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COLUNA
Pedro Sobrinho
A cultura é rica e diversa. Como jornalista convido você pra colar na coluna PEDRO SOBRINHO com resenhas e abordagens sobre: artes visuais (pintura, escultura, fotografia), música, literatura
Homenagem a Cultura Popular do Maranhão

Bois do Maranhão homenageados em Festival em SP

Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL) será realizado a partir de dois de agosto, na cidade de Olímpia. Serão homenageados o bumba meu boi do Maiobão, Paço do Lumiar, além dos bois de Morros e Nina Rodrigues.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 30/07/2025 às 21h36

Com uma cultura popular rica e diversa marcada pela influência dos povos originários, africanos e europeus, a região Nordeste é uma das mais aguardadas pelo público do Festival do Folclore de Olímpia (FEFOL), em São Paulo. Nesta 61ª edição, a participação tem um significado especial: vem de lá o Estado homenageado, o Maranhão. A magia fica garantida com a participação de um total de 11 grupos de sete Estados, sendo que cinco deles pisam pela primeira vez no palco do Recinto do Folclore “Professor José Sant’anna”. O FEFOL será realizado na capital nacional do folclore, Olímpia (SP), entre os dias 2 e 10 de agosto. A região terá ao todo 11 representantes nesta que é considerada uma das maiores celebrações da cultura brasileira.

Bumba meu boi de Morros uma das brincadeiras da Cultura Popular do Maranhão homenageadas em Festival na cidade Olímpia (SP). Foto: Divulgação
Bumba meu boi de Morros uma das brincadeiras da Cultura Popular do Maranhão homenageadas em Festival na cidade Olímpia (SP). Foto: Divulgação

Maranhão

Começando pelo homenageado, o Maranhão chega ao FEFOL com três grupos, que irão demonstrar a diversidade da maior expressão cultural desse Estado, o bumba meu boi. Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, a manifestação que gira em torno da morte e ressurreição de um boi mistura teatro, música, dança e religiosidade popular, com suas múltiplas formas de apresentação, chamadas de “sotaques” – como matraca, orquestra, zabumba, pindaré e costa de mão. A representação da lenda que envolve o milagre da ressurreição do catolicismo possui elementos indígenas e africanos e a tradição é celebrada principalmente no mês de junho, com apogeu no São João.

O grupo maranhense que faz sua estreia no festival é o Bumba Boi de Matraca do Maiobão, de Paço do Lumiar, com seu sotaque marcado pela cadência das matracas. Fundado em 2003, nasceu com a finalidade de representar o bairro do Maiobão no desenvolvimento de atividades sociais e folclóricas, além de apresentar e desenvolver a cultura do estado. Hoje transformado em Associação Folclórica e Cultural de Bumba Boi de Matraca do Maiobão, cresce a cada ano, chegando a se apresentar com aproximadamente 300 integrantes.

Outro representante do homenageado é o Boi de Nina Rodrigues, fundado e comandado por uma mulher, Concita Braga, no município de Nina Rodrigues, intimamente ligado à história do Maranhão, onde, em 13 de dezembro de 1838, teve origem um dos maiores movimentos revolucionários à época, a Guerra da Balaiada, presente em inúmeras de suas manifestações culturais e artísticas. A partir das pesquisas de Concita Braga iniciadas em 1989, o Bumba-Meu-Boi foi caracterizado como a mais tênue expressão artístico-cultural da comunidade, o que deu origem ao grupo. Com coreografias harmônicas e ritmadas, é pioneiro na introdução de novos instrumentos não utilizados até então em Bumba Boi de Orquestra, sem perder suas raízes.

Fechando a participação do Maranhão está o Boi de Morros, com uma história longeva e inspiradora, iniciada em 1976, sendo o boi pioneiro em colocar mulheres no cordão de fita. Nascido como uma ação pedagógica dentro da Escola Normal de Morros a fim de resgatar a tradição do folguedo na região, sua trajetória está relacionada a de três fases: concepção pedagógica, concepção popular e concepção massiva. A primeira fase é de 1979 a 1997. Na segunda fase (1980-1981), sua organização é assumida pelo entusiasta José Hugo Lobato, que aos poucos envolve a esposa, Maria Izabel, para aderir à coordenação. Ali, o boi se aventura por um contexto local, de Morros e imediações, com fortes características de uma brincadeira e expressão populares. A terceira fase (1983 até os dias atuais) pode ser caracterizada como um boi familiar, uma vez que foi assumido pela família Muniz Lobato. 


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