No Tinder, o CPF e o CNPJ não podem se confundir!
Confira a coluna desta semana da sexóloga e educadora sexual Monica Moura.
Seja por tédio, frustração ou fragilidade, vez ou outra a gente se pega andando novamente por um caminho que em algum lugar do passado juramos nunca mais voltar, já perceberam? Quem nunca fez isso, que levante a mão agora ou se cale para sempre.
Pois bem.
Motivada por uma das três possíveis razões acima descritas (ou por uma outra razão que a minha própria razão ainda desconhece), um dia desses (nem tão recente assim) eu decidi voltar pros apps de paquera - como um bom e velho ser humano, solteiro e brasileiro que não desiste nunca.
Lembrei que há aproximadamente 5 anos eu tinha tido essa experiência e achei o máximo! Consegui vários match’s e eram homens super interessantes, com histórias de vida e português excitantes. Naquela época (2018) eu cheguei a conversar freneticamente por horas e horas e horas.
Recomendo os apps pra todos os meus pacientes e amigos, especialmente depois de atravessar aquela fase cruel nos términos de namoro. Eu defendo que “conhecer pessoas novas” é um passo seguro para reforçar a crença de que o mundo não acabou, que existem muitas outras pessoas para conhecer e se conectar.
PS: estar em apps não significa necessariamente que você já está disponível para fazer sexo com outra pessoa. Aconselho que, se rolar por livre e espontânea vontade (e conforto), tudo bem. A chave da questão é sempre quebrar esse “preconceito” e se abrir para conhecer novas pessoas.
E anos depois, enquanto eu curtia uma deliciosa expectativa gerada por aquela lembrança, olhando pro teto (Apple Store baixando o Tinder), eu tive um momento Eureca!
“Não posso vincular o Tinder na minha conta do Instagram! Porque quando as pessoas acessarem o meu perfil, vão me ver falando sobre sexualidade e isso pode gerar euforia e atrapalhar a minha proposta de apenas conhecer!”, pensei.
Pausei no Tinder. Fui pro Instagram. Criei uma conta pessoal privada, sem nenhuma informação sobre a Sexologia Clínica. Por muitos anos, eu só usei uma conta pra tudo (não sou das mulheres mais conectadas às redes sociais).
Empolgada, preenchi meu Instagram pessoal com fotos e textos inéditos. Nada postado antes. Apresentei tudo o que gosto (livros, família, viagens, natureza, amigos, pets, fisioterapia)… com todo o cuidado para ser discreta. Me sentindo “esperta”.
Conta pessoal criada. Volto pro perfil do Tinder. “Ah.... mas aí... se eu colocar Mônica Moura vão encontrar o perfil profissional… Vou colocar Mônica. Apenas Mônica.”
Não deu! Após 3 dias eu deletei as contas.
Me senti exposta demais. O CPF e o CNPJ pareciam indissociáveis. Lamentei. A minha profissão não pode falar mais sobre mim do que as outras tantas áreas da minha vida. Lidar com assunto tabu abre margem para interpretações distorcidas.
Saiba quem disputa as eleições em São Luís.
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