marcando sua estreia definitiva como âncora.

Na época, ele ainda assinava como William Bonemer Júnior, nome que abandonou em 1986, ao ser contratado pela TV Globo, para se diferenciar do pai, um médico pediatra. O jornalista começou no SPTV – 3ª Edição, depois assumiu o SPTV – 2ª Edição e, em 1987, passou a fazer coberturas no Jornal Hoje.

Em 1988, Bonner foi convidado para integrar o Fantástico, dividindo a apresentação com Valéria Monteiro e Sérgio Chapelin. Dois anos depois, acumulou o comando do Jornal da Globo, onde ficou até 1993, e, em seguida, voltou ao Jornal Hoje.

A chegada de William Bonner ao Jornal Nacional

O grande salto veio em 1996, quando recebeu o convite para assumir o Jornal Nacional, feito pelo então diretor de jornalismo Evandro Carlos de Andrade. Em entrevista ao Memória Globo, Bonner relembrou o momento em que soube da decisão, ainda durante as férias, e o pedido de absoluto sigilo, nem mesmo sua então esposa, Fátima Bernardes, podia ser informada.

Sua estreia ocorreu em 1º de abril de 1996, ao lado de Lillian Witte Fibe, com a manchete “Acusação de desvio de dinheiro leva banqueiros para a cadeia”. Dois anos depois, Fátima passou a dividir a bancada com o marido, parceria que durou até 2011.

Ao longo de quase 30 anos, foram mais de 10 mil edições no ar, com coberturas que marcaram a história recente do país e do mundo: sete Copas do Mundo, três conclaves papais, sete eleições presidenciais no Brasil e sete nos Estados Unidos. Bonner também anunciou momentos que mobilizaram o país, como os ataques de 11 de setembro de 2001, a morte do jornalista Tim Lopes (2002) e o falecimento de Roberto Marinho (2003).

Em 2020, Bonner liderou a cobertura de um dos períodos mais desafiadores da história recente: a pandemia de Covid-19. Em depoimento ao Memória Globo, ele descreveu o período como “um dos mais dolorosos e heroicos” da carreira.

“Foi o momento em que o jornalismo precisou esclarecer a população sobre a crise sanitária, mostrar onde a situação era mais grave, os avanços da ciência e das vacinas. E, ao mesmo tempo, combater a desinformação que circulava nas redes sociais. Não tem quem tenha passado por isso que não guarde uma memória dolorosa, mas também um orgulho enorme de quão valentes nós fomos”, afirmou.

Quase quatro décadas de jornalismo e transformação

Com quase 40 anos dedicados à televisão, Bonner acompanhou de perto as transformações do jornalismo. Em entrevista ao Conversa com Bial, em abril deste ano, ele refletiu sobre o fim do conceito de deadline, o limite de tempo para fechar uma edição, e o novo papel da imprensa na era digital.

“O deadline acabou. Hoje, todo mundo já viu as notícias nas telinhas ao longo do dia. Nossa tarefa deixou de ser apenas resumir o que aconteceu. Agora, também precisamos corrigir o que foi distorcido”, afirmou.

Um novo capítulo para William Bonner

A saída do Jornal Nacional não marca um adeus, mas uma mudança de fase. A partir de 2026, William Bonner leva sua experiência e credibilidade para o Globo Repórter, programa que há décadas traduz o jornalismo investigativo e documental da emissora.

Ao se despedir do telejornal que ajudou a moldar por quase 30 anos, Bonner encerra um ciclo histórico e inicia outro, mais voltado à profundidade, à reflexão e, como ele mesmo definiu, à “emoção que o jornalismo ainda é capaz de provocar”.

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