O desespero do grande Benedito
Confira a coluna desta semana da sexóloga e educadora sexual Monica Moura.
Semana passada, eu recebi o Benedito no consultório. Solteiro, 25 anos, um trabalho comum, amigos comuns, gostava de assistir séries e jogar videogame nas horas vagas. Tesão apropriado para a idade, mas com uma queixa pouco comum: o seu pênis não era pequeno. Mas não era apenas um pênis grande; era colossal, descomunal, um verdadeiro titã entre os titãs.
Claro que inicialmente ele achava ter tirado a sorte grande. Afinal, em tempos de valorização do "tamanho", certamente seria um sucesso absoluto com as mulheres. E, de fato, era... até a hora H.
Benedito estava confuso. Ele se preparava para a noite de paixão, a mulher estava ali, desejosa, e, de repente, quando o "colosso" aparecia, o entusiasmo sumia. Era como se ele estivesse prestes a desembainhar uma espada gigante em um duelo, mas o oponente fugisse antes da batalha.
Mulheres fugiam e ele dizia para si mesmo que daria certo com a próxima. Mas a realidade era mais dura que sua própria "arma secreta". As mulheres ficavam apavoradas. Uma delas disse “eu não sou tão corajosa assim!" antes de sair correndo, ainda vestindo a calcinha pelo pé direito.
O pior aconteceu com a Luísa. Eles namoravam há um mês, e Benedito tinha certeza de que, desta vez, as coisas seriam diferentes. Ela era destemida, sempre disposta a experimentar coisas novas. Mas quando chegou o momento crucial, Luísa olhou para ele, depois olhou para "ele", e deu uma risada nervosa. "Eu... eu... não sei se estou pronta para isso... e se eu acabar no hospital?"
Benedito ia ficando mais frustrado e mais desanimado. Seu ego, antes inflado, agora estava murchando como um balão no fim da festa. Ele começou a evitar encontros íntimos, e então decidiu buscar ajuda.
Marcou a consulta comigo na esperança de uma solução que não fosse “ter que cortar”, rs. Ao chegar lá, desabafou: "Doutora, eu... eu não aguento mais!”. Vi sinceridade.
Respondi que tamanho não é problema, é só questão de jeito. O kama sutra não tem tantas posições à toa. Ajustamos as possibilidades dentro do que cabia. Elencamos as posições que proporcionam maior conforto sem dar socos no colo do útero de ninguém. Talvez, ao invés de ver seu pênis como uma espada, ele deva tratá-lo como uma ferramenta delicada. As mulheres não querem ser 'combatidas', elas querem ser bem cuidadas. Tudo é questão de diálogo, paciência e, claro, um bom lubrificante."
Benedito saiu da consulta se sentindo mais do que apenas um homem com um "problema grande". Foi para seu próximo encontro confiante. E, quem sabe, dessa vez, ao invés de um susto, a parceira se surpreenda de uma maneira totalmente diferente. “Nossa… como ele é um homem grandioso!”
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