Mistério de “Quem matou Odete Roitman?” volta a movimentar público no remake de “Vale Tudo”
Remake de “Vale Tudo” reacende o mistério de ''quem matou Odete Roitman" que marcou a teledramaturgia brasileira e volta a mobilizar o público nas redes.
BRASIL - O icônico mistério “Quem matou Odete Roitman?” voltou a dominar as conversas com o remake de Vale Tudo, exibido atualmente pela TV Globo. A autora Manuela Dias já havia adiantado que o assassino seria diferente da versão original, aumentando ainda mais a expectativa do público em torno do desfecho. Na última segunda-feira (06), o assassinato de Odete Roitman parou o Brasil pela segunda vez.
Em 1988, o crime da poderosa empresária Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall, se transformou em um dos momentos mais marcantes da história da televisão. A cena da morte foi exibida na véspera do Natal daquele ano e, durante 11 dias, o país inteiro se mobilizou em torno da pergunta que paralisou o Brasil: quem matou Odete Roitman? A comoção foi tamanha que surgiram bolões, apostas e teorias em todos os lugares, e o mistério se tornou um fenômeno cultural.
O bolão que virou parte da história
Na época, o sucesso foi tanto que foi criado um concurso para que o público enviasse seus palpites pelos Correios. A produção recebeu cerca de 2,5 milhões de cartas, e entre os nomes mais citados estavam César Ribeiro (Carlos Alberto Riccelli), Marco Aurélio (Reginaldo Faria) e Eugênio (Sérgio Mamberti). No entanto, apenas 5% dos participantes acertaram que a verdadeira assassina era Leila, personagem de Cássia Kis.
A imprensa acompanhou de perto cada passo da novela. O jornal O Globo dedicou parte da capa da edição de 17 de dezembro de 1988 ao “velório” da vilã. “Foi enterrada ontem no jazigo da família Roitman, no Cemitério São João Batista, no Rio, a empresária Odete Roitman, presidente da TCA, a megera da novela Vale Tudo”, dizia o texto, que ainda comentava o engarrafamento causado pelo evento, tratado como se fosse real.
Para manter o segredo até o último momento, o verdadeiro final só foi revelado ao elenco em 6 de janeiro de 1989. Foram escritos cinco desfechos diferentes, mas apenas um foi gravado. No livro Gilberto Braga: O Balzac da Globo, os autores Artur Xexéo e Maurício Stycer contam que o diretor Dennis Carvalho só soube quem era o assassino poucos dias antes da gravação. “Três dias antes, liguei para o Gilberto. ‘Quem é o assassino? Você mudou de novo?’ Gilberto respondeu: ‘Quem é a mulher que tem a cara de mais louca do elenco?’ Eu disse: ‘Cássia Kis’. Ele respondeu: ‘Acertou’”, relembra Carvalho.
A atriz contou ao Memória Globo que o momento marcou sua carreira: “No dia seguinte, eu estava estampada na primeira página de todos os principais jornais do país, como a assassina de Odete Roitman. Foi histórico”.
Legado e impacto cultural de Odete Roitman
Décadas depois, Beatriz Segall continuou sendo lembrada pela personagem que a consagrou. Em uma entrevista concedida em 2019, a atriz afirmou: “Odete Roitman é uma personagem que vai ficar na história; não por um valor meu, mas por tudo o que a novela reuniu.” A pergunta que marcou uma geração segue viva na memória coletiva e continua sendo um símbolo da força das novelas brasileiras em reunir o público em torno de um mistério.
No remake, exibido desde 31 de março, a morte de Odete voltou a dominar as redes sociais. Segundo levantamento da FGV Comunicação, a cena exibida na noite dessa segunda-feira (6) gerou 130 mil menções e 2,9 milhões de interações no X (antigo Twitter), o maior número registrado desde o início da exibição da nova versão.
Teorias, suspeitos e o poder das redes
Os internautas não perderam tempo e começaram a criar teorias sobre o novo assassino. Além dos cinco nomes citados por Manuela Dias no Fantástico, Marco Aurélio (Alexandre Nero), Celina (Malu Galli), César (Cauã Reymond), Maria de Fátima (Bella Campos) e Heleninha (Paolla Oliveira), o público levantou outras possibilidades. Ana Clara, personagem vivida por Samantha Jones, apareceu com 4% das menções entre os suspeitos.
De acordo com a análise feita entre 6 e 7 de outubro, Maria de Fátima lidera as apostas com 23% das menções, seguida por Marco Aurélio e Celina (ambos com 21%), César (18%) e Heleninha (13%).
A repercussão também tomou conta do Instagram. Nas primeiras 12 horas após a exibição do capítulo, sete dos dez posts mais populares da rede falavam sobre a morte da vilã, com apostas, memes e teorias que viralizaram. No total, os 500 principais posts sobre Vale Tudo geraram mais de 4,2 milhões de interações.
Mais de três décadas depois, o nome de Odete Roitman continua sinônimo de mistério, impacto e memória. A nova versão da novela prova que, mesmo com o passar dos anos, o público brasileiro ainda se encanta com um bom enigma na televisão.
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