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Dia do Folclore: saiba mais sobre as lendas de São Luís

Celebrado em 22 de agosto, a data destaca mitos e histórias que ajudam a preservar a cultura. Em São Luís, encantos e mistérios ganham força nas lendas.

Na Mira

Atualizada em 22/08/2025 às 14h41
Dia do Folclore: saiba mais sobre as lendas de São Luís.
Dia do Folclore: saiba mais sobre as lendas de São Luís. (Ilustração: Reprodução/ Beto Nicácio)

SÃO LUÍS - Todo 22 de agosto é dedicado ao Dia do Folclore Brasileiro, uma data que vai além das comemorações escolares e se mostra como um convite para revisitar tradições que moldam a identidade cultural do país. A palavra folclore vem do inglês folk lore, que significa “sabedoria do povo”, e abrange não só lendas, mas também costumes, danças, músicas, festas populares, crenças e saberes transmitidos de geração em geração.

A origem da celebração remonta a 1965, quando o governo brasileiro oficializou a data para valorizar manifestações culturais e combater o risco de esquecimento diante da modernização. Hoje, o folclore é reconhecido como patrimônio imaterial e essencial para entender nossa formação histórica e social.

Do Norte ao Sul, cada região do Brasil guarda narrativas próprias, marcadas pela mistura entre povos indígenas, africanos e europeus. Mitos como o Curupira, com seus pés virados para trás, a Mula sem Cabeça e o temido Lobisomem são exemplos de histórias que ultrapassaram gerações e continuam presentes no imaginário popular.

Além das figuras lendárias, o folclore se expressa em festas como o Bumba Meu Boi, o Maracatu e o Carimbó, e também em brincadeiras, comidas típicas e saberes tradicionais. É um universo vivo que conecta passado e presente, carregando ensinamentos, medos, esperanças e símbolos de resistência cultural.

As lendas de São Luís

São Luís é um verdadeiro mosaico cultural, e seu centro histórico, tombado como Patrimônio da Humanidade, não guarda apenas azulejos portugueses e casarões coloniais, mas também histórias que atravessam séculos, sendo contadas de geração em geração.

Conheça algumas das lendas mais marcantes:

A Carruagem de Ana Jansen

Imagine estar andando pelas ruas do Centro Histórico, quando as músicas já cessaram e o movimento é quase nulo. As estrelas brilham pouco e a lua se esconde por trás das nuvens. Então, de repente, ouve-se o barulho de cavalos relinchando, correntes se arrastando pelo chão, e gritos assustadores começam a ecoar. Essa é a lenda de Ana Jansen.

Figura histórica do século XIX, Ana Jansen foi uma poderosa proprietária de terras e escravizada em São Luís. Reza a lenda que, como punição por sua crueldade, ela percorre as madrugadas da cidade em uma carruagem puxada por cavalos sem cabeça. Quem cruza seu caminho, dizem, está condenado à desgraça.

A Serpente Adormecida

Abaixo do chão que as pessoas usam para construir suas casas; sob a areia e o mar; por baixo do asfalto que a chuva insiste em levar, mora ela: a serpente adormecida. 
Diz a tradição que uma serpente gigante vive sob São Luís e cresce a cada ano, dando voltas por todo o subsolo. Quando sua cabeça e cauda se encontrarem, a cidade será destruída. O mito é interpretado como um aviso da natureza e do equilíbrio frágil da vida urbana.

A Manguda

Esta lenda conta a história de uma figura fantasmagórica vestida de túnica branca, que persegue boêmios e mulheres consideradas “fora dos padrões” morais da época colonial. A Manguda representa, para muitos, uma mistura de controle social e medo religioso que rondava as ruas antigas.

A Pescaria de Almas na Praia Grande

Segundo a crença popular, à meia-noite, no Cais da Sagração, espíritos lançam redes para capturar almas desgarradas. A visão dessas pescarias sobrenaturais é sinal de mau agouro, e há quem jure ter visto as luzes espectrais na beira d’água.

São histórias que resistem ao tempo e continuam sendo contadas, entrelaçando mistério, medo e fascínio na memória coletiva ludovicense.

Em um mundo cada vez mais digital, revisitar essas narrativas é também uma forma de fortalecer a memória coletiva e entender a construção da nossa identidade. O folclore é resistência cultural, um elo entre passado e futuro que merece ser preservado, contado e reinventado pelas novas gerações.

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