SÃO PAULO - A instabilidade da pandemia do novo coronavírus (covid-19), especialmente no primeiro semestre, comprometeu significativamente a preparação brasileira à Paralimpíada de Tóquio (Japão). Atletas de diferentes modalidades encontraram restrições para viajar e readquirir ritmo de competição, já que muitos estavam sem disputar eventos desde o início do ano passado.
Em outros casos, o último evento foi em 2019. Houve, ainda, situações em que se decidiu preservar aqueles já classificados aos Jogos (ou perto de se garantirem) de idas ao exterior, sob risco de contaminação, com a realização de seletivas internas.
No fim, os brasileiros superaram as adversidades e alcançaram o melhor desempenho da história em uma Paralimpíada.
A maior delegação paralímpica do Brasil em um evento internacional, com 259 atletas, voltou de Tóquio com as mesmas 72 medalhas dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, onde o país teve mais esportistas (286) e participou das 22 modalidades. No Japão, rugby e basquete em cadeira de rodas foram exceções. Ao todo, 22 ouros (um recorde) e sétimo lugar no quadro geral.
O atletismo, mantendo a tradição, foi o esporte que mais rendeu medalhas ao Brasil. Foi nele que o país obteve a centésima láurea dourada, com Yeltsin Jacques nos 1.500 metros da classe T11 (cegos). Paralímpico mais rápido do mundo, Petrúcio Ferreira conquistou o bi dos cem metros da classe T47 (amputação nos membros superiores).
A modalidade, porém, teve o resultado mais polêmico de um brasileiro em Tóquio, depois que Thiago Paulino foi do ouro ao bronze no arremesso de peso da classe F57 (atletas com deficiência nos membros inferiores, competem sentados), após recurso da China, alegando infração do atleta.
A participação do Brasil em Tóquio foi marcada, também, por sentimentos extremos. Por um lado, a despedida do nome mais vitorioso do paradesporto brasileiro.
Aos 33 anos, Daniel Dias se despediu das piscinas com três bronzes e 27 medalhas paralímpicas na carreira. Por outro, o surgimento de novos talentos, boa parte justamente na natação, que alcançou o melhor desempenho do país na história, com 23 medalhas (oito douradas).
Dos atletas que foram ao topo do pódio, somente Talisson Glock esteve na Rio 2016. Os demais - Gabriel Bandeira, Gabriel Geraldo, Wendell Belarmino e Carol Santiago - eram debutantes no evento.
Saiba Mais
- Brasil encerra participação nas Paralimpíadas com inédita 5ª colocação
- Confira como foi o desempenho do Brasil nas Paralimpíadas nesta quinta-feira (5)
- Brasil cai nos pênaltis para a Argentina na semifinal do futebol de cegos
- Brasil ultrapassa a marca de 50 medalhas nas Paralimpíadas
- Paralimpíadas: Brasil fecha terça-feira (3) com 10 pódios e vagas em semifinais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.